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Economia

Sanção através de tarifas gera grande tensão entre Brasil e EUA


Sanção através de tarifas gera grande tensão entre Brasil e EUA - Gente de Opinião

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros gera grande tensão entre Brasil e EUA, com impactos econômicos e políticos. A medida, que entra em vigor a partir de 1º de agosto, é vista como uma sanção econômica e política, visando influenciar o cenário político interno brasileiro. Mais do que um ajuste técnico, a iniciativa revela interesses geopolíticos e sinais de insegurança quanto à hegemonia da moeda americana. Diante desse contexto, o economista Otto Nogami analisou as motivações por trás desse movimento e seus possíveis desdobramentos para a economia brasileira. Para ele, o principal ponto de preocupação dos Estados Unidos está relacionado ao papel central que o dólar ainda desempenha nas transações internacionais. Sendo a moeda mais utilizada nas trocas globais, o dólar funciona como instrumento de poder econômico e diplomático. No entanto, o avanço de blocos como os BRICS, em especial o protagonismo crescente da China, tem pressionado esse domínio com iniciativas que buscam reduzir a dependência da moeda americana em negociações bilaterais e multilaterais. Esse processo, ainda que gradual, desperta no governo norte-americano um receio concreto de perda de influência, sobretudo em relação à capacidade de financiar sua dívida pública. É dentro desse ambiente de tensão que se insere a decisão tarifária. Para o economista, a medida anunciada pela Casa Branca extrapola as justificativas técnicas e ganha contornos estratégicos e políticos. Ao impor uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, os Estados Unidos alteram não apenas o fluxo comercial, mas também comprometem cadeias de produção e de investimento estruturadas ao longo dos anos. O gesto é interpretado como um recado direto, com implicações que ultrapassam o comércio bilateral e afetam o equilíbrio de forças econômicas globais. No Brasil, os efeitos dessa decisão tendem a se manifestar com mais intensidade no campo da inflação. A elevação de preços já se fez notar em junho, com uma taxa de 0,24%, levando o acumulado a 5,35%. Esse número reverte a trajetória de desaceleração observada anteriormente. De acordo com Nogami, esse novo cenário adiciona pressão sobre a política monetária do Banco Central, que, diante da expectativa de queda da inflação, vislumbrava espaço para reduzir a taxa de juros nos próximos meses. Contudo, com a possível alta nos preços provocada pela imposição tarifária, sobretudo no segundo semestre, tradicionalmente marcado por aumentos sazonais nos meses de agosto e setembro, o caminho da queda nos juros se torna mais difícil. Esse movimento compromete o esforço da autoridade monetária em estabilizar a economia e pode impactar negativamente o ritmo da atividade econômica. A manutenção de juros elevados por mais tempo tende a desestimular o consumo e o investimento, freando o crescimento em um momento em que o país ainda busca consolidar sua recuperação. Dessa forma, as consequências da medida adotada pelo governo norte-americano vão além das trocas comerciais. Elas lançam um sinal de alerta importante para o Brasil, tanto do ponto de vista da inflação quanto do desempenho geral da economia. Os próximos meses serão cruciais para entender até que ponto o impacto das tarifas se refletirá na formação de preços internos e na condução da política monetária.

Assista: https://youtu.be/xJRNrBf1i-c

 

