Sexta-feira, 28 de dezembro de 2012 - 20h13
Restando apenas seis dias para completar dois anos de governo, o governador Confúcio Moura (PMDB) disse que o Estado de Rondônia vive sua melhor fase econômica, apesar da crise financeira que ronda o mercado internacional. “Rondônia é um estado jovem de 30 anos que está no ponto máximo de desempenho”, afirma o peemedebista.
Com 64 anos, casado, duas filhas e três netos, Confúcio Moura chegou em Rondônia aos 37 anos. Residiu em Ji-Paraná e depois se mudou para Ariquemes, onde começou sua carreira política, após exercer a função de policial militar e médico. Foi secretário de Estado da Saúde, deputado por três mandatos e prefeito por duas vezes no município de Ariquemes. “São 24 anos de vida pública dedicados a Rondônia”, afirma.
Confúcio fala da crise política enfrentada com a Assembleia Legisltiva nos últimos meses de governo, da reforma administrativa que pretende colocar em prática no próximo ano, futuro político e pede à população continuar acreditando em seu trabalho. “Mesmo com a turbulência, pedimos à população confiar em nosso governo”. Leia a entrevista:
Diário – Sr. governador: O que deu certo em sua administração?
Confúcio Moura – A recuperação e pavimentação das estradas. Estamos legalizando mais de 60 mil imóveis, o que permitirá ao proprietário fazer empréstimos no banco. Estamos fazendo agora o cadastro ambiental rural, onde a pessoa pode ir no banco e garantir empréstimo. O idaron vem fazendo um grande trabalho no combate a febre aftosa. Cito um exemplo o que aconteceu em Nova Brasilândia, onde apareceu um foco suspeito de febre aftosa em uma propriedade rural. Imediatamente o Idaron colocou seu pessoal em campo e mostrou que estava preparado se a suspeita fosse confirmada. Garantimos os salários dos servidores em dia, apesar da crise financeira que atingiu o Brasil. Muitos estados encontraram dificuldades em pagar a folha de dezembro e décimo terceiro.
Diário – …E o que não deu certo?
Confúcio – A modernização da saúde, serviço de regularização consultas e reforma no hospital João Paulo II. Ainda não conseguimos mostrar o resultado prático, mas estamos reajustando o setor.
Diário – O sr. teve problemas com a articulação política…
Confúcio – Foi muito sofrida com a Assembleia Legislativa. Por outro lado, os prefeitos estão satisfeitos com o governo. O problema maior é Asssembleia. O primeiro presidente (Valter Araújo) foi o motivo desse desgaste, e agora, o atual presidente (Hermínio Coelho) tem tido algumas escaramuças que tem atingido o governo, mas a Assembleia tem aprovado nossos projetos. Estamos trabalhando com uma maioria solida. O povo não gosta de briga, gosta de trabalho.
Diário - No seu primeiro ano de governo, o Estado cresceu 7%, um recorde nacional. Será possível manter este ritmo de crescimento em em 2013?
Confúcio – A estimativa do IBGE é que vamos continuar crescendo em 2013. Temos analisado de duas maneira: os recursos do ICMS estão crescendo, mesmo com a falta da queima do óleo da usinas termoelétrica; estamos superando e buscando a eficiente tributária do estado. Não temos interesse em caça as bruxas. O que procuramos fazer é parcelar as dívidas das empresas, até porque o governo tem interesse em ter a empresas. Em 2013, esse crescimento vai depender do cenário nacional, do minério, madeira e comportamento do PIB.
Diário – Teremos mais ajustes na máquina pública?
Confúcio – Estamos fundindo repartições e órgãos públicos, criamos alguns coisas, mas extinguimos outras secretarias. Contudo, exoneramos 3 mil servidores comissionados. O objetivo é ficar com 1.500 funcionários em nossos quadros. A ideia é valorizar os servidores de carreira. Quem trabalha fora de hora, receberá estímulo financeiro do Estado. Outro aspecto é o controle do gastos. Vamos criar uma superintendência com a finalidade de controlar os gastos públicos. Tem que saber gastar, uso de combustível e carro circulando no município. Com a inauguração do Palácio Rio Madeira pretendemos economizar mais de R$ 60 milhões somente com aluguel de imóveis, combustível, segurança, cafezinho, xeror e consumo de energia elétricas. Com a tamanha economia o governo ajusta suas finanças e afasta fantasma de atraso de salário. Com a transposição dos servidores públicos para o quadro da União, a previsão é de uma economia mensla de R$ 20 milhões da folha de pagamento.
Diário – Nos bastidores, a Assembleia ameaçou a instalação de uma CPI. Se falava até de impeachment. Como o sr. viu isto?
