Quarta-feira, 10 de junho de 2009 - 20h47
A comunidade da Reserva Extrativista (Resex) do Lago do Cuniã, a 100 quilômetros de Porto Velho, está ansiosa para colocar a mão na massa, ou melhor, nos jacarés. Até agosto, 23 moradores treinados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) vão fazer o abate experimental utilizando as técnicas e o tão esperado entreposto, resultado do Projeto Manejo de crocodilianos do Lago do Cuniã.
As pesquisas começaram em 2004, após os insistentes pedidos dos moradores ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) – que na época era responsável pela reserva – para que desse um jeito na imensa população de jacarés. Desde então é feito um censo para pesar, medir, acompanhar a vida dos grandes répteis que, estima-se, sejam 35 mil, entre jacarés-açu (melanosuchus niger) e jacarés-tinga (caiman crocodilus).
O Entreposto de Abate de Jacarés da Resex Cuniã está em fase de acabamento. A construção do abatedouro é uma parceria com a empresa Santo Antônio Energia, depois de pronto a outra etapa é equipar. Neste ano será feito apenas abate experimental, isso porque o período da safra é de junho a agosto (intervalo que antecede a reprodução). O abate comercial começa no próximo ano, inicialmente com 120 répteis.
Sustentabilidade
A comunidade da Resex Lago do Cuniã é formada por descendentes de pioneiros que chegaram ao local há quase um século. Há quatro vilas: Araçá, Silva Lopes Araújo, Neves e Pupunhas – e seus moradores , os vivem basicamente da pesca e do cultivo de macaxeira, milho, açaí e castanha. No local há uma escola de Ensino Fundamental, um posto de saúde, um posto telefônico e um centro comunitário.
O presidente da Associação dos Moradores do Lago do Cuniã, Hailton Alves Lopes, vê como uma vitória a criação do entreposto. "Fomos nós, moradores daqui, que pedimos esse manejo. Estamos todos envolvidos com esse negócio e esperamos melhorar a nossa vida aqui", diz. Hailton é pescador e também já foi atacado por um dos jacarés do grande lago. Pelo menos três acidentes graves foram registrados nos últimos cinco anos. "O entreposto vai dar segurança e renda para as comunidades do Cuniã", avalia o chefe da Resex, Cristiano Andrey Souza do Vale.
Marcela Ximenes
Foto: ICMBio
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