Quarta-feira, 16 de julho de 2025 - 18h54
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor
tarifas de 50% sobre produtos brasileiros gera grande tensão entre Brasil e
EUA, com impactos econômicos e políticos. A medida, que entra em vigor a partir
de 1º de agosto, é vista como uma sanção econômica e política, visando
influenciar o cenário político interno brasileiro. Mais do que um ajuste
técnico, a iniciativa revela interesses geopolíticos e sinais de insegurança quanto
à hegemonia da moeda americana. Diante desse contexto, o economista Otto Nogami
analisou as motivações por trás desse movimento e seus possíveis desdobramentos
para a economia brasileira. Para ele, o principal ponto de preocupação dos
Estados Unidos está relacionado ao papel central que o dólar ainda desempenha
nas transações internacionais. Sendo a moeda mais utilizada nas trocas globais,
o dólar funciona como instrumento de poder econômico e diplomático. No entanto,
o avanço de blocos como os BRICS, em especial o protagonismo crescente da
China, tem pressionado esse domínio com iniciativas que buscam reduzir a
dependência da moeda americana em negociações bilaterais e multilaterais. Esse
processo, ainda que gradual, desperta no governo norte-americano um receio
concreto de perda de influência, sobretudo em relação à capacidade de financiar
sua dívida pública. É dentro desse ambiente de tensão que se insere a decisão
tarifária. Para o economista, a medida anunciada pela Casa Branca extrapola as
justificativas técnicas e ganha contornos estratégicos e políticos. Ao impor
uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, os Estados Unidos alteram não
apenas o fluxo comercial, mas também comprometem cadeias de produção e de
investimento estruturadas ao longo dos anos. O gesto é interpretado como um
recado direto, com implicações que ultrapassam o comércio bilateral e afetam o
equilíbrio de forças econômicas globais. No Brasil, os efeitos dessa decisão
tendem a se manifestar com mais intensidade no campo da inflação. A elevação de
preços já se fez notar em junho, com uma taxa de 0,24%, levando o acumulado a
5,35%. Esse número reverte a trajetória de desaceleração observada
anteriormente. De acordo com Nogami, esse novo cenário adiciona pressão sobre a
política monetária do Banco Central, que, diante da expectativa de queda da
inflação, vislumbrava espaço para reduzir a taxa de juros nos próximos meses.
Contudo, com a possível alta nos preços provocada pela imposição tarifária,
sobretudo no segundo semestre, tradicionalmente marcado por aumentos sazonais
nos meses de agosto e setembro, o caminho da queda nos juros se torna mais
difícil. Esse movimento compromete o esforço da autoridade monetária em
estabilizar a economia e pode impactar negativamente o ritmo da atividade
econômica. A manutenção de juros elevados por mais tempo tende a desestimular o
consumo e o investimento, freando o crescimento em um momento em que o país
ainda busca consolidar sua recuperação. Dessa forma, as consequências da medida
adotada pelo governo norte-americano vão além das trocas comerciais. Elas
lançam um sinal de alerta importante para o Brasil, tanto do ponto de vista da
inflação quanto do desempenho geral da economia. Os próximos meses serão
cruciais para entender até que ponto o impacto das tarifas se refletirá na
formação de preços internos e na condução da política monetária.
Assista: https://youtu.be/xJRNrBf1i-c
Sanção
II! Empresários cobram solução para antes de agosto
As principais lideranças da indústria brasileira participaram nesta
manhã de reunião com representantes do governo federal. O encontro, liderado
pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio MDIC,
Geraldo Alckmin, tratou da decisão dos EUA de taxar os produtos brasileiros em
50% a partir de 1. de agosto. Em
coletiva de imprensa após a reunião, Ricardo Alban da CNI, disse que o governo
e o setor empresarial estão "uníssonos e convergentes" em busca de
uma solução, de preferência antes da data prevista para a taxação. Os
empresários brasileiros também se comprometeram a intensificar o diálogo com o
setor privado norte-americano. "Não podermos ficar na imprevisibilidade.
