Quinta-feira, 25 de outubro de 2007 - 20h53
Meu amigo Estênio das Chagas, que muita gente em Porto Velho conhece por Consumé, diz que na sua Morada Nova (CE) natal vale muito a cultura pratical. Daí que se eu fosse professor de Jornalismo um dos que levaria sempre para fazer palestra seria um que, como eu, não fez esse curso. Refiro ao Montezuma Cruz que, com certeza, tem muito o que ensinar.
E o velho Monte mandou essa jóia dos tempos em que trabalhar em redação era muito mais difícil e arriscado. Um dos personagens é o atual conselheiro Rochilmer Rocha, do TCE-RO, que sempre faz questão de lembrar sua condição de Jornalista. Lembra aquele período em que censura era coisa séria e era preciso ser mais do que escrivinhador de algumas linhas para atuar no dia-a-dia do que alguns idiotas insitem em chamar de "quarto pdoer". Fiz parte daquela geração e era membro da equipe do fato que vai ser narrado a seguir (o título é meu). Mas, vamos ao texto mandado pelo velho Monte:
DANDO O BALÃO NO GENERAL
Entre 1976 e 1978, coronéis e generais costumavam visitar redações de jornais em Porto Velho, a capital rondoniense. Começavam por O Guaporé, na rua José de Alencar, e depois pelo Alto Madeira, que funcionava na Praça Jônathas Pedrosa. Preferiam conhecer A Tribuna em noites calorentas, no horário de fechamento das edições.
Uma noite o comandante d17ª Brigada de Infantaria de Selva, general de brigada (na reserva atualmente) Osvaldo Muniz Oliva foi à A Tribuna, dirigido pelo advogado e jornalista Rochilmer Melo da Rocha, hoje conselheiro do Tribunal de Contas de Rondônia. Chegou, sentou-se por alguns minutos na sala dele, e logo perguntou pelos "tituleiros" das matérias. Na verdade, confundiu-se. Referia-se a redatores e editores.
A Tribuna praticava um jornalismo vigilante e fez parte da lista de "jornais contestadores" (na ralidade o jornal esteve sob censura - grifo é meu), elaborada por assessorias de segurança e informação de empresas públicas, depois encaminhada ao temível Serviço Nacional de Informações (SNI), perto do qual a ABIN de hoje seria aluna de Ensino Fundamental.
Rochilmer despistou, passeou pela redação, levando o coronel à oficina gráfica, mostrando-lhe na máquina Ludow despejando chumbo quente na forma do tituleiro Copá, um amazonense que aos domingos jogava futebol no Moto Clube. O coronel percebeu e quase esbravejou: "Rochilmer, eu posso ter me enganado sobre a função, mas lhe perguntei dos jornalistas que escrevem as manchetes". Mais que explicado, o diretor sorriu, dizendo: "São todos, cada um colabora um pouco". E nenhum nome mencionou. Oliva não insistiu, mas demonstrou ar de surpresa, observando um a um que cruzava a redação, um antigo prédio de máquina de beneficiamento de arroz, na esquina das avenidas Sete de Setembro e Kennedy (nome antigo da avenida Jorge Teixeira de Oliveira). Aposentado na patente de general, depois de comandar a Escola Superior de Guerra, Oliva é o pai do senador Aluízio Mercadante, do PT. (que, sabe-se lá por qual motivo, não usa o sobrenome do pai).
COMENTÁRIO
Hoje, quando vejo essa garotada falando de censura eu fico me divertindo. Trabalhei em três jornais que sofreram censura e não era fácil. Era um tempo em que não bastava dizer que se era jornalista. Era preciso ser mesmo e encarar a barra pesada e os riscos inerentes. Hoje, como diz o velho Monte quando compara o SNI a ABIN, hoje, fazer jornalismo é coisa de criança, se comparado ao que nós, da minha geração, vivemos.
(Lúcio)
Inté outro dia, se Deus quiser!
Lúcio Albuquerque
jlucioalbuquerque@gmail.com
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