Sexta-feira, 4 de agosto de 2017 - 21h40
A música me enleva, eleva e me aperfeiçoa! Ela me aproxima de Deus e me faz ver estrelas ao meio dia e o sol brilhar com intensidade à meia noite!
A música me ensina e me inspira! Me emociona e me comove! Revoluciona-me e me transforma!
Aproxima-me dos meus entes queridos, por quem sinto tantas e imensas saudades, mas, ao mesmo tempo, me acalma e seduz. Revitaliza-me e me relaxa!
Para mim, serão sempre edições divinas captadas por almas de músicos sensíveis que as ofertam ao plano terrestre, justamente para comover e emocionar. Assim como costumo parar e me sensibilizar para ouvir, me deslumbro com o trinar de um passarinho!
Como acredito em Deus e no Espírito Santo, vejo a música – na mesma sintonia com que procuro interpretar as demais artes – numa nímia transferência do Ser Supremo para disseminadores do belo, na dimensão transcendental daqueles que cultuam e cultivam a virtude e o talento como atributo maior, expressão da aptidão superior que se expande pelos acordes que fluem dos instrumentos, encantando todo o ambiente.
Comparo-a aos artistas plásticos que se inspiram em alguns cenários e os sintetizam mediante a ação artística, fazendosurgir do nada, como em um passe de mágica, a transposição dos seus sentimentos na pintura de um quadro, ou moldando uma escultura, um pedacinho da eternidade.
Seria, por exemplo, a substituição do silêncio pontilhado de flores na estrada da vida, expandindo sons que nos despertam para a existência vívida ao derredor, entusiasmando o entorno, fazendo-nos cativos da melodia, pois nos transformam, ao ouvi-la, em espíritos corporificados que flutuam em nuvens virtuais, sem ter tempo para a expressão do negativo, mas, ao contrário, só para a perfeição, para o amor e para o perdão!
Ah!, a música, que me toca, me aperfeiçoa, me redime, me renova e me impulsiona para frente!
Tantas e tantas vezes, já no estuário da minha trajetória, quando ouço um clássico ou um popular, no mais eclético gosto musical, fazendo uma só exigência aos meus ouvidos, que tenha começo, meio e fim, sinto os meus olhos se orvalharem e meus sentidos se eriçando. Sinto-me forte e audacioso, feliz e criativo!
Ah!, a música bem feita, símbolo da leveza, tradução maior da imortalidade, ilumina o momento e me faz desses instantes de introspecção um guerreiro intrépido, “que não teme a guerra, mas venera a paz”, em cujos braços me recolho para desdobrar, fibra por fibra, a minha emoção maior.
E fico caminhando de mãos dados com os meus sonhos, idolatrando as veredas por onde passo, admirando das bordas dos jardins dos boullevards em que transito comovido, aonde virtualmente vou identificando, uma a uma, as divindades das artes, louvando cada momento em que as flores e os pássaros, ali tão intensamente presentes, que tanto me encantam e deslumbram, também são para mim, obras de arte de Deus, Pai e Criador.
E, pretensioso como me ocorre ser, nestes sublimes instantes de encantamento e recolhimento espiritual, ao ouvir essas edições divinas, me coloco como um santo no altar de alguma igreja, pertinho de um rio que, descendo pelo pedregal, reproduz sons da pequena fonte que murmureja, desejando dessa forma exprimir seus cantares de louvores ao Criador, por me dar a oportunidade de contemplar e ouvir tamanhas benesses.
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