Quinta-feira, 27 de setembro de 2012 - 23h35
O marketing político continua produzindo milagres em Rondônia. Como já tinha feito há dez anos com Ivo Cassol, eleito governador em 2002, os marqueteiros da agência Alvorada (Londrina-PR), estão conseguindo catapultar o nome do empresário Mário Português – mais bronco do que Ivo dez vezes – para o segundo turno, conforme recente pesquisa do Ibope. O candidato é bem embalado para o público no horário gratuito, mas nos debates acaba escorregando, como aconteceu na última quarta-feira, no evento realizado pela TV Capital, com a apresentação do jornalista Carlos Moraes, aquele que quase foi candidato a prefeito de Curitiba e teve seu nome suspenso pela justiça eleitoral paranaense recentemente por não cumprir prazo de filiação.
A bem da verdade o empresário Mário Português também conta com outros ingredientes além do marketing político feito com eficiência. É milionário – só de impostos gasta R$ 80 milhões por ano em Rondônia – gasta a rodo na campanha como Múcio Athayde nos anos 80 e conta com centenas de formiguinhas nas ruas, abusando do poder econômico. E é beneficiado também por uma guinada conservadora, antipetista, uma tendência já verificada em várias capitais como São Paulo e Curitiba. Candidatos deste segmento também contam com forte respaldo do segmento evangélico, caso também do seu concorrente Lindomar Garçon (PV) que lidera a corrida sucessória na capital desde agosto.
No ápice do debate, Português pintou uma Porto Velho feia e cheia de favelas o que irritou os concorrentes que aproveitaram para cutucar a onça com vara curta. Mauro Nazif (PSDB) foi incisivo, “se brigarem com Porto Velho estarão brigando comigo”. A petista Fátima Cleide também deu sua estocada, como outros adversários e ao final Aluizio Vidal (PSOL) foi incisivo e deixou claro que Português nada mais é do que um produto embalado pelo marketing, sem essência e conteúdo.
Acuado, Português foi orientado pelos assessores para consertar as coisas, mas a emenda ficou pior que o soneto quando justificou que somente era criticado porque estava no segundo lugar das pesquisas, e já se considerando arrogantemente no segundo turno.
Um bom debate. A propósito de marketing político, também ficou visível a preocupação da tucana Mariana Carvalho em desmistificar o que esta pegando na sua candidatura na reta final: a inexperiência. Os adversários aproveitam uma proposta inverossímil – prometeu a construção de 10 mil casas no seu mandato durante o horário gratuito – e a recente publicação de uma pesquisa com ares de missa encomendada, colocando ela na ponteira para derrubá-la. Se colar desaba como imatura – e farsante.
Promovido pelo Sindicato dos Engenheiros e o CREA, o debate da TV Capital foi entrecortado por manifestações de militantes, sendo o mais acuado Mário Português (PPS). É importante lembrar, que Lindomar Garçon (PV) protagonista do pior vexame de debates no pleito passado, não comprometeu e soube catimbar a coisa e assistiu ao final com os olhos brilhando vendo o adversário Mário Português sob fogo cruzado. Ao final todos os candidatos presentes – exceto José Augusto que não compareceu já que estava em campanha na Ponta do Abunã - assinaram um pacto pelo desenvolvimento e mais qualidade de vida na capital.
Fonte: Carlos Sperança
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