Quarta-feira, 18 de junho de 2025 - 19h45
Apesar do recuo recente da inflação, as incertezas
em relação à economia fizeram o Banco Central (BC) elevar os juros. Por
unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Taxa Selic,
juros básicos da economia, em 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano.
Embora houvesse divisões, a decisão
surpreendeu parte do mercado financeiro, que esperava a manutenção em 14,75% ao ano.
Em comunicado, o Copom informou que deverá
manter os juros em 15% ao ano nas próximas reuniões, enquanto observa os
efeitos do ciclo de alta da Selic sobre a economia. No entanto, não
descartou mais altas, caso a inflação suba.
“Em se confirmando
o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros
para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem
observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando
a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a
convergência da inflação à meta”, destacou o texto.
“O comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os
passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará
em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, acrescentou o BC.
Essa foi a sétima elevação seguida dos
juros básicos. A Selic está no maior nível desde julho de 2006,
quando estava em 15,25% ao ano. Esse deve ser o último aperto monetário, antes
da interrupção no ciclo de alta, no segundo semestre.
De setembro do ano passado a maio deste ano, a
Selic foi elevada seis vezes. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do
ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com uma
alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto, três de 1 ponto percentual e uma de 0,5
ponto.
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Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco
Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em maio, o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial, recuou para 0,26%, mesmo com a pressão de alguns alimentos
e da conta de energia. Com o resultado, o indicador acumula alta de 5,32% em 12
meses, acima do teto da meta contínua de inflação.
Pelo novo sistema de meta contínua em vigor desde janeiro,
a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho
Monetário Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto
percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o
superior é 4,5%.
No modelo de meta contínua, a meta passa ser
apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em junho de
2025, a inflação desde julho de 2024 é comparada com a meta e o intervalo de
tolerância. Em julho, o procedimento se repete, com apuração a partir de agosto
de 2024. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do tempo, não ficando
mais restrita ao índice fechado de dezembro de cada ano.
No último Relatório de Inflação, divulgado no fim
de março pelo Banco Central, a autoridade monetária elevou para 5,1% a
previsão do IPCA para 2025, mas a estimativa pode ser revista, dependendo do
comportamento do dólar e da inflação. O próximo relatório será divulgado no fim
de junho.
As previsões do mercado estão mais pessimistas. De
acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições
financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 5,25%, quase 1 ponto acima do teto da meta. Há um mês,
as estimativas do mercado estavam em 5,5%.
O comunicado do Copom trouxe as expectativas
atualizadas do Banco Central sobre a inflação. A autoridade monetária prevê que
o IPCA acumulado em 12 meses chegará a 4,9% em 2025 (acima do teto da meta) e
3,6% no fim de 2026. Isso porque o Banco Central trabalha com o que chama de
“horizonte ampliado”, considerando o cenário para a inflação em até 18 meses.
O Banco Central aumentou levemente as estimativas
de inflação deste ano e manteve a do próximo. Na reunião anterior, de novembro,
o Copom previa IPCA de 4,8% em 2025 e de 3,6% em 12 meses no fim do segundo
trimestre de 2026.
Crédito mais caro
O aumento da taxa Selic ajuda a conter a
inflação. Isso porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a
produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento
econômico. No último Relatório de Inflação, o Banco Central reduziu para 1,9% a projeção de crescimento para a
economia em 2025.
O mercado projeta crescimento melhor. Segundo a
última edição do boletim Focus, os analistas econômicos
preveem expansão de 2,2% do PIB em 2025.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de
títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve
de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para
cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços,
porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o
crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da
inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de
que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
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