Sanção II! Empresários cobram solução para antes de agosto

As principais lideranças da indústria brasileira participaram nesta manhã de reunião com representantes do governo federal. O encontro, liderado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio MDIC, Geraldo Alckmin, tratou da decisão dos EUA de taxar os produtos brasileiros em 50% a partir de 1. de agosto.  Em coletiva de imprensa após a reunião, Ricardo Alban da CNI, disse que o governo e o setor empresarial estão "uníssonos e convergentes" em busca de uma solução, de preferência antes da data prevista para a taxação. Os empresários brasileiros também se comprometeram a intensificar o diálogo com o setor privado norte-americano. "Não podermos ficar na imprevisibilidade. Temos produtos perecíveis envolvidos nessa questão", ressaltou Alban, que defende a via da negociação com os EUA. "O que entendemos é que o Brasil não se precipitará em medidas de retaliação." O presidente da FIESP, Josué Gomes, afirmou que o setor tem "confiança absoluta" na capacidade de negociação do Ministérios das Relações Exteriores (MRE) e do MDIC. "Vamos dar todo suporte e apoio para que o Brasil chegue a um entendimento em benefício das empresas brasileiras e americanas", disse Gomes. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também participou da coletiva. Ele agradeceu a contribuição dos empresários e destacou que a intenção do governo é resolver o problema, em diálogo com o setor privado. Alckmin não descartou a possibilidade de buscar o adiamento da taxação caso até o dia 1º de agosto Brasil e EUA não cheguem a um acordo. A lei de reciprocidade econômica, aprovada pelo Congresso neste ano, deve ser usada para balizar a atuação do governo brasileiro.

 Assista: https://youtu.be/DbR2zS9wx7c

 

Governo concede até 70% de desconto para MEI quitar dívidas

O governo federal está oferecendo descontos de até 70% para Microempreendedores Individuais (MEIs) quitarem suas dívidas com a União, através do programa de transação tributária da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Essa iniciativa visa facilitar a regularização fiscal dos MEIs, reduzir a inadimplência e promover o crescimento dos pequenos negócios. O programa oferece descontos de até 70% em multas, juros e encargos sobre as dívidas ativas e a adesão ao programa pode ser feita até o dia 30 de setembro de 2025, através do portal Regularize da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN).  Existem diferentes modalidades de transação, com condições específicas de pagamento, como entrada e parcelamento. Algumas modalidades permitem o pagamento de uma pequena porcentagem da dívida total como entrada, e o restante pode ser parcelado em até 133 meses. Para dívidas consideradas de difícil recuperação, pode haver descontos maiores e condições de pagamento mais flexíveis.  Programa é feito para MEIs e Micros e Pequenas Empresas com dívidas ativas na União. O programa traz benefícios como a redução significativa do valor total da dívida, a regularização do CNPJ, permitindo assim o acesso a crédito e a participação em licitações públicas. O Simpi coloca a disposição técnicos que auxiliam e se necessário também fazem a negociação para empresas da categoria econômica, que para facilitar pode ser feita de forma online pelo WhatsApp  - (69)99933-0396 e (69)984069045

Assista: https://youtu.be/R7pETIL4VUo

 

Números não mentem?

Segundo a Agência Sebrae de Notícias, no primeiro semestre de 2025, foram abertos 2,6 milhões de novos pequenos negócios, equivalentes a uma alta de 23%, considerando as três categorias, Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e Microempresas Individuais. Destaca o vertiginoso crescimento de 77,3% de novas empresas apenas na categoria de Microempresas Individuais (MEI). Ocorre que, considerando as empresas ativas, nas três modalidades (ME, EPP, MEI) houve acréscimo no semestre de 173.696 pequenos negócios, equivalentes a um acréscimo de 0,74%.  No entanto, considerando apenas os MEIs, foram registradas 16.346.387 empresas ativas em dezembro de 2024, contra 16.256.829 em 30 de junho de 2025, observando-se uma redução de 89.568 empresas ou 0,55%. Isto denota o desempenho negativo no primeiro semestre de 2025.

