Quarta-feira, 7 de dezembro de 2016 - 21h39
Quando me pediram para resumir o Brasil em 2016 com apenas três palavras, respondi: ano da indecência. E não é que nesta terça-feira (6), a revista Istoé, premiou dois personagens hors concours em danos à República por desvio de função.
O juiz Sérgio Moro foi eleito o “Brasileiro do Ano na Justiça” e Michel Temer levou o prêmio de “Brasileiro do Ano” em todas as áreas.
No caso de Moro, pesou muito a competência para desviar de 14 representações apresentadas à Corregedoria Nacional de Justiça e também sua determinação em incriminar com base em convicções o ex-presidente Lula como o verdadeiro proprietário do tríplex no Guarujá, mesmo que várias testemunhas de acusação o tenham absolvido.
O caos institucional que vive o país, recentemente agravado com a ameaça de renúncia coletiva na Força-tarefa como forma de interferir no Poder Legislativo, é mérito de Sérgio Moro.
O juiz que extrapolou suas funções pra exercer atividade política na mídia, naturalmente, não enfrentou concorrência.
A prova irrefutável de sua contribuição à presteza da justiça brasileira foi o riso frouxo e a conversa no pé do cangote do senador Aécio Neves (PSDB), citado por 12 delatores da Operação Lava Jato e sequer chamado a depor.
Ouso delirar sobre a possibilidade de ver Aécio no lugar de Renan Calheiros – afastado da presidência do Senado por inventar de querer punir juízes e membros do Ministério Público por abuso de autoridade – e de lá para a cadeira de Temer. Não duvide que Aécio já ensaiou colocar a faixa presidencial.
Do ponto de vista da decadência moral do judiciário, não há dúvidas, Sérgio Moro mereceu o prêmio.
Mais quem recebeu a homenagem principal da noite pela singularidade da obra foi Michel Temer, a quem Ricardo Noblat premiaria só por ter conquistado a Marcela.
Nunca na história, um presidente legítimo ou não, conseguiu transformar o Brasil em seis meses “num país mais injusto, menos democrático e menos relevante”, como resumiu o sociólogo Emir Sader.
Nunca um vice-presidente vazou premeditadamente à imprensa uma carta pessoal à presidenta da república, pra ‘justificar’ a cumplicidade ao golpe contra a democracia.
Desde que assumiu perdeu seis ministros por denúncias de corrupção e sua cabeça está marinando numa bandeja do aliado golpista, após ser flagrado agindo criminosamente em favor de interesses pessoais de um ministro e parentes dele.
Temer fez tudo que seus mestres mandaram para impedir a governabilidade da presidenta eleita e agora não consegue sair do abismo que cavou com os próprios pés.
A revista Istoé o premiou pela coragem em assumir um país com a economia e política conturbadas e conseguir tornar tudo muito pior. E Temer gostou, afinal, não foi vaiado. Dizem que confirmou rapidinho a participação no evento, o oposto do que fez diante do apelo para que comparecesse ao velório da tragédia de Chapecó.
É bizarra a premiação com registros fotográficos que comprovam a obra do tripé golpista legislativo-judiciário-mídia e sentenciam que este foi o ano da exaltação à indecência.
Projeto Conectando Periferias leva cultura hip-hop a escola no Orgulho do Madeira
Evento destaca a música rap com shows de artistas do Acre e diferentes cidades de Rondônia, além de palestra do renomado rapper Eduardo TaddeoO pro
Izabela Lima lança músicas do EP autoral que celebra 25 anos de carreira
Já está disponível em todas as plataformas digitais de música a primeira das cinco faixas do EP CANTO EM MIM, primeiro trabalho autoral da cantora
Izabela Lima fará pré-show de Lenine no Festival Povos da Floresta
A participação da artista antes do show do pernambucano Lenine, realça a essência do festival criado para conectar a diversidade cultural da Amazô
Novo clipe das Cunhãs – Meninas da Amazônia alcança 10 mil views em um dia
Lançado no domingo, 16, o segundo videoclipe superou as expectativas das Cunhãs – Meninas da Amazônia e da Produtora Onda, que fez as gravações em a