Sexta-feira, 14 de março de 2008 - 08h07
São Paulo A classe média brasileira é a que mais paga imposto sobre rendimentos em relação a todos os países da América do Sul. É o que mostra um levantamento realizado pela consultoria Ernst & Young, baseado na comparação do valor salarial a partir do qual o cidadão brasileiro começa a pagar a alíquota máxima aplicada pela Receita Federal, de 27,5%.
Foram pesquisados os salários equivalentes a R$ 2.743,25 em sete países além do Brasil. O objetivo do estudo foi avaliar o peso da alíquota máxima, de 27,5%, sobre o cidadão de classe média que vive com um salário na casa de R$ 3 mil. Outros países possuem alíquotas máximas até superiores à nossa, mas elas incidem sobre a renda dos cidadãos mais ricos, explica Frederico Good God, gerente sênior da área de consultoria tributária da Ernst & Young.
Dessa maneira, enquanto uma pessoa que recebe R$ 2.743,25 no Brasil repassa 27,5% de seu salário para o governo, quem recebe quantia equivalente na Colômbia paga 19%. A diferença é ainda maior em relação a países como Peru (onde quem recebe salário equivalente paga 15%) e Bolívia (13%). A maior discrepância encontra-se na comparação com o Chile, onde quem ganha salário equivalente desembolsa 5% - sendo a alíquota máxima de 40% -, e com a Venezuela, onde esse mesmo cidadão se enquadraria na faixa de isenção.
O país que mais se aproxima da realidade tributária brasileira é a Argentina, com uma alíquota de 27% sobre essa faixa salarial. No entanto, os argentinos possuem sete faixas de alíquotas, sendo a máxima de 35%. O estudo, aliás, mostrou ainda que a maioria dos países sul-americanos possuem várias faixas de tributação, diferente do Brasil, que possui dois degraus. A Venezuela tem oito degraus na tabela progressiva do imposto de renda, o Uruguai, seis; a Colômbia, quatro e o Peru, três. A exceção é a Bolívia, que tem apenas uma alíquota, que é de 13%, afirma God.
Outra conclusão do estudo mostra que os sucessivos aumentos no valor do salário mínimo no Brasil trouxeram mais contribuintes para a alíquota máxima de tributação.
Fonte: O Paraná
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