Confúcio – Para se criar uma CPI e pedir o impeachament do governo, é preciso que tenha uma fato justificado. Tendo essa justificativa, qualquer um pode ser afastado de sua função sem problemas. Não tem nada que possa comprometer o meu governo. O que tinha de investigar, a Termopolis (operação deflagrada pela Polícia Federal e que resultou na prisão na Valter Araújo) já fez. Consegui passar ileso dessas denúncias.
Diário – Quais são as projeções para 2013?
Confúcio – A rotatividade comercial mudou a economia de Rondonia. As previsões para 2013 são boas. Temos dinheiro para investir no Estado, recursos que virão por meio do Programa de Aceleração do Crescimento para investir em Rondonia. Temos crédito para contraimos mais empréstimos. Os bancos estão fechando o ano com mais de 1 bilhão e 500 mil em empréstimos. No BNDES conseguimos R$1 bilhão para investir em Rondonia.
Diario – A carne responde por boa parte do PIB rondoniense. O que representa para Rondônia a proibição da compra de carne por alguns países? O estado foi retaliado?
Confúcio – A soja superou a carne nas exportações. O PIB é feito em serviços. A produção agrícola é reponsável apenas 25% da nossa economia e a indústria é tímida. Acreditamos que a indústria vai chegar em Porto Velho, nos próximos cinco anos. Em itapuã, Trifunfo, região de Alto Paraíso, Pimenta Bueno, são locais propícios para a soja.
Diario – A arena de multieventos, anunciada recentemente é um sonho possível?
Confúcio – Existem recursos para a construção de multieventos locais, aberto para festas de arraial, quadrilha e o centro de convenções em Porto Velho, que servirá para festas de formaturas, turismo de negócio, Sesc, senai, evento do judiciário brasileiro, evento do MP nacional. Vamos fazer o projeto, por escritório de arquitetura no brasil, não podemos experimentar.
Diario – É previsão do estádio?
Confúcio – Tem uma proposta de desapropriar uma área perto do aeroclube. A área tem 78 hectares, mas precisa ser desapropriada pela Prefeitura para a instalação do centro de eventos.
Diario – O que o povo pode esperar do seu governo no ano que vem?
Confúcio – Sou um governo de transição. O estado vive hoje um novo momento. Rondonia vem antes do shoppping e depois do shopping. Faço essa transição. O desmatmento tem que ser zero. A recuperação de estradas degradadas, investimentos em calcário, vamos produzir alimentos em rondonia. Duas usinas de calcário estão em implantação. Antes, o calcário é comercializado no Mato Grosso. Com a produção aqui, teremos frete baixo. Estamos estudando uma nova jazida perto de Vilhena. Rondonia tem quer ser um estado tocante na produção de comida, leite, arroz, peixe e temos potêncial para isso. Temos uma linha que pode. O Acre prima pela floresta em pé, e o Mato Grosso em investimentos e se desponda na produção de soja. Rondonia tem uma realidade diferente. A hidrovia do madeira é fundamental. Atrás do porto vem crescimento para Rondonia. Com recursos do BNDES, o porto nosso será modernizado. O Estado do Espirito Santo virou outro estado com o porto. Sem ser chamadas, as indústrias se instalam com a vinda dos portos. A Transrondonia, uma rodovia paralela a 364, vai ser constrúida e será chamada de estrada do interior. Ele vai desafogar o movimento de carretas na BR-364, interligando com a ponte de Guajará à Bolívia. Será mais uma alternativa para o pacífico.
Diario - E seus planos políticos?
Confúcio – Sou candidato natural da marcha, mas isso vai depender do meu desempenho em 2013. Se conseguimos implementar essas metas, podemos disputar à reeleição. Tenho um plano B. Podemos não disputar as eleições. Vou deixar o estado arrumado, contas em dias e leis também. Tenho desconfiometro. Se achar que não posso concorrer, eu não vou para a releição.
Diario – Dentro do campo tecnológico, quais as metas?
Confúcio – Porto Velho pode ser uma cidade digital, interligando as escolas, colocando todo o serviço de informática. Estamos trabalhando issso. O Diário Oficial será informatizado. Pretendemos instalar rede de câmeras na cidade. Na área de telefonia, será voip, mais barata, o que contribuirá para a redução de despesas com telefone nas secretarias.
Diario – Qual é a mensagem de Natal?
Confúcio – Esperança para a população, mesmo com a turbulência que vem passando o País, a população pode confiar no governo. Desde o pequeno produtor ao empresário. É uma loucura uma demanda de crédito em Rondonia para indústrial, setor produtivo, por industria de ração. A minha mensagem é de otimismo, de continuar confiando no Estado, e não pode perder o pioneirismo de Rondonia. Temos que continuar o embalo de quando chegamos há 30 anos para desbravar Rondonia. Podemos definir Rondonia com um jovem de 30, que está no ponto máximo de desempenho. Não é hora de baixar o farol.
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