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Osmar Silva

Quebrando paradigmas


Quebrando paradigmas  - Gente de Opinião

Ontem vivi uma das maiores emoções da minha vida. A minha colação de grau em direito, aos 70 anos, já era por si só algo simbólico. A velhice, o ancionato, estão definitivamente, mudando seu conceito. Ser ancião não significa mais ser somente um aposentado, encostado, peso morto ou um imprestável que só causa transtornos à família. Não! Nada disso! Significa sim, o início de uma nova etapa na vida, de uma nova carreira, com energia, coragem e experiência. E, mais importante ainda: com saúde e projetos de longa vida.

Em conversas sobre o futuro com colegas durante intervalo na sala de aula eu ouvia seus planos e disse-lhes os meus: vou me formar aos setenta, trabalhar até os oitenta e, aí, me aposentar e escrever até aos noventa...quando fui interrompido por um colega que, lá do fundão, gritou a pergunta: eh seu Osmar! no seu projeto de vida não tem a morte? Eu respondi: não. No meu projeto de vida tem é a vida. A morte é um projeto da morte e não meu.

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Mais além desse importante significado, a noite me comoveu por reunir meu pai, Jonas Sérgio, 91, a minha mãe, Dona Zuleide, 84, e minha mulher, Joyce me conduzindo ao local reservado aos formandos. A cena de meu pai e minha mãe juntos eu só vira até aos doze anos de idade, quando se separaram. E somente agora, 58 anos depois, a cena se repetiu. Esta imagem, ficará para sempre na minha mente, e não há tesouro que pague. E ainda estavam lá meu filho George Patta me entregando um anel enviado pelo irmão Thiago Patta, que por razões profissionais não pode estar presente. E ainda minha ponta de rama, Arthur Felipe, 14, emocionado fotografando o pai, e minhas irmãs Beta e Dulce. Esta, vindo lá do Sul da Bahia juntamente com minha mãe para esse ato.

E os meus colegas. Ah! esses colegas! Quase me matam do coração. Com eles vivi uma nova juventude. Remocei corpo, mente e alma. Aprendi, dividi o pouco que sei e ainda me surpreendem com uma placa me homenageando, e me pondo para falar. Quase perdi a fala com a alma soluçando de felicidade e gratidão a Deus. O corpo todo tremia e de nada valia minha experiência nem a vida calejada. Era um menino frágil e emocionado entre meninos e meninas que ora eram colegas, ora eram amigos, ora eram filhos. Eles e meus amigos que estavam lá, ganharam morada eterna no coração desse jovem bacharel de direito. Eternamente agradecido por tê-los como parceiros de viagem nessa jornada fantástica que é a vida.

OsmarSilva - jornalista - [email protected]
 

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