Quarta-feira, 9 de agosto de 2023 - 15h16
A temperatura mais elevada em Porto Velho, nesta época do ano,
precisa ser olhada com maior atenção pelos governos estadual e municipal. São
problemas de várias ordens que contribuem para gerar e aguçar situações de
conflitos entre os moradores da cidade. Some-se a isso o cada vez mais grave
quadro de doenças próprias do período de estiagem e há indicativos que apontam
para a ampliação da instabilidade. Estudos revelam que altas temperaturas
influenciam no comportamento das pessoas. Por isso, a mudança climática exige
ser acompanhada pelos governos como uma questão de saúde pública.
Na capital, a alta temperatura, aliada à falta de espaços
públicos de convivência, de uma extensão maior de áreas arborizadas e a grande
quantidade de veículos automotores em
circulação criam um cenário de guerra urbana, com motoristas, motociclistas e
pedestres visivelmente alterados, que parecem viver em permanente estado de
explosão emocional, prontos para extravasarem seu excesso de raiva no primeiro
que lhes aparecer pela frente.
É comum observamos o enfrentamento de pedestres, motoristas e
motociclistas. Buzinas acionadas, troca de palavrões e mal-estar generalizado
podem ser vistos com frequência em vários pontos da cidade. Enquanto o
motorista apressado usa os raros espaços de calçadas para fazer ultrapassagens,
indiferente à sinalização, tem sempre aquele pedestre que prefere correr todos
os riscos a utilizar a faixa a ele destinada. No fundo, parece que há um
aguçamento de hostilidades neste período do ano, com o aumento dos níveis de
temperatura, que se espraia para os locais de trabalho, lazer, escolar e para
as residências, que poderia ser facilmente evitado se houvesse um pouco mais de
racionalidade e respeito ao próximo por parte dos principais personagens que
fazem o trânsito da nossa cidade, com cada um adotando atitudes saudáveis e
procurando aprender a conviver com os transtornos causados pela mudança de
temperatura.
Infelizmente, o que se tem visto é a inexistência de qualquer
ação nesse campo, com cada um resolvendo os problemas do seu jeito, onde
ninguém se preocupa em procurar prevenir quadros mais graves. E o poder público
tem sua parcela de culpa, quando não adotar as medidas necessárias que poderiam
ajudar a minimizar os problemas que a população vive nesta época do ano. Em vez
disso, prefere ignorar as evidências, deixando a coisa correr solta.
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