Quinta-feira, 17 de maio de 2012 - 07h19
“A primeira vitima, quando a guerra começa, é a verdade.” (Hiram Johnson, político inglês, em 1917)
Que “verdade” essa Comissão da Verdade vai buscar?
A pergunta deve estar sendo repetida por todos aqueles, neste país, que não se limitam apenas a raciocinar conforme os donos do poder determinam, pelos que não se comportam como carneiros à beira do precipício.
Incluo-me dentre os que estão querendo saber que tipo de verdade vai sair no relatório de um grupo de pessoas designadas com a missão de “buscar a verdade”, mas de saída definindo que, num jogo em que houve dois grupos, e em que aconteceram erros de lado a lado, apenas um seja investigado.
Todos os membros da Comissão têm currículos oficiais mostrando serem pessoas detentoras de conhecimento acadêmico. Imagine que turbilhão deverá passar pela cabeça de cada um deles, caso se disponham a dar uma entrevista e um repórter resolver perguntar: “Como confiar numa Comissão da Verdade que foi criada para investigar um lado só?”.
Ou se chegar em casa e ouvir de um neto a pergunta feita a partir de algum questionamento na escola. “Vovô, por que vão investigar um lado se eu li que os dois cometeram erros?”.
Ao repórter, certamente evasivas não deixarão a cabeça do comissionado preocupada, até porque oficialmente se mente tanto neste país que mais uma será só mais uma. Agora, mentir para o neto vai ser feio, porque se perderá a confiança na criança. Bom, mas isso vai incomodar alguém que seja membro da comissão? Tenho minhas dúvidas.
Nessa questão de uma Comissão da Verdade ser parida já para investigar um lado só, faz lembrar um texto que li há muitos anos, e nem sei se narrava a verdade, relativo à educação do príncipe D. Pedro II, o fato de que na escola, se ele cometesse alguma traquinagem, o professor deveria punir o colega mais próximo. Como punir o príncipe? Está aí uma pergunta coerente que bem poderia ser respondida pelos membros da Comissão da Verdade.
Lembro um fato que os, hoje, donos do poder, repetiram muitas e muitas vezes e que qualquer cidadão em sã consciência concorda com eles, mesmo quem não crê nessa Comissão da Verdade: a explosão da bomba no Rio Centro, em 1981. Só quem acredita em papai Noel pode dar fé ao relatório apresentado na ocasião.
Da mesma forma creio que só quem acredita em mula-sem-cabeça-que-bota-fogo-pela-venta poderá acreditar que uma Comissão da Verdade, que de berço já vem definida em apurar um lado só, vai realmente falar a verdade.
Encerro. Todos nós temos um “livro de cabeceira”. Alguns têm a Bíblia, outros têm Karl Marx, etc. O meu predileto é “A primeira vítima”, livro escrito pelo jornalista Philip Knightley, em 1975.
Sim, mas qual é a “primeira vítima”? certamente poderá pensar quem ler este comentário: a primeira vítima, como bem explicado no livro, é sempre a verdade, como parece estar sendo agora.
Inté outro dia, se Deus quiser!
Fonte: Lúcio Albuquerque
Repórter / Membro da Academia de Letras de Rondônia e da Academia Guajaramirense de Letras
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