Terça-feira, 3 de dezembro de 2013 - 15h01
A presença de Dom Moacir Grechi no Cinesesc, na noite desta segunda-feira, na Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, enriqueceu o debate capitaneado pela Irmã Lina Ambiel, assistente social e diretora do Hospital Santa Marcelina. Ela foi convidada pela produção da Mostra para comentar o filme “Paredes Invisíveis: Hanseníase Região Norte”, justamente porque o hospital foi uma antiga colônia de hansenianos, tema do filme. “Alguns desses pacientes que aparecem no filme são de Porto Velho, e viveram de fato o preconceito causado pela ignorância”, explicou.
Dom Moacir Grechi, arcebispo emérito de Porto Velho, fez relatos de suas experiências no Acre, quando ainda era frei. “A primeira vez que me deparei com a doença confesso que fiquei apreensivo, mas porque não conhecia. Com o tempo esses mitos sobre a hanseníase foram sendo quebrados e o isolamento dos pacientes vencido”, disse. “Tenho orgulho de ter conseguido uma bolsa de estudos para uma menina que descobriu ter a doença, e depois ter se tornado especialista na área e coordenadora do centro de tratamento no Acre”, contou.
O filme emocionou aos expectadores que compareceram à terceira noite da Mostra, sobretudo por demonstrar como eram tratados os pacientes, retirados da família e do convívio social por conta da doença, bem como as conquistas que obtiveram com o reconhecimento da aposentadoria vitalícia.
Política e Espaço
As ilustres presenças de Dom Moacir e Irmã Lina não foram as únicas que abrilhantaram a mostra com debates pertinentes e esclarecedores. O geógrafo Ricardo Gilson, professor da Universidade Federal de Rondônia e convidados da noite de domingo da mostra também teve uma participação importante para o debate ao comentar o filme “Conterrâneos Velhos de Guerra”, do homenageado da Mostra Vladimir Carvalho. O professor, além de contextualizar melhor a política do país no espaço da cidade de Brasília na época da construção, traçou um paralelo com a história de Rondônia e seus ciclos de ocupação. “Podemos notar muitas semelhanças no fenômeno de ocupação e movimentos migratórios, sobretudo em torno de grandes obras que exploram mão de obra barata”, refletiu.
Os debates propostos ao longo da mostra foram ampliados nesse ano em razão do grande sucesso dos dois debates planejados pela produção local da mostra na edição do ano passado. “Tivemos a participação do professor Ari Otti na exibição de documentário sobre Mariguela e da juíza Sandra Silvestre, na época titular da Vara de execuções penais, comentando o filmes com a temática da população carcerária”, relembra Emanuela Palma, produtora local da Mostra.
“Nesse ano, convidamos um debatedor por dia, o que vai ao encontro da proposta cineclubista do CineOca, promover o debate a partir das exibições”, completou Simone Norberto. Na noite de terça-feira, dia 3 de dezembro está programado debate com Rubens Surui, líder indígena e Ivaneide Bandeira, ambientalista, que comentarão sobre o resgate das tradições indígenas a partir dos filmes “Bicicletas de Nhanderu” e “PI`ÕNHITSI, Mulheres xavantes sem nome”. Na quarta-feira, dia 4 de dezembro, o convidado o procurador federal Reginaldo Trindade, que comentará o filme Paralelo 10 de Silvio Da-Rin e no quinta-feira, dia 5, Niédna Contijo, do Grupo Gay de Rondônia, comentará os filmes “Leve-me pra Sair” e “Katia”.
Esta é a 3ª edição da mostra em Rondônia e 8ª em outras capitais. Realizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em parceria com o Ministério da Cultura tem patrocínio da Petrobras e do BNDS. A Universidade Federal Fluminense assina a produção nacional e o CineOca a produção local. A Mostra conta ainda com os apoios locais do Sesc Rondônia, Unir, Governo de Rondônia, Corpo de Bombeiros, Eletrobras e Associação dos Magistrados de Rondônia- Ameron.
Serviço:
Local: Cinecesc
Hora: a partir das 13h30
Quando: até dia 5 de dezembro
Gratuito
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