Sábado, 17 de novembro de 2007 - 09h34
A água perdida em vazamentos, fraudes e submedições nas 27 capitais brasileiras seria suficiente para atender o consumo diário de 38 milhões de pessoas. Os números são de estudo do Instituto Socioambiental (ISA) que será divulgado na quarta-feira (21). As perdas atingem, em média, 45% do volume retirado dos mananciais que abastecem os centros urbanos.
Para Marussia Whately, coordenadora da campanha De Olho nos Mananciais, promovida pelo ISA, os números reacendem a necessidade de um trabalho de conscientização sobre o uso racional de um bem cuja escassez pode trazer grandes transtornos à humanidade. Segundo ela, o cidadão precisa entender que pequenas atitudes fazem grande diferença na economia de água.
“Fechar a torneira ao escovar o dente ou fazer a barba e consertar rapidamente pequenos vazamentos que surgem em casa podem gerar grande economia e ajudar a preservação da água”, afirma Marussia. “Tudo é uma questão de mudança de hábitos.”
No ranking do desperdício, duas capitais distantes e de perfil distintos se destacam. Em volume, o Rio de Janeiro lidera as perdas diárias, que equivalem a 618 piscinas olímpicas. Em percentual, no entanto, a primeira posição fica com Porto Velho (RO), que joga fora 78% do que retira dos mananciais.
Na maior cidade do país, é o consumo per capita que impressiona. O valor médio de 221 litros diários consumidos por habitante em São Paulo é o dobro do nível considerado ideal pela Organização das Nações Unidas.
Segundo Marussia, além de promover campanhas de conscientização, o Poder Público deve adotar instrumentos de compensação para os moradores que protegem e contribuem para a produção de água de boa qualidade. “Um bom exemplo é o município de Extrema, em Minas Gerais, onde uma legislação municipal permite que a prefeitura pague pela proteção de áreas, dando benefício para proprietários com a isenção de impostos”, ressalta. - Fonte: Agência Brasil
Falta de seneamento afeta um terço dos moradores das capitais
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