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Gente de Opinião

Vinício Carrilho

A Rio+20 – cúpula mundial de meio ambiente


Inspirados no desejo de cidadania é que escrevemos o artigo, para partilhar das preocupações que nos assomam nesta adolescência do século XXI. Não é novidade para ninguém que o planeta atravessa mais um período de transformação como tantos outros, a exemplo do fim da era dos dinossauros.

Essa transformação não deixará impune o sistema sócio-político-econômico. E dentre as tantas inquietações nos vemos envolvidos com um tema cada vez mais em ascensão: o meio ambiente! É sabido que em junho, o Brasil sediará a Rio+20, a cúpula mundial do meio ambiente e que desde já divide opiniões sobre sua eficácia. Teremos mudanças incisivas ou apenas mais alguns engodos mercantilistas?

O pesquisador Michael Löwy, entrevistado pela revista Caros Amigos, afirma que nada espera da Rio+20, tanto do ponto de vista das discussões quanto da eficácia de possíveis decisões tomadas. Estamos com o pé colado no acelerador e nos precipitamos ao abismo, diz Löwy. E é bem verdade, dado que são inúmeras as constatações de que estamos no limite e o planeta não agüenta mais. O que fazer?

Mudanças estruturais profundas no modo de produção do sistema capitalista – o que implica dizer (parafraseando Löwy) que o sistema capitalista é o grande responsável pela crise ambiental mundial. Sem transformações macro-econômicas, que envolvam o aparato da produção, não será possível frear esta corrida rumo ao abismo.

É preciso que haja uma conscientização geral de que, sem alterações profundas nas estruturas de organização estrutural, continuaremos com medidas paliativas como as que proíbem o uso da sacolinha plástica em prol de sacolas biodegradáveis, compradas pelo consumidor. Enquanto isso as empresas se utilizam do fato de minimizarem os impactos ambientais como ferramenta de puro marketing.

À população em geral cabe o exercício da cidadania, por meio de uma conscientização de que existe um problema e que todos somos responsáveis por ele. Às empresas, cabe a responsabilidade por intervir positivamente no local onde estão inseridas e partilhar dos resultados positivos do desenvolvimento do seu negócio. O empreendedor deve conscientizar todos que de algum modo participam das suas atividades, direta ou indiretamente, desde o seu menor colaborador, aos acionistas e ao público ao qual se dirige. Comprometimento necessário a fim de se repensar o modo de produzir e prestar serviços.

Cabe à organização empresarial o cumprimento de sua função social, de responsabilidade socioambiental. As medidas inerentes ao reformismo verde aceitam as regras da economia de mercado, isto é, do próprio capitalismo. Busca-se soluções que sejam aceitáveis, ou compatíveis, com os interesses de rentabilidade, lucro rápido, competitividade no mercado e crescimento ilimitado das oligarquias capitalistas.

Aliás, ainda pensando em Michael Löwy, essa é uma luta pelo ecossocialismo que começa aqui e agora, em todas as lutas sócio-ecológicas concretas que se encontram, de uma forma ou de outra, dentro do sistema capitalista.

Profª. Ms. Fátima Ferreira P. dos Santos

 Centro Universitário/UNIVEM


Prof. Dr. Vinício Carrilho Martinez

Universidade Federal de Rondônia

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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