Temos produtos perecíveis envolvidos nessa questão", ressaltou Alban, que
defende a via da negociação com os EUA. "O que entendemos é que o Brasil
não se precipitará em medidas de retaliação." O presidente da FIESP, Josué
Gomes, afirmou que o setor tem "confiança absoluta" na capacidade de
negociação do Ministérios das Relações Exteriores (MRE) e do MDIC. "Vamos
dar todo suporte e apoio para que o Brasil chegue a um entendimento em
benefício das empresas brasileiras e americanas", disse Gomes. O
vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também participou da coletiva.
Ele agradeceu a contribuição dos empresários e destacou que a intenção do
governo é resolver o problema, em diálogo com o setor privado. Alckmin não
descartou a possibilidade de buscar o adiamento da taxação caso até o dia 1º de
agosto Brasil e EUA não cheguem a um acordo. A lei de reciprocidade econômica,
aprovada pelo Congresso neste ano, deve ser usada para balizar a atuação do
governo brasileiro.
Assista:
https://youtu.be/DbR2zS9wx7c
Governo
concede até 70% de desconto para MEI quitar dívidas
O governo federal está oferecendo descontos de até 70% para
Microempreendedores Individuais (MEIs) quitarem suas dívidas com a União,
através do programa de transação tributária da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN). Essa iniciativa visa facilitar a regularização fiscal dos
MEIs, reduzir a inadimplência e promover o crescimento dos pequenos negócios. O
programa oferece descontos de até 70% em multas, juros e encargos sobre as
dívidas ativas e a adesão ao programa pode ser feita até o dia 30 de setembro
de 2025, através do portal Regularize da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional
(PGFN). Existem diferentes modalidades
de transação, com condições específicas de pagamento, como entrada e
parcelamento. Algumas modalidades permitem o pagamento de uma pequena
porcentagem da dívida total como entrada, e o restante pode ser parcelado em
até 133 meses. Para dívidas consideradas de difícil recuperação, pode haver
descontos maiores e condições de pagamento mais flexíveis. Programa é feito para MEIs e Micros e
Pequenas Empresas com dívidas ativas na União. O programa traz benefícios como
a redução significativa do valor total da dívida, a regularização do CNPJ,
permitindo assim o acesso a crédito e a participação em licitações públicas. O
Simpi coloca a disposição técnicos que auxiliam e se necessário também fazem a
negociação para empresas da categoria econômica, que para facilitar pode ser
feita de forma online pelo WhatsApp -
(69)99933-0396 e (69)984069045
Assista: https://youtu.be/R7pETIL4VUo
Números não
mentem?
Segundo a Agência Sebrae de Notícias, no primeiro semestre de 2025,
foram abertos 2,6 milhões de novos pequenos negócios, equivalentes a uma alta
de 23%, considerando as três categorias, Microempresas, Empresas de Pequeno
Porte e Microempresas Individuais. Destaca o vertiginoso crescimento de 77,3%
de novas empresas apenas na categoria de Microempresas Individuais (MEI).
Ocorre que, considerando as empresas ativas, nas três modalidades (ME, EPP,
MEI) houve acréscimo no semestre de 173.696 pequenos negócios, equivalentes a
um acréscimo de 0,74%. No entanto,
considerando apenas os MEIs, foram registradas 16.346.387 empresas ativas em
dezembro de 2024, contra 16.256.829 em 30 de junho de 2025, observando-se uma
redução de 89.568 empresas ou 0,55%. Isto denota o desempenho negativo no
primeiro semestre de 2025.
Já em Rondônia os índices seguiram a tendencia nacional com a queda nos
números de Mei’s no semestre de 99.982 em 12/2024 para 99387 em 06/2025 uma
queda de 0.60%. Já no total de MEIs, Micros e Pequenas Empresas terminamos o
ano de 2024 com 147886 e seis meses após com 147774 uma queda de 0.75%.
