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Brasil negocia hidrelétrica binacional com a Bolívia


 

Energia Usina binacional de 3.000 MW
custaria em torno de R$ 15 bi

 

Fabio Murakawa / Valo /  São Paulo
 

Brasil e Bolívia devem dar em maio o pontapé inicial para a construção de uma usina hidrelétrica binacional no lado boliviano do rio Madeira. A usina, segundo fontes, terá aproximadamente 3.000 MW de capacidade instalada, com custo estimado em R$ 15 bilhões. E, caso se confirme o cronograma pensado por autoridades brasileiras e bolivianas, deve entrar em operação ao redor de 2022.
 

O primeiro passo será a visita do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, ao país vizinho no mês que vem. Segundo as fontes, ele deve assinar na ocasião um memorando de entendimentos com o governo boliviano para dar início aos estudos de viabilidade técnica e ambiental da nova usina.
 

Ao Valor, o ministro confirmou as discussões com a Bolívia. Disse que a hidrelétrica binacional no rio Madeira "tem um sentido estratégico para nós muito grande, pois pode fazer com que possamos otimizar ainda mais as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio e ainda regularizar o ritmo hídrico do rio Madeira de forma mais eficiente, para contribuir enormemente com a economia, tanto do lado boliviano como do lado brasileiro".
 

"Isso [ as conversas com os bolivianos] está andando com velocidade, mas ainda não temos uma data", afirmou Braga.
 

A hidrelétrica binacional deve fazer parte de um acordo de cooperação energética que está sendo negociado entre La Paz e Brasília. O acordo pode incluir também a construção de termelétricas na fronteira e linhas de transmissão que permitam ao país vizinho exportar energia ao Brasil.
 

A intenção do lado boliviano é que todas as novas usinas somem 7.500 MW de capacidade instalada - o que equivale a meia Itaipu. A finalidade desses projetos é a exportação de energia para o Brasil, uma vez que a Bolívia tem uma demanda máxima de 1280 MW.
 

Braga esteve reunido em março em Brasília com o ministro de Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Luis Alberto Sánchez Fernández, e uma comitiva boliviana que veio ao país para discutir o tema. Na ocasião, os bolivianos se reuniram também com representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), da Eletrobras, do Ministério do Meio Ambiente, do Itamaraty e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A expectativa do governo boliviano e de especialistas do setor elétrico é que a usina binacional seja financiada pelo banco estatal brasileiro.
 

Uma fonte do governo brasileiro disse que, pelo cronograma pensado até o momento, a obra deve começar em 2018, após a apresentação de todos os estudos técnicos e a aprovação pelos Legislativos dos dois países.
 

"Os bolivianos querem exportar energia para o Brasil", disse a fonte. "E para nós interessa essa cooperação energética, dado que o Brasil está precisando de energia."
 

Uma fonte do governo boliviano disse ao Valor que, no encontro em maio, técnicos dos dois governos devem ter uma ideia mais clara do valor da obra e também sobre a questão do financiamento.
 

Segundo Nivalde José de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da UERJ, a usina custaria em tomo de R$ 15 bilhões. E "o lógico é que o BNDES financie essa obra", afirmou.
 

Castro atuou como consultor do governo boliviano na elaboração de uma nova lei para o setor elétrico, que deve regulamentar, entre outras coisas, a exportação de energia pela Bolívia.
 

"A construção da binacional pode abrir as portas para a exportação de energia da Bolívia para o Brasil", disse. Segundo ele, a binacional será "uma cópia escrita e escarrada" da usina de Jirau, que o Brasil construiu no rio Madeira. "Inclusive, boa parte dos estudos técnicos são semelhantes, o que deve reduzir os custos."

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