Sábado, 16 de dezembro de 2017 - 18h08
*Dimas Maintinguer
Na engenharia de barragens para hidrelétricas, a questão da segurança das instalações é o elemento que norteia o projeto desde sua concepção. O local para a instalação da futura usina é escolhido observando critérios técnicos sendo o tipo de terreno fator preponderante na definição do projeto. São feitas sondagens de diversos tipos em rocha e solo, cujas amostras (chamadas de testemunhos) são levadas para laboratórios e verificadas por especialistas a composição dos materiais, identificando os minerais, ou seja, tudo que estará no subsolo que servirá de base para construção do Empreendimento. Também é feita uma pesquisa sobre os materiais e equipamentos que serão necessários na fase de construção, se existem na região onde será construída a barragem ou se haverá necessidade de trazer de outras regiões.
A preocupação com a segurança da futura barragem começa na prancheta dos projetistas, que levam em conta diversos parâmetros técnicos e principalmente o tipo do rio onde será implantada a hidrelétrica onde se apuram os dados hidrológicos e as características, como volume da água e sedimentos presentes. Também são levados em consideração os aspectos climáticos e ambientais da região.
No caso da Hidrelétrica Santo Antônio, a partir da concessão da licença para início dos estudos expedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2001, foram seis anos de estudos e levantamentos onde se apurou como melhor local para construção a região da cachoeira de Santo Antônio, especialmente por causa do maciço de granito existente na região. Centenas de furos de sondagem foram feitos na área para conhecimento do subsolo e para garantir que toda a estrutura que no futuro faria parte da hidrelétrica estaria apoiada em terreno sólido.
Com o início das obras em 2008, foi possível aproveitar a grande quantidade de rocha existente no local. Depois de construída com todo o rigor previsto nas normas vigentes e nas boas práticas da engenharia mundial e acompanhamento de órgãos do setor, todo o barramento foi equipado com mais de 500 instrumentos, capazes de detectar a mais insignificante alteração nas estruturas construídas sejam em solos ou em concreto, Para isso, foi utilizado o monitoramento diário de uma equipe composta por engenheiros, topógrafos, técnicos de instrumentação, auxiliares, e empresas de consultorias garantido o total acompanhamento do comportamento de cada instrumento instalado em tempo real, de acordo com procedimentos de engenharia pré-definidos.
É por todo este conjunto de atividades, iniciadas no projeto e executadas com rigor, bem como o sistema de monitoramento existente através de uma rede de instrumentação, que confiamos na segurança da nossa barragem, e que teve como grande teste a cheia histórica de 2014 quando houve a constatação de que a hidrelétrica está implantada para suportar eventos desta natureza.
*Dimas Maintinguer
Engenheiro Elétrico, desde 2015 é Diretor de Operações da Santo Antônio Energia
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