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Hiram Reis e Silva

A Terceira Margem – Parte CL - Foz do Breu, AC/ Manaus, AM ‒ Parte XXVI - I Seminário de História Militar Terrestre da Amazônia Brasileira


 I SEHMA - Gen Villas Bôas - Gente de Opinião
I SEHMA - Gen Villas Bôas

Bagé, 11.02.2021

 

Foz do Breu, AC/ Manaus, AM ‒ Parte XXVI


 I Seminário de História Militar Terrestre da Amazônia Brasileira

 

O historiador nunca se evade do tempo da história: o tempo adere ao seu pensamento como a terra à pá do jardineiro.
(Fernand Braudel)

 

I Seminário de História Militar Terrestre

 

Em novembro de 2012, na Cidade de Manaus, AM, participei de um Seminário patrocinado pelo Comando Militar da Amazônia (CMA). O Gen Ex Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, entusiasta da história, além de realizar a abertura e o fechamento do mesmo esteve presente em todas as etapas. Na oportunidade apresentei o tema:

 

Mesa 1 - Conquista da Amazônia Brasileira (1616 - 1750)

 

Viagem da Real Escolta pelo Rio Madeira, empreendida por José Gonçalves da Fonseca, nos idos de 1749 (Coronel R1 Hiram Reis e Silva – CMPA).

 

Velhos Amigos

 

Conheci, na oportunidade, o Professor Emanuel Pontes Pinto, da UNIR, que me enviara, instigado pelo seu amigo pessoal General Tibério Kimmel de Macedo, a narrativa da Viagem de Palheta pela Bacia do Madeira.

 

Este decano e simpático Mestre é embalado por uma chama que entusiasma a todos aqueles que assistem suas apresentações e intervenções.

 

Revi meu velho amigo e Irmão maçom Dr. Antônio Loureiro que comenta sagazmente cada artigo que escrevo sobre as plagas amazônicas. O Dr. Loureiro foi o palestrante certo para encerrar a série de palestras, cujos temas foram gradativamente passando do longínquo pretérito até chegar às questões hodiernas. Mestre Loureiro foi além e qual Nostradamus traçou em funestas linhas uma visão quase apocalíptica sobre o futuro de nossa Amazônia tão comprometida pelas absurdas “políticas” que conseguiram engessar a economia da região transformando uma solução temporária como a Zona Franca em permanente.

 

Engessamento da Amazônia

 

A política indigenista está dissociada da história brasileira e tem de ser revista urgentemente. Não sou contra os órgãos do setor. Quero me associar para rever uma política que não deu certo; é só ir lá para ver que é lamentável, para não dizer caótica. (Gen Ex Augusto Heleno Ribeiro Pereira)

 

A alienação política de nossos políticos e juristas transformou as questões indígenas e ambientais em moeda de troca barganhando nossa soberania com “estranha” submissão a interesses alienígenas inconfes­sos. Estas desastrosas ações realizadas sem conheci­mento de causa afetam não somente os destinos da nação brasileira, mas, sobretudo, das populações indígenas tão manipuladas por ONGs que absolutamente se preocupam com a sua sobrevivência, mas tão somente com as riquezas de suas terras.

 

Quando se impede a miscigenação de nossos nativos com os “não índios” ou o contato com agentes do estado brasileiro cria-se, por outro lado, oportunidade para que este contato se dê através do que há de pior na sociedade nacional.

 

A preservação de grupos étnicos em redomas que os mantenham distantes de contatos humanos não passa de uma tentativa de fazer parar o tempo, como se isso fosse possível, em zonas cujas dimensões e natureza tornam impossível um policiamento protetor. O artificialismo condena esse equívoco, e o resultado final ameaça ser a contaminação dos grupos primitivos pela ação clandestina do que há de pior na sociedade moderna, enquanto o que há de melhor é mantido à distância pelo respeito à lei.

(A Redoma Fatal ‒ O Globo)

 

A omissão criminosa do estado permite que garimpeiros, traficantes, madeireiros e degenerados de toda espécie e de todas as bandeiras os aliciem. Nas nossas viagens pelos amazônicos caudais ouvimos relatos de índios servindo de “mulas” (transportando drogas), construindo campos de pouso clandestinos, que são utilizados por traficantes de todo gênero, permitindo que suas terras sejam exploradas por inescrupulosos marginais.

 

Plano Plurianual

 

Os estados amazônicos precisam, mais do que nunca, de um Plano Plurianual, forjado pelos filhos da terra das águas e apoiados pelas universidades locais. A Cidade de Manaus cresce assustadoramente enquanto suas coirmãs do interior mínguam sem qualquer tipo de apoio ou opção para as novas gerações.

