Alstom acredita que tarifa de Belo Monte será maior

O leilão para a maior usina hidrelétrica totalmente brasileira, Belo Monte, no rio Xingu, não terá a tarifa mais baixa que as leiloadas no rio Madeira - a de Santo Antônio e de Jirau - que apresentaram um preço médio de R$ 75 MWh. Ao contrário, esse valor deve ser expressivamente mais elevado, pois o projeto deve alcançar cerca de R$ 30 bilhões e a energia assegurada não deverá passar de 4 mil MW. Essa é a opinião de uma das empresas que está de olho no projeto, a Alstom, que segundo o vice-presidente de vendas da área de energia da multinacional francesa, Marcos Costa, ainda não tem uma estratégia de participação no leilão, pois aguarda a definição do cenário de investidores que entrarão na disputa.

O executivo rebate dessa forma as afirmações do diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, e do secretário de planejamento e de desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, ambos disseram que a expectativa do governo era de que Belo Monte teria uma tarifa inferior às usinas do Madeira. Na opinião de Costa, isso trata-se de uma tentativa de exercer pressão no mercado para baixar o preço, afinal, os R$ 7 bi previstos devem ser aplicados somente em equipamentos para a usina.

Dentre as empresas que já demonstraram interesse no leilão, ele aponta que há negociações com CPFL, Cemig, Neoenergia e Tractebel, do Grupo GDF-Suez. Além disso, Costa também citou as empresas do grupo Eletrobrás, porém, descarta a entrada de geradoras que atuam em outros países como a Eon da Alemanha. "As companhias do exterior não se aventuram em projetos dessa envergadura, primeiro é necessário que conheçam o mercado e isso se dá por meio de projetos menores e aí sim poder investir mais pesadamente", afirmou Costa.

Diário Comércio Industria e Serviços – DCI