Sexta-feira, 7 de agosto de 2015 - 20h01
Queimada numa das margens da rodovia BR-425, perto de Guajará-Mirim /Fotos Esio Mendes
Montezuma Cruz (*)
Em Porto Velho
O Comitê de Prevenção, Proteção às Áreas Ambientais e Combate a Incêndios Florestais em Rondônia depende apenas do relatório oficial do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) para reconhecer, na próxima semana, a situação de emergência em Porto Velho e no interior do Estado, onde se multiplicam os focos de incêndios e queimadas neste período de seca.
Da lista aguardada pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM-RO) deverão constar pelo menos 15 municípios. “Na derradeira reunião, a Promotoria do Meio Ambiente exigiu queimada zero, mas o que vem pela frente nos preocupa, porque ainda falta a conscientização das pessoas”, lamentou nesta sexta-feira (7), o coordenador
Tenente-coronel Leal: só conscientização evita queima em terrenos urbanos e na mata nativa |
operacional do comitê, tenente-coronel Lindoval Rodrigues Leal.
Desde o final do mês de julho, em média 20 municípios têm roças, margens de estradas vicinais e terrenos urbanos afetados pelo fogo acidental ou provocado. Por causa da propagação do fogo em capoeiras e matas nativas, a BR-364 continua desafiando a Polícia Rodoviária Federal, o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade e o Batalhão Ambiental da Polícia Militar. Um dos trechos que mais queimam, anualmente, situa-se entre Porto Velho e Itapuã do Oeste.
Na Capital, o excesso de terrenos baldios tomados pelo mato seco se tornou o combustível para focos de queimadas. “Se fossem limpos, conforme determinam leis municipais, o fogo diminuiria 50% e nós teríamos menos fumaça, fuligem e poluição nos céus da Capital”, opinou o tenente-coronel Leal.
Ainda segundo o coordenador, a fumaça começa a levar problemas ao tráfego aéreo e, novamente, causando problemas respiratórios. “Há queixas de todos os lados: de pilotos e de famílias que levam crianças para as unidades de saúde”, observou.
A prefeitura trabalha em três frentes, conforme o secretário municipal de Meio Ambiente, Edjales Benício. Segundo ele, o número de denúncias praticamente dobrou em relação a 2014. No primeiro semestre do ano passado, ocorreram 160 casos, todos denunciados. Neste ano, até julho, a secretaria recebeu 304 denúncias. Banners espalhados pela cidade apelam: “Queimada urbana é crime”. As multas variam de R$ 2.952 a mais de R$ 5.904. Vestidos com camisetas amarelas, com a frase “Não queime”, servidores da Sema fazem caminhadas em pontos estratégicos de Porto Velho, apelando à população para que evite queimar. Um dos pontos é o cruzamento da rua Carlos Gomes com a avenida Jorge Teixeira.
Comitê de Prevenção, CBM-RO e a Comissão Estadual de Defesa Civil, sediada no Quartel Geral dos Bombeiros, apelaram novamente à população estadual para que denuncie o fogo pelos telefones 190 e 193. “Só a conscientização e a punição resolvem o problema. Do contrário, ficamos na amenização”, advertiu o tenente-coronel Leal.
Ele teme a iminente ocorrência de incêndios florestais em Rondônia. Ao mesmo tempo, lembrou que, mesmo a formação de bombeiros civis autorizados por lei federal depende de ações e orientações de bombeiros militares. “Eles precisam fazer cursos conosco, e o tempo já é curto”.
Devido à limitação do número de brigadistas na Eletronorte, na Usina Hidrelétrica de Santo Antonio, na Base Aérea e em outras unidades civis e militares, a contratação legal ainda é problemática. Essa falha no controle do fogo permite interpretações errôneas da população. “Eles não têm obrigação legal de sair dos seus limites de atuação para debelar queimadas e incêndios, porém, a queixa maior recai sempre sobre os bombeiros”, explicou Leal.
Segundo ele, o comitê ainda se vale do esforço e união entre diversos órgãos públicos estaduais e federais para poder atender a contento situações emergenciais. Da Sedam, por exemplo, espera-se a elaboração de lei que permita a contratação de brigadistas pelo menos no período seco a cada ano.
Cem escolas, 30 associações de moradores e 20 prefeituras deverão ser abrangidas por uma série de atividades previstas pela Sedam, de acordo com a coordenadora de Educação Ambiental da secretaria, Maria do Rosário Silva. Ela anunciou o projeto “Não fogo, mais vida”, prevendo novas atitudes, a partir da vivência de cada indivíduo e seu despertar para o meio ambiente.
(*) Original publicado no portal da Secom-RO.
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