Domingo, 26 de fevereiro de 2017 - 14h17
O desfile da Banda do Vai Quer Quem Quer na capital de Rondônia, Porto Velho, tinha tudo para ser perfeito.
Mas, a poucos metros do encerramento, a Polícia Militar mandou suspender o som nos trios elétricos, deixando 150 mil foliões frustrados.
Só porque houve atraso, não porque ameaçou de alguma forma a ordem pública.
Pior, sem nenhum efeito prático, porque a multidão se manteve nas ruas pacificamente.
A Polícia Militar demorou mais tempo para desobstruir a avenida 7 de setembro do que gastaria acompanhando o desfile até o fim.
Uma cena dantesca chocou quem assistia ou participava do desfile. As viaturas avançaram contra a multidão para fazer com que os foliões fossem embora. Mais pareciam canhões com crianças e cadeirantes na mira, inclusive. Assista vídeo AQUI.
O maior bloco da Amazônia completou 37 anos, dois a menos que o Galo da Madrugada no Recife, o maior bloco do mundo. Este ano o tema do desfile foi: Contra as Maracutais e a Impunidade, a Banda Promove a Alegria de Verdade, de autoria do carnavalesco e agitador cultural Altair Lopes, o Tatá.
Faltou bom senso da Polícia Militar, que há muito tempo vem interrompendo desfiles de blocos carnavalescos por pequenos atrasos.
À diretoria da Banda do Vai Quem Quer restou obedecer a ordem insana pra não colocar em risco os foliões.
O prejuízo é incalculável, porque revela o desrespeito do poder público com o bloco que é o símbolo maior da cultura popular na região.
E, curiosamente, o prefeito e o comandante geral da PM são pernambucanos.
Na falta de capacidade de compreensão do que significa um bloco tradicional para quem organiza e quem gosta de participar, devem se manifestar pelo dever constitucional do estado e município com a promoção da cultura.
A Fundação Cultural do Município cabe censura imediata contra o abuso e o desprezo da PM, porque se não serve pra defender a Banda, não serve pra absolutamente nada.
“A PM tem que cuidar da segurança, não se meter a fazer gestão de cultura. Não só a Banda, mas vários outros blocos tradicionais sofrem com essa mania absurda da PM de interferir pra prejudicar o carnaval de rua. Já propuseram alteração de locais de desfiles a blocos que têm sua história fundamentada no bairro”, criticou o advogado Ernande Segismundo, presidente do bloco Pirarucu do Madeira.
Fosse uma Marcha Pra Jesus, evento que atrai milhares às ruas a polícia não interromperia por estouro de tempo e jamais expulsaria os fiéis da rua avançando com viaturas em sentido contrário.
Jamais, repito!
E nenhuma manifestação pacífica deve ser impedida!
Como bem disse Simone de Beauvoir, “É preciso erguer o povo à altura da cultura e não rebaixar a cultura ao nível do povo.”
Quem ama promete resistir contra quem odeia o carnaval popular.
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