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Silvio Santos

Vicente Moura: A difícil missão de ouvir para ser ouvido


Vicente Moura: A difícil missão de ouvir para ser ouvido - Gente de Opinião

Na peregrinação dos dirigentes da Federação de Grupos Folclóricos de Rondônia – Federon, na busca de patrocínio para a montagem dos temas dos grupos de quadrilhas e bois bumbás que sonham com suas apresentações no Arraial Flor do Maracujá 2013, na manhã de quinta feira 25, quando esperavam ser recebidos pelo presidente da Assembleia Legislativa, foram surpreendidos com o anuncio feito pelo folclorista Aluízio Guedes de que naquele momento, estava vindo do palácio do governo onde fora convocado pelo Ouvidor Vicente Moura para explicar sobre suas declarações na entrevista concedida ao Zekatraca que foi publicada no Diário da Amazônia edição de domingo dia 21 e mais, que em consequência disso, o governador Confúcio Moura gostaria de ouvir as reivindicações dos folcloristas através do Ouvidor Dr. Vicente Moura. Na última sexta feira 26, os representes dos grupos folclóricos ouviram e se fizeram ouvir, durante mais de duas horas de conversa cujo tema principal foi o abandono por parte do governo estadual dispensado a todos os segmentos culturais de Rondônia. “Acredito que quando ele tomar conhecimento através da Ouvidoria da verdadeira situação pela qual vocês estão passando. com certeza, vai pensar diferente e vai nos dar um alento, no sentido de equilibrar esse sofrimento de vocês”.

 

E N T R E V I S T A
 

Zk – Vamos lá?

Ouvidor – Meu nome é Vicente Moura nascido no Piaui. Vim pra Rondônia porque me formei na Universidade Federal de Viçosa em Minas Gerais e vim para trabalhar como Supervisor do INCRA em 1977 no tempo do Lindoso.  Minha ideia era passar um tempo fazer meu pé de meia e voltar pro Piauí casar com uma menina bonita que tinha deixado lá. Terminei ficando, casei aqui, hoje tenho filhos e netos e sou de Rondônia.

Zk – E depois do INCRA?

Ouvidor – Depois fui trabalhar na Secretaria de Agricultura, Aster, trabalhei com o governador Cel. Guedes, com o Cel Jorge Teixeira na Codaron. Fui professor contratado pelo Dr. Jacob Atalah a mando do Teixeirão.

 

Zk – Isso quer dizer o que?Gente de Opinião

Ouvidor – Quer dizer que naquele tempo, quem tinha curso superior, uma graduaçãozinha como a minha, era doutor e o Teixeirão não tinha professor e mandou o Jacob Atalah  chamar todo mundo  que tinha curso superior, pra ser contratado como professor hora aula, pra preencher as vagas no Território enquanto ele trazia gente da Paraíba, Pernambuco e Ceará pra vir lecionar aqui.

 

Zk – Qual sua relação com o Dr. Confúcio Moura?

Ouvidor – O Confúcio Moura é meu irmão camarada, somos militantes do MDB. Ele chegou aqui no MDB e eu já vim do MDB da Universidade e aqui nos encontramos e por isso, digo que somos irmãos camaradas. Logo que ele entrou na vida política e eu na época como Delegado do Ministério da Agricultura o ajudei na sua eleição de deputado federal. Quando ele foi ser prefeito de Ariquemes fui seu Secretário durante seis anos.

Zk – O senhor atualmente está assumindo a Ouvidoria do Estado e antes de ser Ouvidor?

Ouvidor – Primeiro assumi a Coordenadoria Geral de Apoio a Governadoria – CGAG como ordenador de despesa do palácio e depois de um ano o governador me convidou para estruturar a Ouvidoria Geral do Estado e me nomeou Ouvidor com estatuo de Secretário ligado diretamente ao governador.

Zk – Qual a importância do Ouvidor dentro do sistema governamental?

Ouvidor – Sou o mediador entre o cidadão e o governo. Nesses conflitos que surgem na sociedade, como esse agora que envolve os produtores da cultura em nosso estado. Vamos tratar esses conflitos, essas reclamações e também os elogios e dar uma resposta satisfatória. Se não resolver de uma vez por toda o problema, pelo menos equilibrando de forma isenta, impessoal e humana.

 

Zk – Como foi que o senhor tomou conhecimento dessa aflição dos folcloristas?

Ouvidor – Recebi isso através de uma denúncia que foi feita através da entrevista do Zekatraca com o Aluízio Guedes e isso me chamou a atenção. Convidei Aluízio para uma conversa e ele de forma muito sincera e verdadeira me posicionou, me adiantou muitas informações, que recebi como reclamação da sociedade envolvida direta e indiretamente na cultura do estado de Rondônia. O governador como homem do meio da cultura, entendi, que ele precisava ouvir melhor essas pessoas. Então como Ouvidor do Estado fui conversar com os folcloristas, para levar pra ele a impressão verdadeira. Tenho certeza que ele não recebeu a verdade verdadeira do sofrimento, do abandono, da falta de apoio que a arte e a cultura está tendo.

