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Paulo Saldanha

Crônicas Guajaramirenses - Rosinaldo Machado


Crônicas Guajaramirenses - Rosinaldo Machado - Gente de Opinião

No dia 28 de agosto, numa quinta-feira, o Rosinaldo Machado e a humanidade celebraram os seus 75 anos. E o nosso Machado que é “capitalista” – posto morar na capital – foi saudado com eloquência e fluência, com a erudição da jornalista Jussara Gottlieb, lá no espaço Divina Praia onde seus amigos festejavam o seu abençoado niver.

Porém, no sábado dia 30, no restaurante do Pakaas Palafitas Lodge, em Guajará-Mirim, num “petit comité” recebeu as honras de estilo, com direito a jantar, vinho e a bolo confeitado, esse saboreado pelos demais hóspedes do Resort, que acabaram participando do acontecimento simples, mas, comovente.

Rolou muita emoção, “anexada” por palavras de afeto e reconhecimento aos valores e às virtudes desse amigo do peito, meu irmão, camarada.

Nelson Cavaquinho deixou imortalizada a música, com versos filosóficos que dizem “Sei que amanhã, quando eu morrer os meus amigos vão dizer que eu tinha um bom coração. Alguns até hão de chorar e querer me homenagear fazendo de ouro um violão”...

E preciso dizer que o Machadinho em vida é pessoa de bom coração! Generoso, honesto, altruísta, dono de uma simpatia irradiante, íntegro e empático, muito afetuoso, daí a bem querência de que é alvo, mercê das inúmeras virtudes que detém.

“Mas depois que o tempo passar sei que ninguém vai se lembrar que eu fui embora, por isso é que eu penso assim se alguém quiser fazer por mim, que faça agora; me dê as flores em vida o carinho, a mão amiga para aliviar meus ais depois, que eu me chamar saudade não preciso de vaidade, quero preces e nada mais”.

Machadinho, receba em vida as flores que, de forma virtual lhe envio, desde o barranco de um encontro das águas; recolha o aperto de mão mais intenso e o abraço mais apertado, daqueles que se dá num irmão muito querido...

A trajetória desse meu personagem é rica e surpreendente!

Santarém, no Pará é o seu berço, mas viveu em Vila Isabel, um bairro carioca, berço do samba, alguns eternizados por Noel Rosa. Ali, no Rio de Janeiro aprendeu o ofício, com um profissional alemão, enfim, as lides fotográficas, sem perder a ternura e a sensibilidade que trouxe de berço. Tinha 14 anos.

A Bloch Editora o acolheu como menor aprendiz, e a Revista Manchete o burilou, posto estar diante de um diamante puro, pedra 90. Muito novo, aportou na TV Globo. Lá pelas tantas atuou como profissional da fotografia nos filmes icônicos: “Vai Trabalhar Vagabundo” e “Se Segura Malandro”.

Um dia ainda muito novo, em torno dos 25 anos, ousou transferir residência para Manaus, capital do Amazonas, atuando em agências de publicidade e no Jornal “A Crítica”, do meu amigo Humberto Calderaro.

Ali, conheceu o coronel Jorge Teixeira, o nosso Teixeirão, que o descobriu ao lançar um concurso de fotografia, levado a efeito pela municipalidade, liderada pelo militar superior do exército brasileiro. Acabou membro da briosa equipe desse gaúcho intrépido, voluntarioso, idealista, criativo e visionário.

É profissional de reconhecido valor, consagrado pelos críticos e querido por seus amigos de fé.

A fotografia regional ficou imortalizada nas lentes de um Danna Merril, durante a construção da ferrovia de Deus – a EFMM – e a Amazônia no geral e o Brasil, no particular, nas câmeras de Sebastião Salgado.

Todavia, a partir de 1979 a memória e a história desta área geográfica, estão perpetuadas na sensibilidade do artista Rosinaldo Machado, desde priscas eras, quando Rondônia ainda era Território Federal.

Você, querido irmão, foi integrante, desde as primeiras horas, das brilhantes equipes do saudoso coronel Jorge Teixeira, seu e meu líder, que se transformou em nosso ídolo. Você documentou para nossa e futuras gerações cada instante de afirmação e conquistas desta abençoada terra, da qual se transformou num intransigente defensor, amando-a e venerando-a como se filho nativo fosse...

Interessante, é que esse acervo, esse riquíssimo material fotográfico, em seu poder poderia transferir-se mediante uma aquisição, bem remunerada mesmo, por parte do governo estadual, visando fazer parte do museu de Rondônia, redundando no enaltecimento justamente da memória e da história valiosas e valorosas de toda esta geografia.

Rosinaldo Machado, membro da Academia Rondoniense de Letras (ARL), e, em vida - que será longa e pavimentada com muita saúde – vem sendo homenageado pelas diversas Instituições que enriquecem a vida rondoniense.

E, humildemente, por este seu companheiro de missões que o “ama de montão” porque o vê como homem virtuoso e como cidadão exemplar!

O Teixeira nos uniu e a missão em favor dos mais elevados interesses de Rondônia nos aperfeiçoou!

SELVA!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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