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Montezuma Cruz

EROSÃO NOS RIOS ACRE E PURUS


 
Erosão e assoreamento 
ameaçam Boca do Acre

MONTEZUMA CRUZ
AGÊNCIA AMAZÔNIA


BOCA DO ACRE, AM – O desbarrancamento do solo areno-argiloso na faixa marginal dos rios Acre e Purus desafia moradores e autoridades de Boca do Acre, cidade com cerca de 30 mil habitantes a 1.028 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas, e a 208 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre. Prefeitura e Capitania dos Portos enfrentam o fenômeno há quatro anos, mas temem que ele se agrave, em conseqüência da destruição da mata ciliar na região. Arrastados pela ação da chuva e do vento, sedimentos chegam em áreas próximas à cidade e ameaçam ruas, casas e palafitas. Parte da Avenida XV de Novembro, por exemplo, foi tragada pela erosão há dois anos.

Apoio federal

Se acionado, o Ministério das Cidades poderá socorrer a cidade, para atender a área ribeirinha. É necessário um projeto de engenharia para justificar o investimento. Por enquanto, só há planos. O município está entre os 18 que receberão R$ 30 milhões do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social para moradias populares. Pelo menos R$ 500 mil chegarão este ano aos cofres municipais. O período de chuvas deste ano, conhecido por inverno amazônico aumentou o problema. O solo da beira-rio foi novamente inundado pelas cheias dos rios Acre e Purus e a erosão apareceu em diferentes locais. 

De acordo com o site www.bocadoacreonline.com os comerciantes da área começam a exigir providências definitivas para a contenção do fenômeno. "O perigo é iminente, vidas humanas correm riscos seríssimos e incautos traseuntes circulam por áreas de riscos despreocupadamente, sem se dar conta dos riscoss", assinala. Boca do Acre exige medidas preventivas para diminuir riscos, além de monitoramento constante e sinalização de alerta. 

EROSÃO NOS RIOS ACRE E PURUS  - Gente de Opinião
Capitania precisou colocar estacas para evitar desmoronamento no terminal portuário /M.CRUZ


"Povo apaixonado por tudo o que se refere a sua terra, o bocacrense, certamente, merece o resgate de sua história ou, pelo menos, minimizar sua perda", conclui o site. 

O que poder feito para
evitar o assoreamento


■A mata ciliar funciona como uma espécie de barreira, segurando materiais terrosos que chegam com as chuvas (enxurradas) e com isso impede ou dificulta o assoreamento do curso d'água.

■ Essa barragem pode estar segurando também toda espécie de materiais estranhos que irão afetar a qualidade das águas do rio, como excessos de adubo e agrotóxicos utilizados na lavoura e outros lixos.

■ As sementes das árvores citadas servem de alimento para os peixes do rio que fazem aparecer uma avifauna, isto é, as aves encontram ali moradia (árvores) e riqueza de alimentação para, também, cumprir o seu papel de semear outros sítios, longe dali, através de seus dejetos com sementes. 
EROSÃO NOS RIOS ACRE E PURUS  - Gente de Opinião
Fenômeno à beira-rio em Boca do Acre é conseqüência da destruição da mata ciliar


■É por tudo isso que devem ser coibidos certas irregularidades e para essas situações existem leis, contra os aterros das margens, as construções ribeirinhas, os depósitos de lixos e a estocagem de matérias primas e produtos nessas margens entre outras. 

Fonte: Montezuma Cruz - Agênciaamazônia é parceira do Gentedeopinião.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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