Sexta-feira, 24 de setembro de 2021 - 11h58
O avanço da vacinação e o consequente aumento da circulação de
consumidores deverão fazer com que o Natal de 2021 registre a maior oferta de
vagas temporárias para o período nos últimos oito anos. De acordo com projeção
da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a
estimativa é que haja a contratação de 94,2 mil trabalhadores para atender ao
aumento sazonal das vendas neste fim de ano. A entidade prevê ainda aumento de
3,8% nas vendas natalinas, em comparação com o ano passado.
Em 2020, a principal data comemorativa do
comércio coincidiu com a segunda onda da pandemia do novo coronavírus, o que
fez com que a contratação de temporários para o Natal fosse a menor em cinco
anos (68,3 mil). O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que a
mudança de cenário em 2021 renova a esperança dos varejistas. “Os
estabelecimentos comerciais estão voltando a receber um fluxo maior de
consumidores e, consequentemente, têm registrado avanços sucessivos nas vendas
desde abril deste ano”, afirma Tadros.
Regionalmente, São Paulo (25,55 mil), Minas
Gerais (10,67 mil), Rio de Janeiro (7,63 mil) e Paraná (7,19 mil) concentrarão
mais da metade (54%) da oferta de vagas. Os maiores volumes de contratações
deverão acontecer nos ramos de vestuário (57,91 mil vagas) e de hiper e
supermercados (18,99 mil). Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo
estudo, lembra que as lojas de vestuário, acessórios e calçados são,
historicamente, as que respondem pela maior parte dos empregos temporários
neste período do ano. “Enquanto o faturamento do varejo cresce em média 34% na
passagem de novembro para dezembro, no segmento de vestuário o faturamento
costuma subir 90%”, ressalta Bentes.
Salário médio cresce
Segundo os cálculos da CNC, o salário médio
de admissão para as vagas temporárias no Natal deverá ser de R$ 1.608, valor
5,1% maior em relação a igual período do ano passado. Assim como em 2020, os
maiores salários deverão ser pagos pelas lojas especializadas na venda de
produtos de informática e comunicação (R$ 1.866) e pelo ramo de artigos
farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.647) – contudo, esses segmentos
deverão responder por apenas 0,8% das vagas totais.
Em relação às profissões, a Confederação
estima que oito em cada dez vagas criadas devem ser preenchidas por vendedores
(60,7 mil) e operadores de caixa (15,2 mil). Farmacêutico (R$ 3.373) e gerente
administrativo (R$ 3.054) devem receber os maiores salários médios.
A taxa de efetivação dos temporários após o Natal deverá ser maior do que nos últimos cinco anos, com a expectativa de absorção definitiva de 12,2% desses trabalhadores. “As incertezas quanto à rapidez no combate aos fatores que têm dificultado uma evolução ainda mais favorável das condições de consumo e os desdobramentos decorrentes da crise hídrica tendem a impedir uma taxa de efetivação próxima àquelas observadas antes de 2016”, explica Bentes.
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