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CARAVANA: Nos altiplanos dos Andes, de Puno à Arequipa



Começamos cedo o sexto dia no Peru, tomando café e prontos para fugir da altitude de Puno e chegar a Arequipa, no altiplano dos Andes, a cerca de 320 quilômetros ao sul, descendo a cordilheira dos atuais 3.800 metros para 2.600, uma diferença considerável para o organismo desacostumado como o dos membros da comitiva Fronteiras do Progresso.

Saímos às 9:10 em direção a Juliaca para entrar na carretera (rodovia) Transoceânica. Apesar do céu azul sem nuvens e do sol brilhante, os termômetros marcavam 8 graus na beira do Titicaca, nossa última vista de Puno. Abastecemos e seguimos viagem pela rodovia, que neste trecho está pronta, muito bem sinalizada, com pouco movimento e sem nenhum buraco. Que diferença de Porto Velho!

A viagem seguiu tranqüila, aliás neste domingo praticamente passamos o dia viajando, pois apesar da distância entre as duas não ser muito grande, levamos quase seis horas para percorrê-la, e com razão: a todo momento parávamos para fotografar as alpacas (espécie de lhamas menores), os montes nevados e os vulcões. A paisagem é monocromática, as casas não são pintadas e nem rebocadas, fica tudo muito igual na paisagem.

Passamos por alguns povoados, e em todo o trajeto somente grandes montanhas com o cume entre as nuvens totalmente desabitados. Ali não é um bom lugar para o carro pifar, em mais de cem quilômetros não passamos por nenhuma oficina, nem borracharia, e muito menos restaurante, apenas algumas bodegas à beira da estrada. Notamos também muitas cruzes à beira da estrada, de vítimas de acidentes na rodovia.

Devido ao frio não existem árvores, insetos e nem pássaros, somente a vegetação rasteira e rala sobrevive, além de cactos, a partir dos 3.000 metros. Numa das paradas, inclusive, alguém apareceu com uma bola de futebol, mas não deu nem para começar, o frio e o vento eram muito fortes, e se alguém tentasse dar um pique de 20 metros provavelmente teria um ataque cardíaco. Nestes três últimos dias sentimos na pele a dificuldade que os jogadores enfrentam ao disputar partidas em grandes altitudes, mal conseguimos andar, que dirá correr. Outro problema sério foi a falta de banheiros, não passamos por nenhum posto e o jeito foi fazer na beira da estrada mesmo.

Às 15:00 horas entramos em Arequipa, aos pés do vulcão Misti, que é assustadoramente alto e impressionante, nesta que é capital da província de mesmo nome e grande produtor de cimento (uma fábrica funcionava a todo vapor bem em frente a uma escola coberta de pó cinza na entrada da ciade). Arequipa é uma metrópole com cerca 860.000 habitantes, a segunda maior cidade do país, somente inferior a Lima, a capital. Fomos direto almoçar no El Montonero, um restaurante de comidas típicas peruanas, excelente atendimento e preços justos, pois as porções, apesar de individuais, são bem grandes e duas pessoas comem sem problemas.

Do restaurante seguimos com os batedores da polícia local para o hotel Libertador, que é da mesma rede que ficamos em Puno, sendo recebidos com festa pelos funcionários, que fazem de tudo para agradar os hóspedes recém chegados e acomodar a todos, o que convenhamos, não é tarefa das mais fáceis, principalmente em se tratando de um grupo de 70 brasileiros cansados de estrada.

Já são quase dez da noite e vou descansar. Amanhã cedo os empresários da caravana terão uma importante reunião na Câmara de Comércio de Arequipa (equivalente à nossa Associação Comercial) para prospectar mercados para exportação/importação de produtos. Os peruanos querem a nossa carne, frango e demais produtos da agroindústria rondoniense, e nos oferecem bebidas, cimento (aqui custa o equivalente a US$ 8,00 a saca de 50 quilos) e calcário.

Às 11:00 horas o governador fala aos empresários peruanos e ao meio-dia reúne-se com o alcaide (prefeito) e o governador da Província, aqui mesmo no hotel. Após o almoço (onde cada um paga sua conta), seguiremos ao porto de Matarani e pernoitaremos em Ilo, cidade litorânea com um grande porto exportador para, na terça-feira de manhã, nos reunirmos com os empresários locais e conhecermos o funcionamento do porto.

Na quarta teremos duas frentes negociando no período da manhã: uma em Tacna, que é a Zona Franca do Peru, e outra em Arica, no Chile, onde o governador Ivo Cassol e empresários se encontrarão com o governador local pela manhã. O governo do Chile recentemente liberou a entrada da carne rondoniense naquele mercado, que é um grande consumidor e importa a maior parte do produto da Argentina, já que não possui terras e clima propício para a produção pecuária.

A agenda prevê o retorno da comitiva ao Brasil na quarta-feira à tarde, partindo de Arica com destino a La Paz, na Bolívia, onde pernoita, seguindo de avião até Guayara-Mirim, na fronteira com o Brasil, atravessando o rio Guaporé e seguindo até Porto Velho, onde deve chegar no final da tarde da próxima quinta-feira.


Fonte: Decom

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