 

Mais que nunca os Governos Federal e Estadual precisam voltar seus olhos para o planejamento estratégico sem se deixar enganar pela ladainha do “politicamente correto” que visa tão somente o engessamento da região. Os investimentos em Biotecnologia, vocação amazônica, são parcos não permitindo que pesquisadores levem avante seus projetos. Os 5% depositados pelas empresas, de sua produção em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), no Fundo da Amazônia, não são repassados ao Estado pelo Governo Federal. Este enorme e relegado potencial proporcionado pela maior floresta tropical do planeta está deixando de gerar divisas com produtos desenvolvidos ou aperfeiçoados pela biotecnologia aliada à micro e nanotecnologia. O aproveitamento da imensa biodiversidade amazônica e do seu potencial industrial seriam responsáveis, sem dúvida, por mais um momento importante da história econômica e social da região, mais um ciclo – o Ciclo da Biotecnologia.

 

As Sementes de uma Rede de Calúnias e Intrigas

 

No intervalo do Seminário o chefe da Seção de Comunicação Social do CMA tinha agendado uma entrevista minha aos repórteres do programa Zappeando da Globo:

 

www.youtube.com/watch?v=vF9bU-iH0Eg

 

Após a entrevista retornei ao Seminário e informei ao Gen Bda Thaumaturgo Sotero Vaz o motivo de meu atraso que demonstrou uma evidente e totalmente disparatada irritação à respeito, achando que eu só queria aparecer”.

 

O controvertido militar sabia que o CMA é quem marcara a entrevista! Parece que as aludidas intrigas que tanto afetaram as Comissões de Limites demarcadoras das fronteiras do Brasil com a Bolívia e o Peru contaminaram a nossa missão, desde o início, apesar do esforço do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), e determinação de nossos diletos amigos Generais Fraxe, Jaborandy e Paulo Sérgio, grandes incentivadores do projeto.

 

O Capitão Tenente Cunha Gomes já havia dito: “Decididamente esta Questão de Limites é malsinada”.

 

Navegação de Cabotagem

(Jorge Amado)

 

[...] Digo não ao discurso, à medalha, à fanfarra e aos tambores, à sessão solene, ao incenso, à fotografia de fardão ou em mangas de camisa exibindo as pelancas
e a dentadura, não só andor de procissão. [...]

 

A vida me deu mais do que pedi, mereci e desejei.

 

Vivi ardentemente cada dia, cada hora, cada instante, fiz coisas que Deus duvida, conivente com o Diabo,
compadre de Exu nas encruzilhas dos ebós.

 

Briguei pela boa causa, a do homem e da grandeza, a do pão e a da liberdade, bati-me contra os preconceitos,
ousei as práticas condenadas, percorri os caminhos proibidos, fui o oposto, o vice-versa, o não, me
consumi, chorei e ri, sofri, amei, me diverti.

 

Fujo dos festejos, ao fogo de artifício, ao banquete,
fujo ao necrológio, estou vivo e inteiro. [...]

 

Não vou repousar em paz, não me despeço, digo até logo, minha gente, ainda não chegou a hora de jazer
sob as flores e discurso. [...]

 

 

Soneto

(Junqueira Freire)

 

Morra de dor a inveja insaciável;

Destile seu veneno detestável

A vil calúnia, pérfida inimiga.

Una-se todo, em traiçoeira liga,

Contra mim só, o mundo miserável.

Alimente por mim ódio entranhável

O coração da terra que me abriga.

 

Sei rir-me da vaidade dos humanos;

Sei desprezar um nome não preciso;

Sei insultar uns cálculos insanos.

Durmo feliz sobre o suave riso

De uns lábios de mulher gentis, ufanos;

E o mais que os homens são, desprezo e piso.

 

Maledicência I

(Beto Servidio)

 

Quando a calúnia profanada,

For difundida pelos cantos,

Caminhará a tempo eterno,

Brotando mares de tantos prantos. [...]

 

Maledicência II

(Antoine Rivarol)

 

Circula no mundo uma inveja velocípede que vive de intriguinhas: chama-se maledicência. Diz
estouvadamente o mal de que não tem
certeza, e oculta o bem de que tem evidência.

 

O Verbo

(Bíblia Sagrada ‒ Mateus XV, 11, 18 a 20)

 

O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem. [...] Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem
os maus pensamentos, mortes, adultérios,
fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.

 

Cartas Evangélicas

(Domingos Ribeiro)

 

Essa boca, de que só deveria proceder palavras edificantes e puras, quantas vezes não as tornas instrumento diabólico, pela maldita realização da maledicência, da calúnia, da intriga, do insulto, de todas as formas do mal!

 

Solicito Publicação

 

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;

·      Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)

·      Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);

·      Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);

·      Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);

·      Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)

·      Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);

·      Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);

·      Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);

·      Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)

·      Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);

·      Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)

·      Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).

·      Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).

·      E-mail: [email protected].

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