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Crônica

A difícil adolescência de Marcelo Caetano


Humberto Pinho da Silva - Gente de Opinião
Humberto Pinho da Silva

Quando em novembro de 1997, escrevi crónica sobre o grande jornalista Pedro Correia Marques, tentei colher dados biográficos dessa figura incontornável, da primeira metade do século XX.

Interessava-me mostrar, aos leitores, não o intelectual, mas o carácter, e como era na vida privada, e no seio da família.

Fiz várias diligencias e consegui contactar Dona Maria Helena Moreira, residente em Londrina, filha mais nova ( caçulinha) do famoso jornalista lisboeta.

Após expor o carácter e a bondade do pai, disse-me como o jornalista conhecera Marcelo Caetano. Transcrevo, palavra por palavra que me transmitiu:

" O falecido Professor, e ex. - Presidente do Conselho (primeiro-ministro,) entrou como redator para " A Voz", e por vezes era preciso fazer noite dentro. A família de Marcelo Caetano era muito pobre, e o estudante universitário trabalhava para não pesar no orçamento familiar, mas o dinheiro não dava para andar de táxi. Se o serão era longo, lá e ia o último " elétrico", e o Marcelo tinha de ir embora a pé. Perante isso, o meu pai, começou a mandá-lo antes do fim do expediente, para que ele pudesse apanhar o "elétrico", e ficava fazendo o trabalho dele: rever textos, corrigir prosas defeituosas, ás vezes ir até à tipografia, acertar pormenores. É preciso lembrar, que meu pai era então o chefe de redação e editor do jornal. Vale dizer que Marcelo Caetano lhe ficou sempre grato por isso, e ao longo da sua carreira profissional (Prof. Universitário,) e político o tratava sempre de "mestre", com a maior consideração."

Julgo que o leitor, como eu, desconhecia essa faceta de Marcelo Caetano.

Pedro Correia Marques, foi sempre humilde, bondoso e pronto a auxiliar todos que a ele recorriam, por isso acolheu o universitário pobre, que trabalhava para poder estudar.

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