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Montezuma Cruz

GUERRILHA: AUDIÊNCIA ADIADA



 
MONTEZUMA CRUZ
AGÊNCIA AMAZÔNIA
 
BRASÍLIA – O debate sobre denúncias de guerrilha no interior de Rondônia foi adiado desta terça-feira para o próximo dia 24. A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural cancelou o debate para que os parlamentares possam participar da 11ª marcha dos prefeitos em Brasília. O pedido fora feito pelos Ernandes Amorim (PTB-RO), Giovanni Queiroz (PDT-PA) e Moreira Mendes (PPS-RO). Amorim e Mendes vêm se pronunciando há duas semanas sobre o assunto. A decisão de fazer uma audiência pública foi motivada por diversos discursos na Câmara e por uma reportagem da revista Istoé, afirmando que em Rondônia há guerrilha rural.

Para Queiroz, "a guerrilha rural já se instalou no Brasil". Ele acusa o governo de "conivência com essa prática". Semelhante discurso fez Amorim, na semana passada, ao se queixar da atuação da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) na região de Campo Novo. Em Rondônia há dois discursos a respeito do assunto: enquanto delegados de polícia e PMs afirmam que a LCP "utiliza métodos de guerrilha", o governador Ivo Cassol liga o movimento às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCs).

O movimento o acusa de apoiar fazendeiros na expulsão a tiros, de cerca de cem pessoas, no Acampamento Conquista da União (numa parte da Fazenda Catâneo), ocorrido na semana passada. Segundo a LCP, 30 pessoas estão desaparecidas desde o despejo.
Na audiência, os deputados vão cobrar do governo "atitudes mais firmes" contra a LCP.

Em nota, a LCP acusa latifundiários de promoverem a violência e diz que apoiou os sem-terra daquela região, mesmo considerando-o um movimento independente. "Apoiamos toda e qualquer luta camponesa e do povo por uma vida digna de trabalho, terra, justiça e nova democracia e contra mais de 500 anos de exploração, massacres e injustiças no nosso País".

Eldorado dos Carajás

De outro lado, Há muita expectativa em Brasília por conta dos anunciados protestos previstos por garimpeiros e pelo Movimento dos Trabalhadores Sem terra (MST) para lembrar, na próxima quinta-feira, os 12 anos da morte de 19 pessoas em Eldorado do Carajás, no Pará. Teme-se pela insegurança da região. Sem-terra e garimpeiros pretendem bloquear a Ferrovia Carajás-São Luís (MA).

As cenas de Eldorado dos Carajás em 1996 são inesquecíveis: naquele dia policiais perseguidos pelos sem-terra recuaram, até que, não podendo mais, se viraram e depararam com um grupo deles, armado de foices, facões e enxadas. Atiraram. O resultado foi trágico.

Fonte: Montezuma Cruz - Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopiniao.
Foto de Arquivo/Montezuma cruz
 

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