Terça-feira, 20 de dezembro de 2022 - 19h16
Vivemos numa época na qual os
valores se inverteram e isto se demonstra, em especial, no (mau) jornalismo que
se pratica e, mais do que nunca, se viu antes e depois da Copa do Mundo do
Catar. É claro que, quando um time perde, se procure ver os erros. E, deve-se
fazer isto, mas como forma de aprendizado e não para buscar os culpados,
execrar jogadores que, algumas vezes, deram o melhor de si para ganhar. Ganhar
um campeonato, uma competição passa por um punhado de coisas, porém sempre se
inicia pela administração mais alta, por quem dirige e escolhe os que vão
comandar os jogadores e as estratégias para fazer uma equipe vencedora. E
também não se pode esquecer que se precisa de um time com bons jogadores, que
joguem em conjunto, e contem com fatores tão imprevistos como uma coisa chamada
sorte. Há grandes equipes, como, por exemplo, a da Holanda de Joan Cruijff ou a
própria seleção brasileira de 1982, que não ganharam a copa. Jogadores
excepcionais, então nem se fala. A questão central é que, hoje, não se faz mais
uma análise do futebol em si. Como o próprio futebol foi fortemente
mercantilizado, mundializado, não apenas nivelaram sua prática, mais pelo lado
da força física do que pelo talento e a habilidade. Basta ver, e comparar, por exemplo, com o basquetebol. A
seleção norte-americana de basquetebol, o mais alto nível de basquete no mundo,
é uma seleção quase imbatível, que perdeu, ao longo do tempo, muitas poucas
vezes. Já a seleção brasileira de futebol, que, relativamente, deveria ter a
mesma posição no esporte bretão, ao longo do tempo, perdeu tantas vezes que se
perdeu a conta. Qual a grande diferença? No basquete não se perde de vista os
fundamentos. No futebol não se observa isto. Há uma obsessão pelos números sim,
pela posse de bola, pelo número de passes, pelos chutes a gol, todavia quantas
vezes não assistimos jogadores tidos como estrelas executarem lances bisonhos
por não saberem chutar ou cabecear. Nesta Copa do Catar os passes errados e os
gols perdidos demonstram isto. Alguns chutes de profissionais regiamente pagos
foram vergonhosos. Como vergonhosa foi a cobertura da Copa pela imprensa
brasileira (e mundial também). Quantas vezes os fatos não são distorcidos e se
apresentam versões estapafúrdias do que acontece? Basta ver que, insanamente, quando
o Brasil ganhava era tido como imbatível. Perdeu os jogadores viraram moleques,
indignos de vestir a camisa amarela. Fora as fofocas que criam, como a sobre o
jantar dos jogadores num restaurante chique ou porque Neymar cumprimenta Messi
isto se trata de um deboche com Mbappé. Pelo amor de Deus! Deve-se julgar o que
se faz em campo. O grande erro vem do passado. Perdemos esta Copa muito antes. Tite,
depois de ter perdido a última Copa e de ter perdido a Copa América havia
demonstrado, sobejamente, suas limitações. Não há culpa. Há erros que não são
apenas de um ou de outro. É do conjunto
da obra. Descascar Neymar é um absurdo. Ele jogou machucado. No sacrifício por
desejar ganhar a Copa. Na França, os franceses reconhecem a grandeza de Mbappé
e de seus companheiros. Sabem que a vitória e a derrota são do jogo. O Brasil,
macunaímente, digere e cospe quem, com ou sem razão, se destaca. Aqui a
mediocridade não aceita superação. Corta a cabeça de quem ousa se levantar e
ter notoriedade ou opinião. Nosso futuro é caminhar sempre em busca do passado.
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