Terça-feira, 23 de abril de 2013 - 12h25
O deputado Padre Ton (PT-RO) participou ontem (22), Dia da Terra, do lançamento pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) da publicação anual Conflitos no Campo Brasil 2012. O relatório concentra dados sobre os conflitos, violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais e pelos povos tradicionais em todo o país. O documento foi apresentado à sem terra acampados em Brasília.
Em relação a 2011, houve um aumento de 24% nos casos de assassinato, passando de 29 para 36 mortes. Mais de 50% dos assassinatos são lideranças, dos quais seis são índios e dois quilombolas. Segundo a CPT, um em cada cinco já haviam recebido ameaças de morte. No total, em 2012, 295 pessoas sofreram ameaças e 77 tentativas de assassinato.
Conselheiro permanente da CPT, Dom Tomás Balduíno, 90 anos, disse que o trabalho desenvolvido desde 1985 pela entidade é “feito com competência e carinho por formiguinhas do Brasil inteiro, onde os assassinatos aparecem em primeiro lugar, mas tem outros conflitos, como o avanço sobre terras tradicionais pelo agronegócio, sobretudo em terras indígenas”.
O bispo emérito de Goiás disse que o pior dos conflitos, que “chama a atenção”, são os despejos. “Despejos feitos pelo próprio governo. Pela mão oficial, a mão daquele que deveria ser o mentor, o enfrentante, o apoio aos trabalhadores rurais, aos indígenas, aos quilombolas, porque nosso país tem uma dívida impagável com esses povos, subordinados à condição de escravos e que ficaram sem terras. É de assombrar, de admirar o que se pratica oficialmente contra os povos do país”, disse.
Depois de cruzar dados da CPT, o pesquisador da Universidade Federal Fluminense Carlos Valter criticou os que dizem ser o debate da reforma agrária um fenômeno superado. “Dizem isso porque o Brasil exporta muito, o agronegócio está indo bem, só que por trás do negócio que apresenta resultado para eles é conflito todo dia. E conflito é contradição. São despejos, assassinatos, queima de casas no campo, todo um processo de violência que tem rigorosamente 500 anos, não tem novidade. Há 500 anos o modelo tem essa cara”, disse.
Carlos Valter apresentou os seguintes dados: 2.700 famílias são expulsas anualmente de suas terras; 63 pessoas são assassinadas por ano em média no Brasil; 765 conflitos ocorrem em média por ano, é mais de dois por dia e 100 mil famílias em média por ano são envolvidas em conflitos de terra.
“Quem disser que no Brasil não tem problema agrário latente está mentindo. Isso só denuncia que o processo agrário está posto em questão, e deve reforçar em cada um de nós, em vocês que vivem esses conflitos, o sentido profundo dessa luta no país”, disse Carlos Valter.
Fenômeno diferente
O pesquisador disse também que desde 2006 começa a haver “um fenômeno diferente”: as populações tradicionais, que juntam ribeirinhos, posseiros em geral, quilombolas e indígenas são as mais atingidas pela violência. “Elas tem acesso a terra, só não tem a titularidade, não são sem terra, são tradicionalmente com terra. São as grandes vítimas do conflito, pelo avanço do capital, sobretudo depois que a China se tornou grande compradora de commodities. Há avanço significativo sobre as terras das populações tradicionais”.
O deputado Padre Ton (PT-RO) disse que foram mais de mil conflitos no ano de 2012. “Conflitos que envolvem agricultores sem terra; envolvem despejos, reintegração de posse concedida pelo Poder Judiciário; conflitos em áreas indígenas; conflitos em áreas quilombolas; e conflitos em regiões das grandes obras”, disse, lamentando que em Rondônia até agora não há inquérito concluído, como por exemplo o de Adelino Ramos, o Dinho, assassinado em maio de 2011.
“Que este relatório de conflitos possa chamar a atenção do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e também do Poder Executivo, porque não podemos tolerar a violência”, disse o deputado.
Fonte: Mara Paraguassu
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