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Gleyciane Prata expõe na Afonso Ligório a partir de segunda


Passeio Indígena - Gente de Opinião
Passeio Indígena

Aos poucos ela vem se mostrando para o público rondoniense. Dia 17 estreia sua primeira exposição individual, que perdeu este status, porque ela resolveu convidar outros artistas para juntos fazer esta viagem na Casa de Cultura Ivan Marrocos. Estou falando de Gleyciane Prata, uma artista dedicada às artes visuais que nasceu em Rio Branco, passou por Parintins, e que há 15 anos pousou sua arte em Porto Velho.

O projeto denominado de Laços Fraternos – Esperança apresenta 25 obras de Gleyciane, entre quadros e esculturas. E é o resultado do que viu, viveu e produziu nos últimos anos. A exposição estreia no dia 17 de maio, às 16 horas e se estenderá até ao final do mês. Além da visita presencial o público também poderá visitar a exposição na Galeria Afonso Ligório virtualmente, pois estão previstas as gravações de lives para permitir que um público maior conheça a exposição.

Os convidados de Gleyciane são Adriane Cardoso, Arlete Cortez, Homero Rodrigues, Joabson Sousa, João Henrique, Luciano Pinheiro e Mari Bhrusck. Alguns experimentando uma exposição pública pela primeira vez. Gleyciane Prata conta que decidiu dividir a exposição com alguns amigos, porque sabe como é difícil o começo e que viu uma grande oportunidade de fazê-los também conhecidos pelo público.

Como também está ligada a trabalhos sociais, ela já definiu que haverá arrecadação de alimentos no local da exposição. “Vamos por uma caixa lá e quem desejar pode  doar  o alimento que quiser”, segundo ela a alimentação arrecadada será distribuída para artistas que estão vivendo em vulnerabilidade social. “O tema da nossa exposição por si só já diz alguma coisa sobre isso, laços fraternos e esperança, são ações nas quais acredito muito”.  Ela explica que tudo tem a ver com abraçar as pessoas e confortá-las através da arte, em especial em um momento ímpar no qual a humanidade vive. “As obras que vamos expor também falam um pouco sobre isso e aí sentimentos de fraternidade, carinho e afeto não são destinados só às pessoas, mas também aos animais”.

A exposição estreia na próxima segunda-feira, na Galeria Afonso Ligório, na Casa de Cultura Ivan Marrocos, em Porto Velho, próximo à Praça das Caixas d’Água. Os organizadores se comprometem a cumprir todo o protocolo a fim de evitar o acesso de visitantes sem o uso de máscara e manter o distanciamento necessário para segurança de todos. 

Gleyciane Prata - Gente de Opinião
Gleyciane Prata

Quem é Gleyciane?

Mas quem é Gleyciane Prata? É uma artista que aprendeu a desenhar e pintar na infância. No primeiro momento sonhava com as passarelas da moda, desenhando e vestindo suas bonecas. Depois vieram as oportunidades, cursos em Rio Branco, depois em Parintins e a moda foi dando lugar a outro tipo de arte. E a menina que começou a brincadeira aos nove anos se descobriu desenhando e pintando telas sobre a sua regionalidade. Os indígenas é uma de suas marcas mais fortes. Mas antes de chegar às telas foi se destacando em alguns cursos de pintura para crianças e adolescentes, como em Parintins, quando tinha 12 anos e participava de um projeto social para adolescentes. “Lá a gente fazia um pouco de tudo, como macramê, crochê, escultura em barro, desenho e pintura e as professoras observaram que eu me saia melhor nestes dois últimos itens e começaram a me incentivar e me colocaram para pintar o na parede da instituição o rosto do padre que era o benfeitor do projeto, o padre Benito de Pietro, eu fiquei muito feliz.”

Mas tarde, por volta dos 14 ou 15 anos Gleyciane retornou para Rio Branco e teve aulas patrocinadas pelo governo estadual. Com o professor Wellington Santana aprendeu algumas técnicas básicas. Ao final do curso, na exposição de todos os alunos, seu trabalho chamou a atenção do então presidente da Associação das Artes Plásticas do Acre, Glicério Gomes, que conversou então com o pai da jovem artista e a convidou para fazer parte da Associação. A partir daí, com a convivência com artistas profissionais pôde até participar de um concurso, no qual um dos concorrentes era o seu professor.

Mas a temporada de Rio Branco chegou ao fim e quando tinha entre 16 e 17 anos precisou mudar para Porto Velho. Passou um tempo sem ação por não conhecer ninguém. Usou a internet para pesquisar sobre os artistas locais e gostou dos trabalhos de Mikéliton Alves, com quem passou a trocar informações. Participou  de alguns concursos como o do Conselho Regional de Medicina e do Exército, interagindo com outros artistas.

A partir de então algumas portas começaram a se abrir como exposições coletivas no Shopping Porto Velho, em 2016 e o projeto em parceria com a empresa de ônibus urbano da capital e a Biblioteca Viveiro das Artes, em 2018. Dois trabalhos de Gleyciane foram reproduzidos nas laterais de alguns veículos de transporte de passageiros e puderam ser visualizados em toda cidade, o Beija-Flor e Exército Brasileiro.

Fazendo graduação em gestão pública no Ifro, Instituto Federal de Rondônia, o então diretor, Miguel Jamberson a convidou para desenvolver alguns projetos, que acabaram inviabilizados, mas que abriram as portas para outros e hoje ela já está na segunda edição do Cores em Ação. São 25 alunos, a maioria da comunidade e estudantes do Ifro matriculados no curso básico de pintura. A primeira edição foi dedicada apenas aos alunos do Ifro e reuniu cerca de 12 pessoas. Desta vez, o curso foi liberado para o público externo e ela conta que tem alunos de Porto Velho, dos distritos e municípios e até de outros estados. O curso tem duração de três meses e está na grade do Instituto, que faz o processo seletivo.

Ano passado veio o convite da Casa de Cultura Ivan Marrocos para uma exposição individual, prevista inicialmente para março, mas adiada para maio em função da pandemia e que será aberta no dia 17 de maio na Galeria Afonso Ligório. 

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