Quarta-feira, 24 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política - Nacional

Grupo de Dilma planejava sequestrar Delfim em 1969


 
Fotos: João Wainer e Alan Marques
Gente de Opinião
 
O grupo guerrilheiro do qual fazia parte Dilma Rousseff tramou o sequestro de Delfim Netto.
 
Ocorreria em dezembro de 1969, num sítio assentado no interior de São Paulo. Deve-se a informação à repórter Fernanda Odilla, da Folha.
 
Ela ouviu o depoimento de Antonio Roberto Espinosa, 63 anos, doutorando em Relações Internacionais na USP.
 
Espinosa revelou um segredo que, segundo disse, sonegara aos torturadores da ditadura: foi o coordenador do plano de sequestro de Delfim.
 
Era, à época, militante da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e da VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares).
 
Um companheiro de armas de Dilma Rousseff, então uma brasileira clandestina. Que escondia a identidade sob cinco codinomes: Luíza, Estella, Wanda, Marina e Patrícia.
 
Segundo Espinosa, cinco pessoas estavam informdas sobre o plano de levar Delfim ao cativeiro. Ele próprio, Dilma e outros três dirigentes da guerrilha.
 
Delfim seria um troféu vistoso. Era ministro da Fazenda. O civil mais poderoso do regime dos militares.
 
Em 1969, ano do quase-sequestro, Delfim entregou aos generais um índice de crescimento econômico notável: 9,5%. Desfrutava de visibilidade inaudita.
 
Gente de OpiniãoOuvida, a ex-guerrilheira Dilma, agora às voltas com as atribulações de ministra e de candidata, negou Espinosa.
 
A negativa soou, primeiro, tímida. Dilma declarou que não se lembrava do plano de sequestro de Delfim. Disse duvidar “que alguém se lembre”.
 
Informada sobre o depoimento que Espinosa dera à repórter, a ministra afirmou que o ex-companheiro “fantasiou”.
 
Em seguida, Dilma encareceu à repórter que registrasse sua “negativa peremptória”.
 
O diabo é que, além das palavras de Espinosa, a reportagem obteve uma evidência documental –um mapa do local em que Delfim seria capturado.
 
Traz o nome –“Gramadão”—e a localização do sítio, próximo às cidades de Itu e Jundiaí. Pertencia a Mario Nicoli, cunhado e amigo de Delfim.
 
O mapa foi recolhido por agentes da repressão em batida num “aparelho” utilizado pelo grupo de Dilma, em Lins de Vasconcelos, no Rio.
 
O imóvel varejado pela polícia –uma casa de dois andares— era coabitado três integrantes da guerrilha. Entre eles Espinosa.
 
Recolheram-se, além de papéis, armas, munição e explosivos. Quanto ao mapa, Espinosa acha que é de sua lavra:
 
"Tínhamos o endereço, sabíamos tudo. Era um local em que ele [Delfim] ia sem segurança porque imaginava que ninguém soubesse".

Enviou-se uma cópia do mapa para Delfim. O ex-ministro confirmou que era frequentador de sítio na região indicada em vermelho na folha de papel.
 
Delfim disse que recebera recomendações do regime para redobrar o cuidado com a segurança. Mas desconhecia o plano de sequestro que se armara contra ele.
 
Um plano que só não foi adiante, segundo a versão de Espinosa, porque seus idealizadores desceram ao calabouço antes.
 
O próprio Espinosa, que se autoatribui a coordenação da ação, foi em cana no dia 21 de novembro de 1969.
 
Àquela altura, conta ele, a conclusão do plano de sequestro “ainda levaria 15 ou 20 dias”. 
“Aconteceria por volta de dezembro. O comando nacional sabia, não houve nenhum veto [...]. Havia uma preparação militar que não estava concluída".
 
Decorridos quase 40 anos, Delfim e Dilma, unidos pelos sortilégios do destino, compartilham os ouvidos de Lula.
 
O ex-czar econômico da ditadura é agora um dos mais assíduos conselheiros do presidente. É também um entusiasta da candidatura presidencial de Dilma.
 
Num presente assim, tão amistoso, a história acaba mesmo virando mero viaduto a ligar os vestígios esmaecidos do real aos indícios vivos da conveniência.
Fonte: Blog Josias de Souza - Jornal Folha de São Paulo

Gente de OpiniãoQuarta-feira, 24 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

Maurício Carvalho defende isenção do imposto de renda para professores em audiência pública na Câmara

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (12), audiência pública para debater o Projeto de Lei 165/2022, que prop

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia tem nova diretoria.

Nesta quinta-feira, (07/09) o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Rondônia  - (SINSEMPRO) realizou Eleições  para a escolha da nova d

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

Retomada do diálogo sobre a pavimentação da BR-319 é uma boa notícia ao setor produtivo, diz presidente da Fecomércio

O presidente da Fecomércio-RO e Vice-Presidente da CNC, Raniery Araujo Coelho, se manifestou nesta quarta-feira 16.07 sobre a retomada das discussõe

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

Governo Federal institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens e o comitê gestor

O Governo Federal instituiu nesta terça-feira, 8 de abril, a Portaria Conjunta que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre

Gente de Opinião Quarta-feira, 24 de dezembro de 2025 | Porto Velho (RO)