Sábado, 18 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Hidrelétricas do Madeira

BNDES aprova R$ 6 bi para construção da usina de energia Santo Antônio


 
A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou nesta semana um financiamento superior a R$ 6 bilhões para a construção da usina de geração de energia Santo Antônio.  A informação da liberação dos recursos foi repassada por diretores do banco ao consórcio Madeira Energia, que desde setembro constrói a usina hidrelétrica que fica no Rio Madeira, Estado de Rondônia, próximo à capital Porto Velho.  Fontes da empresa informaram que a notícia foi comemorada pelos principais executivos do empreendimento que aguardavam ansiosamente a aprovação do empréstimo.

Desde outubro o financiamento de Santo Antônio está sendo amplamente esperado e em mais de uma vez representantes do governo federal falaram publicamente, em seminários, que não havia possibilidades desse empréstimo não sair.  E mesmo antes de a diretoria do banco aprovar a operação.  Isso porque a usina de Santo Antônio, assim com a de Jirau, ambas no mesmo rio, são fundamentais para o governo fechar as contas do fornecimento de energia barata a partir do ano de 2012, para quando estão previstos para entrar em operação os dois empreendimentos.

Além desses fatores, o próprio risco desse financiamento é considerado baixo em função das garantias da energia já vendida, que assegura uma receita fixa anual aos empreendimentos, e pelo risco de crédito dos próprios sócios.  No caso do Madeira Energia, os sócios são Odebrecht, Andrade Gutierrez, Furnas, Cemig e um fundo de investimentos em participações do Banif e Santander.

A importância das usinas do Rio Madeira, que juntas terão uma potência instalada de 6,45 mil MW, foi atestada pelo próprio BNDES no mês de novembro quando o banco garantiu a oferta de linhas de curto prazo, que servem como empréstimo-ponte, para que fosse confirmado o sucesso do leilão das linhas de transmissão que vão transportar a energia a ser gerada em Porto Velho até Araraquara (SP).  O chefe de comunicação do banco, Paulo Braga, informou ontem ao Valor, entretanto, que apesar de o empréstimo ter sido discutido durante a reunião da última terça-feira, há algumas pendências e que ele não foi aprovado.  De qualquer forma, Braga disse que o tema voltará a ser discutido em reunião de diretoria na próxima semana.

Os mais de R$ 6 bilhões que vão ser liberados ao longo da construção da usina de Santo Antônio representam apenas 50% dos investimentos a serem feitos.  Os outros cerca de R$ 6 bilhões serão desembolsados pelos próprios sócios e também pela receita do empreendimento.  Até agora, o Madeira Energia está sendo financiado com recursos das sócias Odebrecht e Andrade Gutierrez.

O plano é que em janeiro de 2012 as primeiras turbinas entrem em funcionamento.  Como o comprometimento da entrega da energia com o governo é apenas em dezembro, tudo o que for gerado antes disso pode ser vendido no mercado livre.  A expectativa da empresa é conseguir fechar contratos com preços mais atrativos do que os firmados no leilão.

Dos 2,2 mil MW médios (que é a energia assegurada e permitida de ser comercializada) de Santo Antônio, 70% foi vendido ao mercado cativo por R$ 78,78 o MW/h.  Os outros 30% podem ser negociados livremente.  O insumo mais barato para o mercado cativo só foi possível justamente em função do modelo adotado no leilão da usina de Santo Antônio, que permitiu a venda de 30% ao mercado livre.  Nos leilões de energia nova do governo, as hidrelétricas vendem 100% de sua energia ao mercado cativo.  O último empreendimento leiloado foi a usina de Baixo Iguaçu que entregará sua energia a partir de 2013 por R$ 98 o MW/h, o que mostra que a energia de Santo Antônio ficou abaixo do preço.

A energia a ser gerada por Jirau, que pertence ao consórcio capitaneado pelo GDF Suez, será ainda mais barata pois foi vendida por R$ 71,40 em meio à polêmica de alteração do local do projeto.

Também a usina de Jirau, que foi leiloada em maio e terá potência instalada de 3,3 mil MW, pleiteia o financiamento do BNDES.  Mas por enquanto é a de Santo Antônio que marcará a história dos empréstimos concedidos pelo banco.  O montante é um dos maiores já liberados pelo BNDES e o maior do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em que está enquadrado a hidrelétrica.

Neste momento de demissões por conta da crise, o governo tem dito que é o PAC que vai garantir os empregos.  No caso do Madeira Energia, desde setembro o consórcio contratou dois mil trabalhadores.  Ao longo de 2009 novas contratações serão feitas até que se chegue ao total de quatro mil em 2010.  No auge da obra o número vai chegar a 12 mil.  A mão-de-obra usada em Santo Antônio tem sido basicamente recrutada entre a população local.  A obra está em fase inicial, mas as ensecadeiras já estão sendo formadas ao longo do rio.

O consórcio Madeira Energia foi procurado para falar sobre o assunto e por meio de sua assessoria de imprensa informou que não teria nada a declarar.

Fonte: Josette Goular - Valor Econômico

Gente de OpiniãoSábado, 18 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Iniciadas as obras de proteção das margens do rio na região da Madeira-Mamoré

Iniciadas as obras de proteção das margens do rio na região da Madeira-Mamoré

A população de Porto Velho pode comemorar o início das obras que fazem parte do importante projeto de revitalização do complexo da Estrada de Ferro

Hidrelétrica Santo Antônio completa quatro anos de geração

Hidrelétrica Santo Antônio completa quatro anos de geração

Porto Velho, março de 2016.Dia 30 de março marca os quatro anos desde o início de geração da Hidrelétrica Santo Antônio, localizada no rio Madeira, em

Estudantes de engenharia elétrica do acre visitam Jirau

O canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Jirau foi cenário de estudo dos estudantes do primeiro período do curso de Engenharia Elétrica da Universida

Governo faz mega desapropriação em Belo Monte

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) formalizou na última terça-feira (3) a última desapropriação de terras para a construção da

Gente de Opinião Sábado, 18 de maio de 2024 | Porto Velho (RO)