Técnicos acreditam que a má performance tem fundo nos mais de 600 mil Mei’s
excluídos pela Receita Federal do sistema MEI, que acreditam ser pelo negacionismos
do Governo Federal em não permitir os ajustes nos tetos dos faturamentos das
Pequenas Empresas. Não vêem que ao migrar de MEI para ME o microempresário
começa a ter despesas que nem sabia que existiam, e daí a falência fica a um
passo. Dados Receita Federal:
https://www8.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional/aplicacoes/atbhe/estatisticassinac.app/default.aspx
Convênio
com a Gram Energia garante desconto para pequenas empresas
Associados do Sindicato da Micro e Pequena Indústria – Simpi, agora podem
economizar até 13,5% por mês na conta de energia elétrica graças a uma nova
parceria com a Gram Energia Sustentável. O convênio garante uma série de
facilidades para os pequenos empresários que desejam reduzir custos sem
burocracia. Entre os benefícios é que não há nenhum tipo instalação de placas
solares, não há desembolso pois não existem custos, não há fidelidade
contratual ou multa rescisória. O bom que não terá cobranças da diferença de
bandeiras tarifarias (vermelha ou amarela). Além disso, a adesão é 100% online
e sem qualquer intervenção física no imóvel. O uso da energia sustentável da
Gram já gerou mais de R$ 1 milhão de economia para seus clientes e, agora, os
associados do SIMPI podem se beneficiar dessa solução inteligente e acessível.
Para aderir ou obter mais informações, basta entrar em contato com a GRAM pelo
WhatsApp: (92) 92001-6155.
Assista: https://youtu.be/4Dm-tWasDuc
Conflitos
globais e o Brasil no novo cenário internacional
Em um cenário internacional marcado por tensões geopolíticas,
instabilidade econômica e mudanças nas dinâmicas de comércio global, as
pequenas empresas enfrentam desafios cada vez mais complexos — mas também
oportunidades estratégicas. Entre guerras, disputas comerciais e transformações
nas cadeias produtivas, temas como segurança alimentar, reindustrialização e
exportações de maior valor agregado passam a compor o centro do debate sobre o
futuro da economia brasileira. Para discutir esse novo panorama global, o
convidado da semana do programa A Hora e a Vez da Pequena Empresa é Vinícius
Rodrigues Vieira, especialista em Relações Internacionais, que trouxe uma
leitura ampla e precisa sobre como o Brasil pode agir diante das tensões
internacionais e dos movimentos de reconfiguração econômica mundial. Vinícius
iniciou sua análise contextualizando a atual conjuntura com o exemplo da tensão
entre Irã e Israel, que envolve o temor nuclear e a constante interferência dos
Estados Unidos. Ainda que o ataque israelense e a retaliação americana tenham
demonstrado força, o programa nuclear iraniano continua em curso, revelando a
fragilidade das soluções unilaterais. Nesse ambiente conturbado, o especialista
ressalta que o Brasil possui uma janela de oportunidade para fortalecer sua
produção nacional e impulsionar o crescimento econômico — desde que consiga
mobilizar governo, sociedade civil e empreendedores em uma estratégia voltada
para a diversificação de mercados e produtos com maior valor agregado, como
alimentos industrializados, por exemplo. Essa diversificação, segundo ele, é
uma questão de sobrevivência econômica. Continuar exportando apenas commodities
in natura para um número restrito de parceiros — como a China — expõe o país a
riscos desnecessários. Ainda que a economia chinesa não dê sinais concretos de
colapso, sua desaceleração reforça o alerta: não se pode colocar todos os ovos
na mesma cesta. O Brasil possui plenas condições de ampliar suas frentes
comerciais e investir na agregação de valor, sobretudo em setores estratégicos,
como os de terras raras — metais essenciais para a transição energética e para
a indústria de alta tecnologia — nos quais o país tem reservas significativas.
