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A inteligência artificial chegou para ficar: Norte do Brasil lança primeiro videoclipe 100% criado por IA e antecipa o futuro da música

Da Amazônia para o mundo, a música entra oficialmente na era dos algoritmos.


A inteligência artificial chegou para ficar: Norte do Brasil lança primeiro videoclipe 100% criado por IA e antecipa o futuro da música - Gente de Opinião

Foi lançado ontem, 24/12, o primeiro videoclipe totalmente produzido com inteligência artificial na região Norte do Brasil. A obra visual acompanha “Fade Me”, música da artista virtual Aya del Norte, que já soma mais de 60 mil seguidores nas redes sociais e inicia agora a divulgação de seu álbum de estreia, Fade-Me. O lançamento marca um ponto de virada no mercado musical, cada vez mais atravessado por tecnologia, inovação e novos modelos criativos.

À frente do projeto está Tullio Nunes, um dos mais respeitados produtores artísticos de Rondônia, com mais de 20 anos de carreira. Mais do que assinar o videoclipe, Tullio foi responsável por todo o álbum da artista virtual, desenvolvido com o uso consciente e estratégico da inteligência artificial — um feito ainda raro no Brasil.

IA como linguagem artística, não como atalho

Reconhecido como um dos pioneiros no uso de IA aplicada à arte na região Norte, Tullio já vinha explorando essa fronteira em outros trabalhos. O maior destaque até então foi o videoclipe “Caranguejo de Ferro”, produzido com mais de 80% de inteligência artificial e que contou com a participação de Txai Suruí, que cedeu sua imagem para ser recriada digitalmente. O projeto entrou para a história como o segundo videoclipe da região Norte a utilizar IA, ficando atrás apenas de “Conhecendo Meu Pará”, de Kim Marques.

Segundo o produtor, hoje já existe muita gente talentosa criando videoclipes com IA em linguagens como animação, estética de anime e universos totalmente digitais. No entanto, o grande desafio de “Fade Me” foi seguir na contramão do óbvio: criar um videoclipe com aparência humana, sensível e próxima do real.

“Não era só apertar botões”, explica Tullio. Para alcançar esse resultado, foi necessário um trabalho profundo de construção de texturas, estudo de fotografia, direção de arte e, principalmente, um roteiro bem definido. Todo o projeto partiu de um conceito artístico sólido, pensado antes mesmo da execução técnica.

A proposta exigiu decisões humanas o tempo todo — o que mostrar, como enquadrar, qual emoção provocar, qual silêncio respeitar. Nesse processo, a inteligência artificial atuou como ferramenta, mas a força criativa humana permaneceu no centro da obra.

Tecnologia, consciência e meio ambiente

Apesar do entusiasmo com a tecnologia, Tullio faz questão de estabelecer limites claros entre o humano e o digital.

“O clipe da banda Nitro e de outros artistas não foram feitos totalmente com IA porque não faz sentido. A música, quando é de um artista humano, precisa ter o máximo dele ali, tanto no áudio quanto no vídeo. Isso reflete na arte e também na questão ambiental”, afirma.

O produtor também chama atenção para o impacto ambiental da inteligência artificial, tema ainda pouco debatido no setor cultural.

“Eu utilizo plataformas que consomem menos energia possível, para que a agressão ao meio ambiente seja a menor possível”, reforça.

Segundo Tullio, não é possível fugir da IA — mas é fundamental usá-la de forma responsável. “Ela consome muita energia, muita água. Isso não faz bem ao ambiente, mas é uma realidade. Precisamos aprender a conviver com isso de forma consciente.”

Um novo mercado em formação

O lançamento de “Fade Me” não é apenas um marco tecnológico, mas também um convite à reflexão sobre o futuro da música. Para Tullio, artistas, produtores e profissionais que não se atualizarem correm sério risco de ficar para trás. Ele aponta pesquisas que indicam um cenário cada vez mais comum: consumidores criando suas próprias músicas com vozes de artistas famosos — e, se essas faixas viralizarem, podendo até serem incorporadas oficialmente ao repertório desses cantores.

“Isso não está distante. Já está batendo à porta”, avalia.

Do orgânico ao virtual

Produtor de alguns dos artistas mais orgânicos da música regional de Rondônia, Tullio reconhece o contraste e o desafio de migrar para o universo virtual. “É um choque, mas também uma oportunidade. Produzir uma artista virtual que já ocupa espaço nas redes e no imaginário das pessoas é um aprendizado enorme.”

Após a repercussão de “Caranguejo de Ferro”, o produtor responsável pela gestão da artista Aya del Norte entrou em contato com Tullio para dar início ao projeto. “Foi uma oportunidade incrível e totalmente nova”, resume.

Casos internacionais de artistas virtuais que já faturam milhões com músicas criadas por IA — como Mania Monet e The Velvet Sundown — reforçam que essa não é uma tendência passageira, mas um novo mercado em plena expansão.

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