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Crônica

A magia do cinema


Ilustração: Viriato Moura - Gente de Opinião
Ilustração: Viriato Moura

A magia do cinema, hoje mais mágica do que nunca, faz releituras das artes literárias, da mitologia, da história, das várias vertentes das artes cênicas e até mesmo da ciência, levando o encanto pra dentro das nossas casas, via telas menores, como se a TV, o celular e a internet fossem meros braços divulgatórios do cinema; um aperitivo, um convite para comparecer à sala escura, com tela gigante, onde a magia pode se expandir a 3D, e saborear, com todos os sentidos, o poder da varinha de condão, no processo criativo da realidade virtual, na qual tudo pode acontecer, transformando o cinema numa arte mágica por excelência, capaz até mesmo de seccionar o Mar Vermelho.

Nem o Vento Levou Os Oito Odiados de Rondônia, viraram Ghost 

A ideia de arte pode ser especificada a partir da enumeração das sete artes tradicionais: Pintura, Escultura, Dança, Teatro, Literatura, Música e Cinema. Todas estas manifestações são expressões da criatividade, mas nenhuma delas se sobressaiu tanto quanto o cinema, a ponto de se transformar numa indústria poderosa. Hollywood produz anualmente cerca de 800 filmes, muitos permanecem na memória coletiva, são inesquecíveis. Qualquer pessoa que goste de cinema tem o seu filme e os seus protagonistas preferidos, especialmente os que marcaram presença nas festas do Oscar, do Globo de Ouro (EUA) ou da Palma de Ouro de Cannes (França), onde Anselmo Duarte e Dias Gomes invocaram Iansã, pagaram promessa  (O Pagador de Promessas), via Zé do Burro, e assim ganharam o único ouro da história do cinema brasileiro, em 1962. Hoje, só os Parasitas ganham.

 

O 19º Covid Furado! Com Giuliano Gema! Em cartaz no cine Resky.

 

Entrar na história do mundo pela porta do cinema, participar das grandes guerras mundiais, sem ter vivido naquela época, conhecer inúmeras histórias, tragédias, dramas, comédias, animações, desenhos, pelas mãos do Dr. Hollywood, o inventor do cinema, são algumas das possibilidades da magia. Não se trata de acompanhar a evolução do cinematógrafo (1895 a 2020), mas de perceber como a magia foi, divinamente, do simples ao extraordinário, do mudo ao estéreo, do preto e branco ao colorido, de Chaplin a Antonioni , em tão pouco tempo, fazendo com que o Oito e Meio de Fellini seja maior e mais genial do que o dez da matemática.

Por um Punhado de Cruzeiros, direção de Guido Margarina e participação  especial dos Irmãos Metralhas, no cine Brasil.

         O cinema transita pelo tempo, com uma desenvoltura inigualável, se deixando manipular por dezenas de grandes mágicos da direção, do roteiro, da trilha sonora, da fotografia, dos efeitos especiais, do computador, do elenco (principalmente), que, depois de uma Odisseia no Espaço com Stanley Kubrick, fizeram uma visita aos dinossauros com Steven Spielberg, sem esquecerem de dar uma ajudinha  ao ambiente misterioso do mágico Harry Potter, ou de se perderem em Marte, na pele de Matt Damon, divertindo milhões de espectadores, em todo o mundo. O suspense vinha da cabeça de Hitchcock e a animação dos Estúdios Disney. O rugido do Leão da Metro ainda é a causa da Psicose de muita gente.

 Preguiça gigante abraçada a um Mapinguari, tomando banho de lua, às margens do rio Acre, o filme do ano: O Mapinguari tarado, no cine Lacerda.

 A pequena minhoca apaixonada, conhecida por Lumbricus, vivia um drama, já estava na quinta paquera e não achava o parceiro ideal, foi aí que resolveu visitar a superfície. Conheceu várias espécies, porém nenhuma atendeu suas expectativas performáticas. Decidida, pediu transformação ao mágico hollywoodiano: poderia virar uma Sucuri, mas se contentou em retornar ao buraco, depois que ficou sabendo, que os outros animais tinham um único coração. Se era chato viver no submundo do subsolo, com dez corações, imagine na superfície. Revoltada com a informação, fez cocô no chão, pra realçar o verde, e saiu serpenteando o quadril, em busca de novas paqueras, ignorando o formato do pecado, com trilha sonora de Andréa Figueiredo e Ennio Morricone.

Nem Django Matou o Mito, do mesmo diretor de Quem Matou Olavo? Lançamento simultâneo nos shoppings da rede Cascavel, em todo o Brasil.   

Dirigir uma história, no cinema, é fazer magia com uma câmera e todo o seu séquito, do qual faz parte não só o elenco, mas um corpo técnico de respeito. É oferecer ao público a oportunidade de acreditar num universo, ao qual ele não está acostumado. São alguns minutos ou poucas horas, para você migrar para outra realidade, onde o inimaginável se torna banal ao atravessar um guarda-roupas, uma ponte ou uma estação de metrô. A magia é fazer o público acreditar no que está acontecendo na tela. Mas o cinema não é só diversão, é também protesto, cultura, é a forma de conhecer o sobrenatural, o sexo, a violência, é a possibilidade de registrar fatos e descobertas em documentários magníficos, é permitir uma viagem interior exploratória das emoções, acompanhando o desenrolar de inúmeras cenas dramáticas, um mundo alheio ao seu dia-a-dia, mas real, nem que seja pelo tempo de uma sessão virtual. E o sertão virou mar.

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