Quarta-feira, 1 de dezembro de 2010 - 09h50
Não queria ser o primeiro jornalista a criticar as idéias adotadas pelo governador eleito Confúcio Moura. Logo eu, que já há um ano atrás afirmava na minha coluna Diário da Amazônia e no Getedeopinião, que ele seria a grande zebra da temporada. Mesmo porque considero Confúcio, que conheço ha uns 30 anos, o melhor prefeito da década - como já foram em décadas passadas Bianco em Ji-Paraná, o falecido Chiquilito Erse em Porto Velho, Melki em Vilhena, Ivo em Rolim etc.
Mas seu anuncio da criação de secretarias de “porteiras fechadas precisa ser mais bem avaliada. A idéia de não ceder secretarias completas, ou seja como se fala na roça de “porteira fechada” – do titular da pasta ao assessor mais simples - para os partidos que integram sua coalizão tem dois lados. O primeiro é que com a medida, o titular da pasta realmente será bem fiscalizado – até demais - o que redunda em muita transparência para seu governo. Já, o segundo ponto é que a coisa poderá ensejar um processo de autofagia dentro das secretarias, mais do que isso, ele ameaça atear fogo no seu futuro governo com gasolina.
Então, imagine, o caro leitor, um secretário da Agricultura indicado pelos Democratas, tendo como adjunto um petista sendo os demais assessores peemedebistas e comunistas? Vamos a um outro caso: Que seja a indicação de um secretário da Educação petista, com um adjunto comunista e assessores Democratas e alguns subordinados tucanos da cota de Expedito? A coisa vai acabar em confusão.
Conseguir composições homogêneas dentro de um próprio partido já é uma dificuldade, então imagine uma secretaria habitada por nove facções diferentes? Serão tigres num mesmo capão trocando bordoadas. Onças aos esturros demarcando território. Jacarés-açus se devorando a dentadas.
O adjunto de um partido já vai assumir o cargo, invariavelmente, interessado em detonar o titular, vazando informações. O titular da pasta sempre terá que ficar com o pé atrás com todos os seus subordinados, inimigos potenciais numa guerra de sobrevivência. E por aí, afora.
Temos, aí, então, um futuro governador inovador, que ao mesmo tempo é um filósofo, um escritor, mas que também já foi coveiro e sargento da PM, para lembrar suas mais variadas facetas. Que atualmente é medico, um político consagrado e com a cabeça fervilhando de idéias – algumas geniais, outras arriscadas, como é o caso das “porteiras fechadas”.
Não querendo voduzar ninguém, pelo que eu conheço da política rondoniense, ouso a adiantar, que a coalizão de Confúcio, ameaça a ruir ainda no seu primeiro ano de governo, tendo em vista os interesses dispares entre as suas correntes na disputa das eleições municipais de 2012.
E a implantação das secretarias de “porteiras fechadas” vai contribuir para transformar o futuro governo numa torre de babel incendiada. Lembra um pouco aquela sua idéia de um governo “triunvirato” em Ariquemes, que de forma muito inteligente, soube recuar, em vista das implicações decorrentes.
Por isso, apelo ao governador Confúcio: pelo amor de Deus, amigo, não cace para sua cabeça. Já não basta todo um serpentário que vai ter que lidar durante quatro anos?
Fonte: Carlos Sperança - csperanca@enter-net.com.br
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