Sexta-feira, 16 de setembro de 2016 - 15h10
Na Carta Capital
De Curitiba
O Ministério Público Federal denunciou formalmente nesta quarta-feira 14, em Curitiba, o ex-presidente Lula, sua esposa Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, além do empresário Léo Pinheiro, da OAS, dois executivos da empreiteira e dois investigados.
Por mais duas horas, os procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato fizeram uma exposição para tentar mostrar que Lula era o “maestro de uma orquestra criminosa”.
Em nenhum momento, porém, foram presentadas provas que justificassem a denúncia contra o ex-presidente. A palavra mais usada foi “evidências”.
O curioso, no entanto, é que boa parte dos grandes jornais e da mídia televisiva não se ateve a algumas questões que suscitam, no mínimo, controvérsia e preocupação.
Após a exposição, durante a entrevista coletiva, o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa, foi questionado se, com a identificação do “comandante do petrolão”, seria possível afirmar que a Lava Jato está chegando ao fim.
Dallagnol reconheceu que “a identificação do comandante significa que a operação chegou ao ápice, ao topo da pirâmide, o que impede de avançar verticalmente para cima, mas não impede a expansão horizontal”.
Ora, Lula não é mais a maior autoridade do País. Apenas um ex-presidente sem qualquer cargo ou função política oficial. As delações premiadas, tão incentivadas pela Lava Jato, são pródigas em denúncias que envolvem, inclusive, o agora presidente Michel Temer (PMDB-SP).
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) engrossa o rol de outras tantas. Temer não pode ser investigado por atos anteriores a sua chegada ao Planalto, mas Aécio só pode ser investigado pela Procuradoria-Geral da República. Ainda assim, o trabalho do Ministério Público Federal no Paraná foi fundamental para subsidiar a atuação da PGR contra políticos.
Por acaso todas essas “evidências” cairiam no ostracismo e “o avanço vertical” seria apenas em busca das “sardinhas e não mais dos tubarões”?
Outra questão abordada é o porquê de Lula, apesar de ser considerado o “comandante em chefe de uma quadrilha” não ter sido denunciado por chefiar um esquema de corrupção e sim por “corrupção e lavagem de dinheiro ”. O procurador-chefe fez questão de afirmar que “não estamos acusando Lula por liderar uma organização criminosa, mas outras pessoas sim”.
Dallagnol justificou que essa apuração tramita perante o Supremo Tribunal Federal, e não em primeira instância e, assim, a acusação caberia ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot — não sem antes antecipar que: “eu tenho absoluta confiança de que, no momento apropriado, irão formalizar seus juízos a respeito desses fatos”.
Mas se não o acusam e não há provas que o incriminem, como é possível tachar Lula de “comandante de uma quadrilha”?
A última questão foi saber quais provas ou evidências demonstravam que os supostos recursos canalizados para o ex-presidente vieram, de fato, dos três maiores contratos da OAS com a Petrobras. O procurador Roberson Pozzobon não soube justificar.
Sem entrar em detalhes, Pozzobon afirmou que havia um caixa geral (“não uma conta oficial, mas uma espécie de conta virtual”) em que eram aportados recursos de todos os contratos com a Petrobras e, “nesse caixa, a OAS representava um percentual muito alto”.
A coletiva, que se transformou num festival de power points, teve todo o conteúdo político para desqualificar o ex-presidente Lula. Em nenhum momento, porém, os procuradores apresentaram qualquer prova para incriminá-lo. Era preciso mostrar o troféu, afinal, a “operação chegou ao ápice”.
Será que a Lava Jato está com seus dias contados?
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