Já em Rondônia os índices seguiram a tendencia nacional com a queda nos números de Mei’s no semestre de 99.982 em 12/2024 para 99387 em 06/2025 uma queda de 0.60%. Já no total de MEIs, Micros e Pequenas Empresas terminamos o ano de 2024 com 147886 e seis meses após com 147774 uma queda de 0.75%. Técnicos acreditam que a má performance tem fundo nos mais de 600 mil Mei’s excluídos pela Receita Federal do sistema MEI, que acreditam ser pelo negacionismos do Governo Federal em não permitir os ajustes nos tetos dos faturamentos das Pequenas Empresas. Não vêem que ao migrar de MEI para ME o microempresário começa a ter despesas que nem sabia que existiam, e daí a falência fica a um passo. Dados Receita Federal: https://www8.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional/aplicacoes/atbhe/estatisticassinac.app/default.aspx

 

Convênio com a Gram Energia garante desconto para pequenas empresas

Associados do Sindicato da Micro e Pequena Indústria – Simpi, agora podem economizar até 13,5% por mês na conta de energia elétrica graças a uma nova parceria com a Gram Energia Sustentável. O convênio garante uma série de facilidades para os pequenos empresários que desejam reduzir custos sem burocracia. Entre os benefícios é que não há nenhum tipo instalação de placas solares, não há desembolso pois não existem custos, não há fidelidade contratual ou multa rescisória. O bom que não terá cobranças da diferença de bandeiras tarifarias (vermelha ou amarela). Além disso, a adesão é 100% online e sem qualquer intervenção física no imóvel. O uso da energia sustentável da Gram já gerou mais de R$ 1 milhão de economia para seus clientes e, agora, os associados do SIMPI podem se beneficiar dessa solução inteligente e acessível. Para aderir ou obter mais informações, basta entrar em contato com a GRAM pelo WhatsApp: (92) 92001-6155.

Assista: https://youtu.be/4Dm-tWasDuc

 

