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Paulo Saldanha

Crônicas Guajaramirenses - A ONU serve pra quê?


Crônicas Guajaramirenses - A ONU serve pra quê? - Gente de Opinião

Fui consultar e vi que “A ONU (Organização das Nações Unidas) é uma organização intergovernamental que tem como principais objetivos a manutenção da paz e a garantia da segurança internacional”.

 Na verdade, sucedeu a Liga das Nações, criada logo após a Primeira Guerra Mundial, e que teve o seu fim em face do seu fracasso como entidade que deveria pavimentar a paz no planeta, enfim surgindo a ONU, nascida a partir de um “contexto de devastação que marcou o pós Segunda Grande Guerra Mundial, quando uma das maiores vergonhas – o Holocausto –, sob o patrocínio do ensandecido Hitler, distribuiu à mancheia brutalidade,

bestialidade e barbárie, numa infinidade de crimes contra a Humanidade. Em razão do que surgiria a ONU, sendo seu objetivo primaz manter a paz entre as nações, garantindo, ainda, a segurança da população dos seus países-membros.         

          Em apenas dois parágrafos nomeie a palavra PAZ três vezes... 

Objetivando o cumprimento de sua função prioritária, a ONU se moveria através de princípios básicos, que elevam como postulado a igualdade soberana de todos os seus membros, a igualdade entre os povos e funda como mandamentos derivados o cumprimento da Justiça e das leis internacionais, mediando conflitos étnicos e territoriais, além de outros assuntos não menos

importantes. 

Essa ONU procura gerenciar a necessidade que seus membros têm ao agenciar ações eficazes em favor da sustentabilidade, contra o aquecimento global e mudanças climáticas, garantindo os direitos humanos universais, o apoio humanitário de países em conflito ou atingidos por desastres naturais. E pugna para erradicar a pobreza, zelando pelo cumprimento de leis internacionais, cuidando para minorar o sofrimento das populações de refugiados. 

Ocorre que, estando desvalorizada e desprestigiada pelos próprios países líderes que se auto-intitularam membros permanentes, aprovando seus próprios poderes (EUA, GRÃ BRETANHA, IRLANDA DO NORTE, FRANÇA, CHINA, RÚSSIA) – posto serem estes mesmos, principalmente, que se sagraram vencedores na Segunda Guerra Mundial -, é de se perguntar: que

tipo de paz ela consegue distribuir? Os EUA invadiram o Iraque e mataram o Sadam Hussein após o onze de setembro de 2001. Depois, omissos foram esses americanos, retirando o apoio ao antes apaniguado Kadafi e deixaram-no morrer à mingua. Ambos Ditadores que, um dia, foram aliados dos ianques e da nobreza britânica. 

A Rússia agora mesmo invadiu a Ucrânia, tomou-lhe parte de sua geografia, derrubou prédios, levou mortes, angústias e sofrimentos a uma população ordeira e trabalhadora. 

Há cerca de pouco menos de 45 dias, um grupo de sanguinários atacou e matou mais de 1.200 homens, mulheres e crianças viventes em Israel, numa surpresa tamanha que deixou quase sem ação um exército entre os mais bem informados do mundo, obrigando o povo judeu a uma reação tão violenta, capaz de aniquilar temporariamente os radicais extremistas do Hamas. 

E mais mortes foram dando a dimensão enorme a uma tragédia em que milhares de pessoas podem ter sido exterminadas no lado palestino, traduzindo um ódio, um rancor jamais visto no pouco tempo dessa estéril luta. 

E a ONU, com os seus 193 países-membros, sem força moral, não consegue nem uma trégua sequer, tão solicitada, porque lhe faltam carisma, poder de persuasão, força política, voz altiva. 

 A morte é a receita que se observa nas ações do Hamas (antes, o Estado Islâmico decepava cabeças e mutilava corpos) e agora age com violência contra o povo israelita, nação agredida por essa facção terrorista. Barbárie que o Hamas tão bem imita e copia. 

O que se sabe é que a ONU é fraca, porquanto quem dita as regras são EUA, CHINA, RÚSSIA, FRANÇA, etc., através de um famigerado poder de veto que agride a lógica, o bom senso e os direitos de maioria dos seus integrantes.

Num verdadeiro contra-senso funciona a força de uma “mínima” minoria que violenta os princípios, a doutrina e os mandamentos filosóficos da democracia. 

Como manter a paz internacional? 

E a paz ansiada jamais chegará... porque a ONU é uma quase OITENTONA que nasceu curvada aos países poderosos, caminha lentamente e se acha enferrujada, mascarada, corrompida pelo dinheiro que arrecada, com uma estrutura viciada, modorrenta, incapaz de reagir a uma depressão crônica que a aniquila e amaldiçoa. 

Aliás, uma nova pergunta não deseja calar: o que a ONU tem feito para criar os meios para incluir os povos africanos em desalento? Afinal, a África pobre vive de raízes, quando poderia ser estimulada a plantar arroz, milho, mandioca, legumes, criando cabras e vacas, enfim, gerando alimento para os próprios e excedentes para as nações dependentes de comida. 

Com uma estrutura ultrapassada, é constituída de seis órgãos, conselhos e cortes. Lá criam os "modelitos", dizendo-se progressista e inovadora de novos comportamentos, muitos dos quais agridem a essência Bíblica. 

Será? 

Particularmente sou a favor da eliminação das múltiplas formas de preconceito e discriminação. Estigmatizar, agir com violência, assassinar travestis e transexuais reflete ignorância, sadismo, uma crueldade impossível de aceitar e assimilar. 

Pois bem, a ONU tem agido para proteger esses cidadãos, o que enalteço. Mas, não age para propor uma orientação única visando melhorar os currículos escolares, em que se discriminam as orientações religiosas e pedagógicas, quando devemos elevar hinos à família e aos bons costumes! 

O certo é que no surgimento de um conflito geopolítico ou de natureza bélica, a ONU em busca de uma paz não controla nenhuma situação, porque essa infeliz organização não tem talento para neutralizar as tensões nem para transformar uma conflagração em serenidade, equilíbrio e tranquilidade, inclusive não tem pendores para combater o terrorismo. 

Na verdade onde consegue atuar, reconheço, com alguma desenvoltura, é no apoio às adversidades climáticas em favor de nações atingidas por maremoto, terremotos, inundações, etc. 

No mais, não funciona, não atua, porque carece de força, de poder e nenhum país ganancioso a respeita, e muito menos à ela se submete. 

Melhor seria se ela pedisse para sair de mansinho do universo planetário, com economia aos seus patrocinadores!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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