Moreira Mendes critica postura dos bancos diante da crise econômica

O deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO) classificou como uma "afronta" ao País a proposta da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) de dividir com o governo os riscos de inadimplência dos empréstimos para pequenas e médias empresas. A afirmação foi feita na manhã desta quarta-feira durante seminário na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre as medidas que o setor produtivo está tomando para minimizar os efeitos da crise econômica. "Essa proposta é o pior dos mundos. Um verdadeiro desatino", reagiu.

De acordo com o parlamentar, o setor financeiro é a atividade econômica que mais tem lucrado no governo Lula. "Agora, não respeitam nem a situação de crise por que passa o país, quando, na verdade, todos deveriam contribuir com a sua cota de sacríficio", criticou.

A proposta de partilha dos riscos dos empréstimos está sendo discutida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e os banqueiros. Mas, segundo Moreira, a ideia é tão "imoral" que nem deveria ser discutida pela equipe econômica.

Juros "obscenos"

Ainda segundo Moreira Mendes, o objetivo dos bancos é de apenas lucrar com a crise. Para isso utilizam como pretexto a ideia de viabilizar uma alternativa de financiamento com custo menor para as empresas que perderam espaço de crédito doméstico para as de maior porte.

Ele lamentou que, enquanto milhares de trabalhadores brasileiros aceitam reduzir salários em troca da manutenção do emprego, os bancos - apesar da redução de 1% da taxa Selic - continuam cobrando juros "obscenos" da população. "Eles (os bancos) solapam a economia popular, se apropriam do dinheiro do povo. Nada passa pelo banco que não seja cobrada uma taxa. Nem o salário mínimo escapa. Isso é uma coisa vergonhosa", protestou.

Fonte: Ascom