Quinta-feira, 6 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Carlos Sperança

O punhal da traição


O punhal da traição - Gente de Opinião

 O folclore político rondoniense é rico em traições, ingratidões e trapalhadas. Escolhi para narrar na edição de hoje um dos casos ocorridos nos idos do governador Teixeirão, durante as eleições de 1982 quanto tivemos eleições municipais e também para cargos eletivos da primeira Assembléia Legislativa (com a Constituinte), oito deputados federais e três senadores.

No inicio da década de 80, Rondônia fervia de tantos migrantes por conta da colonização e dos garimpos. O estado estava comemorando seu primeiro ano de autonomia. Gerenciava o Palácio Presidente Vargas o coronel Jorge Teixeira de Oliveira, nosso herói da “independência”.

Na pequena Presidente Médici, na região central do estado, o prefeito Antonio Geraldo queria deixar o Paço Municipal para disputar o pleito de 82 pelo PDS, mas o governador Teixeirão determinou sua permanência. “Você fica na prefeitura e vai apoiar o nosso amigo José Cunha”, decretou.

Então, com apoio de Toninho e a máquina governamental o candidato ungido pelas esferas municipais e estaduais se sagraria vencedor.

Chegou o dia da posse, o ex-prefeito compareceu a cerimônia do novo eleito repleto de esperanças de receber a indicação de um cargo a altura do seu apoio e da sua estatura política local.

Começou a posse do secretariado, do primeiro escalão, do segundo escalão, do terceiro escalão e nada da nomeação de Toninho Geraldo aparecer. Foi quando um amigo chegou com uma lista de nomeações do último escalão. “Amigo, você foi nomeado chefe dos lixeiros”.

Fulo, o ex-alcaide foi reclamar junto ao novo prefeito e este explicou que o ocorrido tinha sido em decorrência do vice-prefeito que não gostava dele.

Na primeira visita do governador Teixeirão à Presidente Médici depois da eleição, Toninho foi recepcioná-lo no campo de pouso, meio esfarrapado e com macacão sujo de óleo, como acontecia com os lixeiros da época. O governador reclamou com tanto desleixo e ouviu a explicação. “...Mas foi o cargo que vocês escolheram para mim”!.

Teixeirão não sabia da ingratidão de Cunha e do seu vice e finalmente concedeu uma função mais condigna ao aliado, que acabou nomeado para uma importante função regional do então DER.

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 6 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Na região amazônica, a maioria dos governadores deixa o cargo em abril

Na região amazônica, a maioria dos governadores deixa o cargo em abril

Indo por terraA tal “química”, que segundo o astuto presidente Donald Trump rolou entre ele e o presidente Lula da Silva, foi levemente modificada

Governador Marcos Rocha arrumou confusão precipitando as disputas eleitorais com sua família

Governador Marcos Rocha arrumou confusão precipitando as disputas eleitorais com sua família

Raposa famintaFica difícil traçar políticas para o futuro na imprevisibilidade do mundo de hoje, em que os EUA, sob a semiditadura trumpista, desaf

Já foram mais de 30 partidos registrados na justiça eleitoral

Já foram mais de 30 partidos registrados na justiça eleitoral

Negociações políticasPor livre espontânea pressão do presidente Lula da Silva, em mais um passo para fora da esquerda e fazendo o jogo do Centrão,

Hildon já dava pistas que estava fraquejando nesta candidatura

Hildon já dava pistas que estava fraquejando nesta candidatura

Ação para resolverHouve um tempo em que se comemorava a suposição de que o Rio Amazonas seria o segundo maior do mundo. Hoje, com os mais avançados

Gente de Opinião Quinta-feira, 6 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)