A proposta, neste ponto, é estabelecer parcerias inteligentes, como um possível
diálogo com a China, que domina o refino desses minerais, para que o Brasil
passe a ocupar um papel mais relevante na cadeia global de valor. Mesmo diante
de conflitos diretos e guerras em curso, como o embate prolongado entre Rússia
e Ucrânia, Vieira afirma que o mundo não vive apenas um estado de guerra, mas
um período de múltiplas instabilidades. A resposta global a esses eventos, no
entanto, tem reacendido antigos comportamentos, como o fortalecimento de
arsenais militares. Um exemplo emblemático é a Alemanha, que estuda retomar o
alistamento obrigatório após décadas de pacifismo institucionalizado. Esse tipo
de mudança revela o grau de incerteza que paira sobre o sistema internacional.
Dentro desse quadro, o especialista aponta que vivemos, na verdade, um retorno
ao “velho normal”. O período de relativa estabilidade global, iniciado com o
fim da Guerra Fria e a queda da União Soviética, parece ter sido uma exceção
histórica. A atual polarização entre potências — como Estados Unidos, China e
Rússia — reacende tensões que estavam latentes e desafia a lógica do comércio
global livre e cooperativo. A China, por sua vez, apesar de não estar envolvida
diretamente em conflitos armados, segue no centro das atenções, principalmente
devido à tensão com Taiwan — uma ilha cuja importância estratégica se dá, entre
outros fatores, por sua liderança na produção de microchips. Qualquer
movimentação nesse sentido poderá causar impactos profundos e imediatos em toda
a economia global. Essa perspectiva de instabilidade tem levado países a
reverem suas estratégias de integração internacional. Segundo Vinícius, desde a
pandemia da COVID-19, o mundo vive um processo de desglobalização silenciosa,
em que os custos logísticos, o protecionismo crescente e as guerras comerciais
alteram profundamente a lógica das cadeias produtivas. O Brasil sentiu esse
impacto diretamente com a imposição de tarifas ao aço e ao alumínio durante o
governo Trump, e o mundo como um todo passa por um movimento de reconfiguração
que encarece produtos e dificulta o acesso a bens essenciais. O resultado mais
perceptível desse movimento é uma inflação de caráter global, e não apenas
localizada. Vinícius lembra que o barateamento de produtos nas últimas décadas
se deveu, em grande parte, à ascensão da China como centro fabril mundial.
Agora, com a reorganização dessas cadeias, o consumidor tende a pagar mais caro
por alimentos, roupas e eletrônicos — o que limita o poder de compra e, por
consequência, desacelera outras atividades econômicas. Diante disso, o desafio
para países em desenvolvimento é ainda maior. Ao ser questionado sobre os
possíveis caminhos para o Brasil diante desse cenário, o especialista foi
enfático: a reindustrialização precisa voltar ao centro da agenda econômica. E
isso não se resume às grandes indústrias. Pequenos e médios negócios têm papel
crucial no abastecimento de mercados regionais e internacionais — especialmente
se focarem em nichos específicos e produtos de maior valor agregado.
Diversificar parcerias comerciais é um passo essencial, mirando oportunidades
na Ásia, África, América Latina e Sudeste Asiático, em vez de apostar todas as
fichas em um único destino exportador. Por fim, ao abordar a segurança
alimentar — tema que ganha destaque em tempos de incerteza global —, Vinícius
trouxe dados de um relatório recente da ONU, segundo o qual apenas a Guiana,
entre os países das Américas, teria capacidade total de alimentar sua população
em cenário de isolamento. Isso mostra como mesmo grandes potências são
dependentes de importações. O Brasil, com sua ampla capacidade agrícola, pode
não apenas abastecer sua população, mas também tornar-se peça-chave no
tabuleiro da segurança alimentar mundial — desde que saiba transformar sua
vocação produtiva em estratégia geopolítica. Com um olhar atento às
transformações globais e uma leitura estratégica das capacidades brasileiras,
Vinícius Rodrigues Vieira convida à reflexão e à ação. O futuro da pequena
empresa, da indústria nacional e da economia como um todo depende, mais do que
nunca, da capacidade de antecipar movimentos, diversificar caminhos e agir com
inteligência diante das oportunidades — mesmo quando elas surgem em meio ao
caos.
Assista: https://youtu.be/DTj_htqoLUg
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