Conflitos globais e o Brasil no novo cenário internacional

Em um cenário internacional marcado por tensões geopolíticas, instabilidade econômica e mudanças nas dinâmicas de comércio global, as pequenas empresas enfrentam desafios cada vez mais complexos — mas também oportunidades estratégicas. Entre guerras, disputas comerciais e transformações nas cadeias produtivas, temas como segurança alimentar, reindustrialização e exportações de maior valor agregado passam a compor o centro do debate sobre o futuro da economia brasileira. Para discutir esse novo panorama global, o convidado da semana do programa A Hora e a Vez da Pequena Empresa é Vinícius Rodrigues Vieira, especialista em Relações Internacionais, que trouxe uma leitura ampla e precisa sobre como o Brasil pode agir diante das tensões internacionais e dos movimentos de reconfiguração econômica mundial. Vinícius iniciou sua análise contextualizando a atual conjuntura com o exemplo da tensão entre Irã e Israel, que envolve o temor nuclear e a constante interferência dos Estados Unidos. Ainda que o ataque israelense e a retaliação americana tenham demonstrado força, o programa nuclear iraniano continua em curso, revelando a fragilidade das soluções unilaterais. Nesse ambiente conturbado, o especialista ressalta que o Brasil possui uma janela de oportunidade para fortalecer sua produção nacional e impulsionar o crescimento econômico — desde que consiga mobilizar governo, sociedade civil e empreendedores em uma estratégia voltada para a diversificação de mercados e produtos com maior valor agregado, como alimentos industrializados, por exemplo. Essa diversificação, segundo ele, é uma questão de sobrevivência econômica. Continuar exportando apenas commodities in natura para um número restrito de parceiros — como a China — expõe o país a riscos desnecessários. Ainda que a economia chinesa não dê sinais concretos de colapso, sua desaceleração reforça o alerta: não se pode colocar todos os ovos na mesma cesta. O Brasil possui plenas condições de ampliar suas frentes comerciais e investir na agregação de valor, sobretudo em setores estratégicos, como os de terras raras — metais essenciais para a transição energética e para a indústria de alta tecnologia — nos quais o país tem reservas significativas. A proposta, neste ponto, é estabelecer parcerias inteligentes, como um possível diálogo com a China, que domina o refino desses minerais, para que o Brasil passe a ocupar um papel mais relevante na cadeia global de valor. Mesmo diante de conflitos diretos e guerras em curso, como o embate prolongado entre Rússia e Ucrânia, Vieira afirma que o mundo não vive apenas um estado de guerra, mas um período de múltiplas instabilidades. A resposta global a esses eventos, no entanto, tem reacendido antigos comportamentos, como o fortalecimento de arsenais militares. Um exemplo emblemático é a Alemanha, que estuda retomar o alistamento obrigatório após décadas de pacifismo institucionalizado. Esse tipo de mudança revela o grau de incerteza que paira sobre o sistema internacional. Dentro desse quadro, o especialista aponta que vivemos, na verdade, um retorno ao “velho normal”. O período de relativa estabilidade global, iniciado com o fim da Guerra Fria e a queda da União Soviética, parece ter sido uma exceção histórica. A atual polarização entre potências — como Estados Unidos, China e Rússia — reacende tensões que estavam latentes e desafia a lógica do comércio global livre e cooperativo. A China, por sua vez, apesar de não estar envolvida diretamente em conflitos armados, segue no centro das atenções, principalmente devido à tensão com Taiwan — uma ilha cuja importância estratégica se dá, entre outros fatores, por sua liderança na produção de microchips. Qualquer movimentação nesse sentido poderá causar impactos profundos e imediatos em toda a economia global. Essa perspectiva de instabilidade tem levado países a reverem suas estratégias de integração internacional. Segundo Vinícius, desde a pandemia da COVID-19, o mundo vive um processo de desglobalização silenciosa, em que os custos logísticos, o protecionismo crescente e as guerras comerciais alteram profundamente a lógica das cadeias produtivas. O Brasil sentiu esse impacto diretamente com a imposição de tarifas ao aço e ao alumínio durante o governo Trump, e o mundo como um todo passa por um movimento de reconfiguração que encarece produtos e dificulta o acesso a bens essenciais. O resultado mais perceptível desse movimento é uma inflação de caráter global, e não apenas localizada. Vinícius lembra que o barateamento de produtos nas últimas décadas se deveu, em grande parte, à ascensão da China como centro fabril mundial. Agora, com a reorganização dessas cadeias, o consumidor tende a pagar mais caro por alimentos, roupas e eletrônicos — o que limita o poder de compra e, por consequência, desacelera outras atividades econômicas. Diante disso, o desafio para países em desenvolvimento é ainda maior. Ao ser questionado sobre os possíveis caminhos para o Brasil diante desse cenário, o especialista foi enfático: a reindustrialização precisa voltar ao centro da agenda econômica. E isso não se resume às grandes indústrias. Pequenos e médios negócios têm papel crucial no abastecimento de mercados regionais e internacionais — especialmente se focarem em nichos específicos e produtos de maior valor agregado. Diversificar parcerias comerciais é um passo essencial, mirando oportunidades na Ásia, África, América Latina e Sudeste Asiático, em vez de apostar todas as fichas em um único destino exportador. Por fim, ao abordar a segurança alimentar — tema que ganha destaque em tempos de incerteza global —, Vinícius trouxe dados de um relatório recente da ONU, segundo o qual apenas a Guiana, entre os países das Américas, teria capacidade total de alimentar sua população em cenário de isolamento. Isso mostra como mesmo grandes potências são dependentes de importações. O Brasil, com sua ampla capacidade agrícola, pode não apenas abastecer sua população, mas também tornar-se peça-chave no tabuleiro da segurança alimentar mundial — desde que saiba transformar sua vocação produtiva em estratégia geopolítica. Com um olhar atento às transformações globais e uma leitura estratégica das capacidades brasileiras, Vinícius Rodrigues Vieira convida à reflexão e à ação. O futuro da pequena empresa, da indústria nacional e da economia como um todo depende, mais do que nunca, da capacidade de antecipar movimentos, diversificar caminhos e agir com inteligência diante das oportunidades — mesmo quando elas surgem em meio ao caos.

Assista: https://youtu.be/DTj_htqoLUg

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