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Liberdade americana versus liberdade europeia


António da Cunha Duarte Justo - Gente de Opinião
António da Cunha Duarte Justo

Recuo da Europa em valores fundamentais e liberdade de expressão

 

Na Conferência de Segurança de Munique (14-16.02), o vice-presidente dos EUA, JD Vance, expressou preocupação com o que chamou de "recuo da Europa" em relação a valores fundamentais partilhados com os Estados Unidos, como a liberdade de expressão e a democracia. Vance destacou que a maior ameaça à Europa não vem de atores externos, como Rússia ou China, mas de dentro, citando exemplos como a intervenção da UE para anular eleições na Roménia, condenações por crimes de ódio na Suécia e no Reino Unido, e propostas de leis que permitiriam o encerramento de redes sociais em tempos de agitação social...

É um facto observável que a UE (Bruxelas) está a afastar-se da sua tradição cultural cristã, adotando uma postura mais alinhada com ideologias marxistas e maoístas.

Para Vance, a verdadeira ameaça à democracia europeia não vem dos eleitores, mas das elites no poder, que agem de forma ideológica e censuram vozes dissidentes...

Naturalmente não será de esquecer que embora da parte europeia esteja em causa a ideologia esquerda-Woke, da parte dos EUA está em causa a segurança do dinheiro a longo prazo...

Perante uma sociedade europeia cética, a forma empenhada de Vence recorda um pregador a fazer a exegese da parábola do filho pródigo.

António da Cunha Duarte Justo

Artigo completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9874

 

 

 

DOS BOYS AMERICANOS E DA VACA EUROPEIA

 

Entre comédia e tragédia, os cowboys  da América estão a colocar a mitológica Vaca Europa sob grande estresse. Habituada a ruminar tranquilamente as doutrinas progressistas de Marx e Mao servidas pelos seus pastores de Bruxelas, a pobre réstia de sonho comunitário agora encontra-se atolada no lamaçal das suas próprias contradições.

A tempestade que varre os ares políticos americanos não só ameaça as colheitas democratas nos EUA, mas também os campos utópicos dos seus fervorosos aliados europeus. A esquerda-Woke, sempre à frente na caça aos hereges, encontra-se agora encurralada pela realidade: o novo presidente americano não se interessa pela Europa. Quem diria? Depois de quatro anos de crucificação mediática de Trump, eis que chega um sucessor ainda menos atencioso com os caprichos do Velho Continente.

E o que faz a Europa? Agarra-se desesperadamente a Zelenskyj, o cómico transformado em tragédia, agora convertido em presidente sem mandato, sustentado pela hipocrisia de uma União Europeia que apostou tudo na sua guerra de princípios contra a Rússia. O guião político alcança novos patamares: o antigo actor, feito presidente, até há pouco louvado como herói da resistência, passa a símbolo do fracasso da política externa europeia. A NATO já teve o seu Vietnam no Afeganistão, agora a UE prepara-se para o seu próprio Waterloo ucraniano.

Os media europeus, sempre com um olho na propaganda e outro na sobrevivência, continuam a dançar a valsa da ilusão. Os mesmos que trataram os americanos comuns como broncos incultos agora precisam que esses mesmos americanos os salvem da enrascada geopolítica em que se meteram. Entre discursos inflamados e promessas vazias, assiste-se a uma corrida contra o tempo para conseguir um lugar à mesa das decisões, mesmo que o banquete seja apenas uma serventia da realidade.

A Europa e Zelenskyj, encostados um ao outro como dois jogadores que perderam todas as cartas, mantêm-se de pé apenas pela força da retórica. Se o comediante político acabar como mártir, será por sacrificar-se no altar de uma elite europeia que sempre preferiu sonhar com vitórias impossíveis a encarar a dura realidade.

No fim, a vaca europeia continuará a ser ordenhada pelos boys americanos, e os cidadãos europeus, esses, ficarão com o que sempre lhes coube: a conta para pagar e a ilusão de que ainda têm voz na história que outros escrevem por eles.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9878

 

TROPAS DA UE PARA A UCRÂNIA APÓS NEGOCIAÇÕES COM PUTIN?

 

O Secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou recentemente em Bruxelas que “nunca foi prometido à Ucrânia que um dia seria membro da NATO” ...

Hegseth destacou ainda o papel estratégico da Polónia, que já investe 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) no setor militar, elogiando o país como um aliado fundamental. No entanto, deixou claro que “os Estados Unidos não vão continuar a tolerar uma relação desequilibrada” com os europeus. Segundo ele, caberá à Europa assumir a maior parte dos custos da reconstrução militar e civil da Ucrânia, um esforço que poderá exigir um montante gigantesco, estimado entre 500 mil milhões e o dobro desse valor.

O Secretário da Defesa norte-americano afirmou que, em princípio, os EUA não enviarão tropas para a Ucrânia, e a NATO também não o fará...

Para garantir a segurança europeia, os EUA limitam-se a atuar como um “guarda-chuva nuclear” ...

No que diz respeito à Ucrânia, Hegseth defende que “temos de começar por reconhecer que um regresso às fronteiras anteriores a 2014 é um objetivo irrealista”. Esta posição sugere o reconhecimento da anexação da Crimeia e parte do Donbass pela Rússia...

A estratégia astuta do governo norte-americano, embora não retratada como hostil, coloca a Europa numa posição de dependência, quase como num “cativeiro autoinfligido”.

Para o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “garantias de segurança sem a América não são garantias de segurança” ...

com Trump o discurso político e público na Europa tenderá a tornar-se mais objetivo, menos ideológico e mais focado na economia e no fortalecimento da indústria militar. Este realinhamento estratégico poderá definir o futuro da segurança continental e das relações transatlânticas.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9876

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