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Duelo da Fronteira encanta público com enredos sobre cultura e lendas amazônicas

Festival apresentou espetáculo repleto de coreografias e fantasias exuberantes.


Bois-bumbás apresentaram lendas amazônicas (Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO) - Gente de Opinião
Bois-bumbás apresentaram lendas amazônicas (Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO)

O som dos tambores ecoou no Bumbódromo Márcio Menacho, na madrugada deste domingo (17), em Guajará-Mirim. Apesar do atraso causado pela chuva, o Duelo da Fronteira apresentou um espetáculo repleto de coreografias, fantasias exuberantes e enredos que celebraram a cultura e as lendas amazônicas. 

O Malhadinho iniciou a batalha com o enredo "Tekohá - este chão é nossa essência". O boi contou a lenda da "Mulher-Árvore", que faz a conexão entre a história de uma jovem e a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Para representar a personagem, uma alegoria gigante foi exibida na arena. 

Enquanto o boi contrário permanecia em silêncio, o Malhadinho destacou a importância da Festa do Divino Espírito Santo, uma romaria católica aquática que percorre cidades de Rondônia e da Bolívia. 

A agremiação também celebrou a força das mulheres, com ênfase na lenda das índias guerreiras da Amazônia, e homenageou a liderança de Tereza de Benguela, chefe do Quilombo do Quariterê, no Vale do Guaporé. 

Povos originários dançaram em prol da preservação da floresta, enquanto pássaros gigantes levaram a cunhã-poranga para o Bumbódromo. 

“Escolhi torcer pelo boi Malhadinho, que vai ganhar este ano”, afirmou Margareth Maloney, economista, de 63 anos, residente em Porto Velho. Ela participou do festival pela primeira vez. 

Após a apresentação do Malhadinho, a programação fez uma pausa.

Alegorias gigantes surpreenderam o público (Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO) - Gente de Opinião
Alegorias gigantes surpreenderam o público (Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO)

A torcida do Flor do Campo estava ansiosa pelo início da apresentação e deu um show de animação. Uma alegoria gigante de arara vermelha conduziu a porta-estandarte até a arena.

A agremiação abordou os malefícios da colonização para os indígenas e a resistência desses povos. A chegada dos europeus foi ilustrada pela alegoria de um barco. De dentro dele, surgiu uma anaconda, protetora dos rios.

Entoada por um berrante, uma toada ressaltou a importância do pescador em Rondônia. O boi vermelho e branco saiu de dentro da alegoria de um peixe gigante, surpreendendo os espectadores.

A agremiação também narrou a lenda de Matinta Perera, uma bruxa que, à noite, se transforma em pássaro e aterroriza os povos da floresta. Alegorias gigantes foram usadas para ilustrar essa história.

“É um festival muito bonito de se ver. São muitas pessoas envolvidas, trabalhando para que essa festa aconteça. Sou Flor do Campo desde criança”, salientou Jaqueline Faccas, médica, de 40 anos.

Agremiações cantaram sobre a resistência dos povos indígenas (Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO) - Gente de Opinião
Agremiações cantaram sobre a resistência dos povos indígenas (Foto: Antônio Lucas I Secom ALE/RO)

O segundo dia de festival terminou já pela manhã deste domingo (17). As apresentações, com duração entre 2h e 2h30, são avaliadas por três jurados. Eles julgam 21 itens, coletivos e individuais, como levantador de toadas, ritual indígena, cunhã-poranga alegoria e lenda amazônica. 

O Duelo da Fronteira começou na sexta-feira (15) e segue até segunda-feira (18), com entrada gratuita. O evento é organizado pela Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), em parceria com a Associação Waraji e a Prefeitura de Guajará-Mirim. 

O evento também tem apoio da Assembleia Legislativa de Rondônia, que destinou recursos financeiros por meio de emendas parlamentares. “Queremos valorizar e fortalecer a nossa cultura, além de incentivar a economia”, enfatizou a deputada Dra. Taíssa (Podemos), que representa a região.

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