Zk -  Será que ele vai lhe ouvir?

Ouvidor – Acredito que quando ele tomar conhecimento através da Ouvidoria da verdadeira situação pela qual vocês estão passando. Por desprezo, por abandono, por constrangimento, com certeza ele vai pensar diferente e vai nos dar um alento, no sentido de equilibrar esse sofrimento de vocês.

Zk – Tem um momento que o senhor é convocado para conversar com o governador. Contar o que ouviu da população?

Ouvidor – Converso com ele quase todo dia. Vou a casa dele levar o que ouço da melhor forma possível. Gostaria de levar apenas elogios, mas, levo também às reclamações e ele sempre foi muito sensível e sempre de pronto tem dado resposta. Exigi que eu seja verdadeiro porque ele quer construir um governo participativo, quer que a sociedade participe do seu governo, fazendo o controle social da prestação do serviço, pois é através da sociedade que ele tem a informação verdadeira. Por isso ele da todo apoio a Ouvidoria e pede que estejamos presentes nesses eventos de forma isenta e impessoal, para que ele possa não fazer injustiça. Fazer o bem comum é o objetivo maior. Confúcio não é um político carreirista, ele veio pra cumprir uma missão que o povo deu pra ele. Infelizmente essa missão tá sendo muito espinhosa. Ele sabia que era espinhosa, mas, não sabia que era como é hoje, nem por isso, desiste e nós colaboradores, eu pessoalmente, vou envidar todos meus esforços, para equilibrar essas situações e dar uma resposta à sociedade, de forma satisfatória, proporcional e razoável na medida do possível.

Zk – Há alguns dias, resolvemos, juntamente com outros colegas, entre eles o João Zoghobi, Paulinho Rodrigues e Analton Alves, convocar integrantes de todos os segmentos culturais, para fazer parte do que denominamos de Manifesto – Revolução Cultural cujo objetivo, é levar ao governador o que queremos que seja desenvolvido pela Secel. Nesse momento, gostaríamos de contar com o senhor, no sentido de ser nosso intermediário junto ao governador, inclusive nos levando ao palácio no próximo dia 2 de maio, data escolhida para entregarmos ao governador o relatório do Manifesto – Revolução Cultural. Sendo assim perguntamos! Como o senhor tem visto a situação da Secel?

Ouvidor – O Dr. Confúcio sempre diz o seguinte: “A gente tem que encarar a realidade como ela é. Assim agindo, a gente tem condições e amenizar a dor das pessoas”. A Secel realmente no governo Confúcio tem sido uma secretaria acéfala, ela não produziu os resultados esperados, infelizmente isso escapou das mãos do governador porque ele não vai lá sentar na cadeira do secretário e executar o trabalho. Ele espera que o secretário faça como se fosse o governador que estivesse lá. Infelizmente na Secel não ocorreu isso e o mais grave, é que seus representantes foram envolvidos em situações constrangedoras. Quer dizer, o justo tá pagando pelo pecador. Realmente a Secel criou esse impasse e isso está refletindo na cultura, quer dizer, vocês estão abandonados. Peço desculpa pelo governador porque isso não é o desejo dele.

Zk – O senhor ouviu o que os envolvidos com o folclore, principalmente os dirigentes de quadrilhas e bois bumbás que esperam se apresentar no Arraial Flor do Maracujá 2013. O que o senhor vai levar ao conhecimento do governador?

Ouvidor – O que levo de positivo ao governador, é que os representantes da cultura popular, são pessoas de boa fé, pessoas sérias, totalmente verdadeiras, isentas e que suas reclamações são as mais justas que poderiam ser. Nenhum representante da cultura popular tem mágoa do governador, muito pelo contrário, querem o bem. Só que infelizmente reclamaram pra mim e eu concordo que ele não está tendo uma assessoria verdadeira no que tange os interesses e os direitos da cultura. Por isso que eles estão se movimentando, fazendo manifesto que é o instrumento hábil e legítimo que tem que ser feito para despertar o governador. Quero acompanhar vocês na entrega desse documento pro governador, quero marcar essa audiência.

 

Zk – Para encerrar qual a análise que o senhor faz do governador Confúcio Moura?

Ouvidor – O Confúcio, diga-se de passagem, é o governador mais republicano que Rondônia já teve. Ele faz concessão, pra manter a relação, diferente do governador áspero que condiciona pra manter a relação.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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