Geração de energia solar em dezembro

Previsão inicial era para junho, mas estudos ambientais estão demorando a ficar prontos, segundo MPX

A previsão para o início da geração de energia da usina solar da MPX em Tauá, município a 344 quilômetros de Fortaleza, avançou seis meses, passando de junho próximo para dezembro deste ano. Segundo o coordenador de prospecção e parceria da MPX, Marco Antônio Costa Vieira, o atraso no cronograma deve-se à demora na entrega dos pareceres arqueológicos e paleontológicos e da licença provisória.

"Estamos aguardando todos os rituais da lei que exige esses estudos e diagnósticos. Imaginávamos que seria mais rápido e menos complicado porque a usina de energia solar é de impacto ambiental zero porque não vamos cavar, é só colocar os painéis no solo, mas o local é marcado por registros fósseis", disse. "Estamos esperando esses trabalhos, para entregá-los na Superintendência do Meio Ambiente (Semace)".


Processo

Vieira explicou, que após a aprovação da Semace, os passos seguintes consistem em levantamento topográfico, desmatamento para implantação dos painéis e relocação de linhas de energia da Coelce que passam pelo terreno, e montagem da usina.

De acordo com ele, se os estudos forem entregues nos próximos 60 dias, o primeiro módulo de operação da usina solar deve começar em dezembro com a geração de 1 megawatt (MW). A partir daí, conta-se entre quatro e cinco anos para a instalação total do empreendimento com capacidade final para gerar 50 MW. Até lá, a implantação da usina é dividida nas fases de geração de 5 MW, 15 MW e 35 MW. Um terço da área completa será ocupado pelos painéis, ou seja 70 hectares de 204 hec. O restante será destinado para reserva e proteção ambiental, conforme Vieira.

O total de recursos aplicados soma R$ 250 milhões. O coordenador destacou que o investimento faz parte do compromisso da MPX de flexibilizar a matriz energética oferecida no Brasil. "O País não pode contar só com a energia hidráulica, mas também eólica, carvão, solar e outras", comentou. "Também temos o compromisso em gerar novas tecnologias e garantir que parte da energia gerada seja renovável".

É esse compromisso que, segundo ele, leva a empresa a investir em energia solar apesar do alto custo. "A energia gerada a partir do sol será vendida com prejuízo. Só alcançaremos um custo competitivo em 2015", observou.


Benefícios para a região

Apesar da usina não gerar um alto número de empregos diretos, o coordenador acrescentou que o empreendimento beneficia a economia da região com o incremento no turismo e com atração de empresas que compõem a cadeia produtiva de geração de energia solar, como os produtores de painéis. "A usina geradora sempre atrai empresas produtoras de componentes. Isso aconteceu no mundo todo. Estamos dando o primeiro passo, mas já há negociação para a vinda de empresas do setor", disse.

"Além disso, a usina atrai curiosos, incentiva um turismo. A partir daí, há aumenta o movimento de visitantes na cidade, o que fortalece os serviços de pousadas, restaurantes, transporte e o comércio local".

(Fonte: Diário do Nordeste/CE/Carol de Castro)