Opinião de Primeira - 11/09/14

FAZER SEGURANÇA PÚBLICA É SÓ ENXUGAR GELO

O coronel Fernando Luiz Prettz, comandante da PM de Rondônia, é um militar reconhecido e um comandante que dedica à tropa toda a sua experiência e capacidade. Está cheio de planos, todos positivos, para melhorar a segurança pública em Porto Velho e outras cidades do Estado. Certamente colherá resultados positivos. Mas há um problema que está muito acima das boas intenções e planos do Coronel Prettz: não importa o que a polícia faça no combate ao crime, porque em breve a maioria dos bandidos estará nas ruas, de novo. O que os comandantes das PMs de todo o país, os delegados da polícia civil, os procuradores e promotores públicos e os magistrados precisam fazer é uma união de forças, exigindo a leis que separem os bandidos das pessoas de bem. Não é possível que criminosos entrem nas cadeias por uma porta e saiam pela outra, voltando a cometer  várias  vezes os mesmos crimes, por causa de uma legislação absurda, desumana, que incentiva a violência crime e desespera as famílias. Não há ação policial que consiga resolver a questão da segurança pública, se lá no fim, depois de preso, julgado e condenado, o criminoso não fique na cadeia durante longos anos, exilado da sociedade e sem chance de voltar à sua vida bandida.

É claro que as intenções e o trabalho exaustivo, voltados para a busca de proteção à comunidade, vindas do coronel Prettz e dos demais oficiais da PM, seja de Rondônia ou de qualquer cidade brasileira, são sempre bem vindas e positivas. Mas no geral, é enxugar gelo. Porque todos sabemos que a solução desta carnificina que os bandidos cometem contra as pessoas de bem, só terá fim quando eles, bandidos, pagarem de verdade por seus crimes. Até lá, não sairemos de providências paliativas, num país onde são cometidos mais de 50 mil assassinatos por ano. 

SÓ AMENIZAM

É sempre bom destacar que muitas medidas adotadas pela polícia dão resultados práticos, diminuindo a criminalidade aqui e ali. Mas, na quinta vez em que um policial prende o mesmo bandido, será que ele mesmo não começa a se questionar se vale a pena arriscar a vida para nada?  Mais: ao usar de violência contra um bandido, o PM sabe que ele poderá ser criminalizado, até por parte importante da mídia. Adiantam então programas de combate ao crime? Claro que eles amenizam a gravidade da situação, porque onde tem polícia, bandido na vai.  Mas só amenizam...

ADEUS A JERÔNIMO

Com a morte de Jerônimo Santana, vai embora também uma parte importante da história recente de Rondônia. O Bengala, como acabou ficando conhecido, foi uma figura ímpar. Assumiu como primeiro governador eleito, mexeu com as estruturas do Estado, trouxe muita gente de fora para ajudá-lo a governar; teve grandes embates políticos e, no final da vida, em Brasília, praticamente abandonado, estava anunciando que publicaria suas memórias. Será que ele as deixou como testamento? E se deixou, será que um dia serão publicadas?

MENOS VOOS

Mais uma empresa que cai fora de Porto Velho. A Avianca, companhia aérea que ainda fazia a rota da Capital rondoniense para o Mato Grosso e dali oferecendo conexões para todo o país e até exterior, irá voar em outras paragens. Demitirá quase duas dezenas de funcionários e fechará seu ponto de vendas no aeroporto Jorge Teixeira. O nosso "internacional" cresce como rabo de cavalo: para baixo. Ficam com seus voos normais a TAM, a Gol e a Azul. Tomara que estas não caiam fora também.

NADA VAI MUDAR?

Dos três candidatos à Presidência, que têm chances reais, as duas mulheres já decidiram: vão ignorar os protestos de quase 80% dos brasileiros, que querem a redução da maioridade penal. Ambas têm o tradicional discurso de que têm que dar educação e oportunidades para os jovens. Como isso não vai acontecer nunca, eles continuarão, caso uma delas seja eleita, com a liberdade para matar e cometer todos os tipos de crime. Já o tucano Aécio Neves avisou: se eleito, fará a reforma do Código Penal e a revisão da lei que protege menores criminosos.

NUNCA TERMINAM

Era bom demais pra ser verdade! Uma das únicas obras em ritmo acelerado em Porto Velho - no Espaço Alternativo, que seria  entregue no mês que vem,  pode parar por decisão TCE, que impediu novos pagamentos à empreiteira. E assim vai: quando não é uma decisão do TCE, é da Justiça ou é falta de recursos, ou a tia do cunhado do sobrinho do neto de alguma autoridade decidiu que aquela obra podia parar por não ser prioridade, porque tinha que começar outra, que, claro, também não será entregue no prazo. Lamentáve!

CLIMA DE GUERRA

A invasão de uma fazenda na região de Chupinguaia pode acabar em violência e mortes. Vários dos que se dizem sem terra, apoiados por invasores profissionais, já bastante conhecidos na região, tomaram a área na marra, enquanto o fazendeiro contratou homens para se proteger e aos seus bens. A Pastoral da Terra está na região, mas até agora não conseguiu controlar o clima de perigo. Avisadas, as autoridades nada fizeram. Os sem terra e os donos da área por enquanto só trocam acusações. Terrível será se começarem a trocar tiros!

PERGUNTINHA

Será que as comissões criadas para mudar o  Código Penal continuarão discutindo perfumarias, enquanto o combate ao crime continua em terceiro plano?