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Epidemia de Homenagens


Epidemia de Homenagens - Gente de Opinião

VOCÊ JÁ VIU TANTA GENTE SER HOMENAGEADA em tão pouco tempo por aqui? Pois é... Por que será? Teriam os políticos sido contaminados por um vírus que os fez reconhecer méritos nas pessoas? Parece que não é bem esse o caso visto que algumas das pessoas que receberam tais homenagens, mormente títulos honoríficos, não apresentam os requisitos necessários para a tal.

Não precisamos pensar muito para concluir que o vírus causador dessas bondades pirotécnicas responde pelo nome e sobrenome de “interesse pessoal”. Sim, políticos são movidos, quase sempre, por excessivos interesses pessoais. Em períodos pré-eleitorais, principalmente, para a maioria deles vale quase tudo para ganhar o voto do maior número de eleitores.

Um certo governador daqui, pelo que dizem as más línguas, recebeu o epíteto de “Zé das Medalhas”, face ao número de medalhas Mérito Rondon distribuídas no governo dele — numa única noite, mais de uma centena —, a ponto de a solenidade de entrega ter varado a madrugada. Os observadores de plantão mais argutos até hoje não sabem o motivo de tanta gente ter sido laureada com essa que é a maior condecoração que alguém pode receber nestas terras de Rondon.

Querer buscar critérios meritosos para a seleção de todas essas pessoas, certamente é tentativa vã, perda de tempo. Os políticos que outorgam essas condecorações visam seus próprios interesses e não aqueles — que seriam dignos e justos — que deveriam balizar a escolha dos verdadeiros benfeitores que existem em nossa amada Rondônia. Entre os escolhidos, é justo que seja dito, há aqueles que, de fato, as essas homenagens, mas esses não são a maioria (apaniguados e similares abundam).

Portanto, não há como ser contra homenagear pessoas que contribuem, de modo fático, para o crescimento e o desenvolvimento social de qualquer comunidade. O que se questiona é a falta de critérios adequados para avalizar essas escolhas. 

A outorga injusta de títulos honoríficos traz danos tanto para os que são agraciados por eles como para os que não o são. Para os que são sem merecimento, esses ficam expostos a críticas negativas e até à chacota. Quanto aos que as recebem merecidamente, há razões para se sentirem desprestigiados por serem comparados com gente que, sabidamente, não tem méritos para estar ali. Quanto aos que não recebem, é possível até que se revoltem por terem sido preteridos por nulidades.

Impõem-se que se diga, ainda, que aquelas honrarias que recebem nomes de pessoas como, no nosso caso, notadamente as medalhas com o nome do marechal Rondon, quando entregues a pessoas sem méritos, denotam desrespeito à memória de quem as denomina ao tempo que as desvalorizam. No mais, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, nosso ícone maior, é um exponencial exemplo de quem não merece ter sua imagem atingida por esse tido desrespeito.

Não nos iludamos, essas ações oportunistas farão sempre parte do repertório de políticos que não olham tão somente para o próprio umbigo porque suas globosas barrigas cheias de desejo de poder não o deixam vê-lo.

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