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Gente de Opinião

Hiram Reis e Silva

Brasilidade no Extremo Noroeste da Amazônia Brasileira


 

 

“Mas se audaz estrangeiro algum dia

Nossos brios de novo ofender

Lutaremos com a mesma energia

Sem recuar, sem cair, sem temer

E ergueremos, então, destas zonas

Um tal canto vibrante e viril

Que será como a voz do Amazonas

Ecoando por todo o Brasil”

(Hino Acreano)

 

 

Foi no vinte de setembro, o precursor da liberdade, que as tropas farroupilhas, lideradas por Bento Gonçalves, em 1835, tomaram a capital gaúcha dando início à Revolução Farroupilha. A data magna gaúcha tem um significado que transcende os limites da história e nos arremete às páginas heróicas, de um passado não muito remoto, que se confunde com a criação do nosso próprio nativismo. Uma revolução feita tanto pelos homens de armas como por aqueles cujas mãos eram afeitas ao manejo das rédeas e do arado. Uma revolução onde a farda se misturava com os trastes campesinos e de onde surgiram os rumos e destinos de um povo que se orgulha do seu passado.

 

- Ventos da discórdia

 

Em plena semana farroupilha é com lástima que observamos os ‘ventos da discórdia’, que se prestam mais a interesses estrangeiros que aos da nossa nacionalidade, vagarem do planalto central para os lavrados de Roraima e agora para os cerrados do Mato Grosso do Sul. Enquanto o ‘vento minuano’ canta e geme pelas coxilhas do gauchismo enaltecendo nossa nacionalidade e nos fazendo recordar das grandezas do passado, o ‘desgoverno companheiro’, através da FUNAI, por sua vez, prega a desnacionalização, o separatismo e o racismo entre os brasileiros.

 

Felizmente existem, ainda, lugares onde se cultuam sentimentos que parecem esquecidos como os da brasilidade.

 

- Drauzio Varella (Militares na Cabeça do Cachorro)

“A coluna de hoje é uma homenagem ao trabalho e à presença dos soldados brasileiros na Amazônia.

 

Perfilados, os soldados aguardaram em posição de sentido, sob o sol do meio-dia. Eram homens de estatura mediana, pele bronzeada, olhos amendoados, maçãs do rosto salientes e cabelo espetado. O observador desavisado que lhes analisasse os traços julgaria estar na Ásia.

 

No microfone, a palavra de ordem do capitão: ‘Soldado Souza, etnia tucano’. Um rapaz da primeira fila deu um passo adiante, resoluto, com o fuzil no ombro, e iniciou a oração do guerreiro da selva, no idioma natal. No fim, o grito de guerra dos pelotões da fronteira: ‘Selva!’. O segundo a repetir o texto foi um soldado da etnia desana, seguido de um baniua, um curipaco, um cubeu, um ianomâmi, um tariano e um hupda. Todos repetiram o ritual do passo à frente e da oração nas línguas de seus povos; em comum, apenas o grito final: ‘Selva!’.

 

Depois, o pelotão inteiro cantou o hino nacional em português, a plenos pulmões. Ouvir aquela diversidade de indígenas, característica das 22 etnias que habitam o extremo noroeste da Amazônia brasileira há 2.000 anos, cantando nosso hino no meio da floresta, trouxe à flor da pele sentimentos de brasilidade que eu julgava esquecidos.

 

- FUNAI e a desagregação nacional

 

A FUNAI está assumindo a posição do Senado brasileiro. Está criando Estados, Nações. Ela está criando o Estado dentro de um Estado, não compete à FUNAI criar um estado dentro de um Estado. (Denis Lerrer Rosenfield)

 

Infelizmente a ação funesta da FUNAI, alheia aos interesses nacionais, continua mobilizando todos os esforços para promover a desagregação e a insegurança institucional. Parece que o ‘desgoverno companheiro’ pretende seguir os passos do ensandecido Evo Morales, presidente da Bolívia, implantando no Brasil as sementes de uma revolução separatista.

 

- Denis Lerrer Rosenfield (Mato Grosso do Sul pede SOCORRO)

 

“A política indigenista está dissociada da história brasileira e tem de ser revista urgentemente. Não sou contra os órgãos do setor. Quero me associar para rever uma política que não deu certo; é só ir lá para ver que é lamentável, para não dizer caótica.”

(General de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira)

 

“Em 14 de julho deste ano, a FUNAI editou seis portarias visando à demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul. As portarias abrangem 26 municípios e dizem respeito a uma área potencial total de 12 milhões de hectares, correspondendo aproximadamente a um terço do território estadual. Em sua redação, as portarias não visam especificamente a uma propriedade ou área determinada, mas têm abrangência tal que qualquer propriedade poderia vir a ser atingida. Há uma ameaça real que paira sobre toda essa região, criando uma insegurança jurídica prejudicial aos produtores, aos trabalhadores, aos investimentos e à própria autonomia do Estado de Mato Grosso do Sul.

 

Engana-se quem pensa que se trata de uma questão que afeta somente os produtores rurais. Trata-se de uma questão muito mais ampla, que concerne a todos os cidadãos sul-mato-grossenses e, através destes, os cidadãos brasileiros em geral. Na recente demarcação da Raposa Serra do Sol, em Roraima, o problema estava localizado numa distante região do País, como se outras regiões e outros Estados não estivessem implicados. Ora, estamos vendo que o longínquo se torna próximo e o particular se torna de interesse geral.

 

A Constituição brasileira, nos artigos relativos às terras indígenas, estabelece claramente que se trata de terras que os índios ‘tradicionalmente ocupam’, sendo o verbo conjugado no presente. Ele não está conjugado no passado, como se o que estivesse em questão fossem terras que fariam ancestralmente parte de tribos que teriam vivido em tal território. No entanto, há hoje uma tendência antropológica e política de fazer outra leitura, claramente inconstitucional, como se uma portaria e um estudo antropológico valessem mais do que a Constituição. Assim, passam à identificação de um processo de demarcação conjugado no passado, para o qual qualquer ‘prova’ passa a valer, apagando toda a História brasileira.

 

Hipoteticamente, consideremos, porém, que esse argumento antropológico-político tivesse validade e se aplicasse a qualquer porção do território nacional. Quais foram as primeiras cidades a que chegaram os portugueses? Salvador e Rio de Janeiro. É de todos conhecido, por relatos históricos e quadros, que se tratava de regiões tradicionalmente ocupadas por indígenas. Se fôssemos seguir esse argumento à risca, chegaríamos à conclusão de que estamos diante de terras indígenas, que deveriam ser demarcadas. Até poderíamos dizer que as provas seriam mais contundentes do que aquelas relativas à região sul do Estado de Mato Grosso do Sul. O que pensa a FUNAI fazer? Expropriar essas cidades? O que faria com as suas populações, seus empregos, suas propriedades, suas escolas, seus hospitais, seus postos de saúde, suas ruas e seus parques? Criaria ela uma ‘nova nação’ nesses territórios ‘liberados’?

- Ives Gandra da Silva Martins (Discriminação)

“Hoje, tenho eu a impressão de que o 'cidadão comum e branco' é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se auto-declarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos”.

Fonte: Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB)

Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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