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José Carlos Sá

'Esperança – 50 anos depois' – Uma resenha ou viagem no tempo?


 

'Esperança – 50 anos depois' – Uma resenha ou viagem no tempo? - Gente de Opinião

No início deste ano – durante a estadia no Pakaás Lodge Hotel – ganhei do autor, Paulo Saldanha, nosso anfitrião, o livro “Esperança – 50 anos depois”. Li as ‘orelhas’, a apresentação, o prefácio e guardei o livro para uma oportunidade em que pudesse ler toda a obra de uma vez, pois nestes tempos de internet, ficamos meio que escravos de computadores, tabletes e tentações semelhantes.

Aproveitei uma viagem, em que ficamos 13 horas em voos ou conexões, para começar e concluir a leitura, que foi feita devagar, saboreando cada passagem. Confesso que alternei estágios de descobertas com outros de lembranças próprias (nem todas vividas). As tramas fictícias se emaranham com fatos históricos, que eu já havia lido em livros de história ou biografias de personalidades da região.

Em algumas passagens, eu sentia estar sentado no final da passarela da trilha, construída sobre palafitas, no Pakaás, na margem do rio Mamoré. Se ouvia os gritos das araras e periquitos e tirava os olhos das páginas do livro, caía na minha realidade. Estava em uma sala de embarque ou em um silencioso avião, voando na madrugada.

ENDEREÇO
PARA COMPRA

ESPERANÇA, 50 ANOS DEPOIS e PROSA QUE DESEMBOCA EM SAUDADE poderão ser encontrados no endereço a abaixo:

LOJA DO LIVRO

R Rogério Weber 1987 - Centro
Porto Velho, RO
| CEP: 76801-030 

  • (69) 3211-5260

Entre experiências sensoriais que Paulo Saldanha transmite em palavras, o livro conta a história de toda uma região, com a miscigenação cultural, os perigos, o trabalho incessante dos seringueiros, o isolamento, as pressões que os homens e mulheres sofriam em uma região inóspita e distante.

A história que permeia todo o drama inicia com o casamento de descendente de imigrante alemão e uma descendente de imigrante italiano com uma nordestina. Depois de muitas aventuras chegam à Amazônia, nas margens do rio Madeira.

Paralelo à vida da família Kaufmann, o leitor viaja pelos fatos que aconteceram na região e no mundo no período de cerca de 200 anos. Você acompanha a exploração da floresta amazônica, com a prospecção dos rios; o primeiro ciclo da borracha; o contrabando de sementes de seringueiras para a Malásia; a Guerra do Acre; o Tratado de Petrópolis; o ‘crack’ (em outro sentido, mas tão devastador quanto o atual) da Bolsa de Nova Iorque; a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais, a Revolução Industrial.

Alguns fatos incidentais no livro nos são bastante conhecidos, como a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré; as escaramuças dos seringueiros com os índios; as articulações pela criação do Território Federal do Guaporé; fatos históricos e folclóricos de Guajará-Mirim; o coronel Aluízio Ferreira e até o Capitão Alípio.

É por isso que não parei de ler até acabar tudo. Na prosa guaporeana do Paulo Saldanha, a história de uma época e dos fatos – próximos ou distantes – que se refletem no hoje. Era para ser uma resenha. Virou uma crônica. Assim seja. Salve, Paulo!

Serviço:

Livro                       Esperança – 50 anos depois

Autor                      Saldanha, Paulo Cordeiro

Editora                   Schoba – Salto/SP

Edição                   1ª Ed.

Gênero                  Ficção Brasileira

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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