Quarta-feira, 23 de janeiro de 2013 - 05h22
Depois de 33 anos residindo em Rondônia, o engenheiro Miguel de Souza, que já foi vice-governador, presidente da Federação das Indústrias de Rodônia (Fiero), deputado federal e diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), anunciou que deixará Rondônia, buscando novos desafios em Brasília. Com 59 anos de idade, natural de Cubati (PB), casado, pai de três filhos, Miguel de Souza era candidato a prefeito de Porto Velho, mas acabou desistindo da empreitada, compondo como vice na chapa da petista Fátima Cleide. Atual presidente do Partido da Republica (PR), em Rondônia, Miguel passará o comando da legenda ao deputado estadual, Flávio Lemos, e ao ex-presidente da Associação Rondoniense de Municípios (Arom), Laerte Gomes. Confira a entrevista, já em tom de despedida.
Diário a Amazônia – Como foi sua chegada a Rondônia?
Miguel de Souza – Formei em engenharia em 1979, em Campina Grande (PB) e naquela época não tinha emprego no Nordeste. Aqui era a nova fronteira, o governador Teixeirão tinha chegado. Tinha aquele lema patriótico de “Integrar Para Não Entregar” e eu vim para cá, como tantos migrantes. Para economizar vim até Manaus de avião e de lá para porto Velho de ônibus. A BR era asfaltada na época.
Diário – E sua entrada na política?
Miguel – A entrada na política foi em 1994, disputando a Câmara Federal, pelo PTB, na chapa de Chiquilito Erse ao governo. Foi a convite do Cury e do Chiquilito que entrei na disputa. Perdi, voltei para a Fiero e depois fui eleito vice do governador Bianco, na eleição de 98. Foi uma grande experiência.
Diário – E a eleição à Câmara Federal, Como foi?
Miguel – Foi tranquila. Era vice-governador, então já tinha uma base em 2002 e fomos eleitos com uma boa votação, o quinto mais votado. Minha opção por esta disputa e não a reeleição de vice foi com uma conversa com Bianco. Ele não disputaria a reeleição e me orientou: você tem o perfil de deputado federal, vá para federal.
Diário – Por que a derrota à reeleição?
Miguel – Em 2006 fui para a reeleição, já pelo PR, e ocorreu uma derrota inexplicável. Em todas as pesquisas eu era apontado como um dos nomes de ponta. Acabei como décimo quinto. Foi uma grande desilusão. Com a derrota fui convidado pelo presidente Lula, já no PR, para a direção geral do Dnitt.
Diário – Com relação ao PR, como está a organização partidária?
Miguel – Está presente nos 52 municípios do Estado, com direções provisórias. Temos um deputado estadual, que é o Flávio Lemos. Elegemos um prefeito e 22 vereadores, em 2012. O partido vai se reestruturar. Temos o primeiro vice, Luís Gomes, que deve assumir o comando com Laerte Gomes e Flávio Lemos.
Diário – E sua participação nas eleições municipais?
Miguel – Eu pretendia ser candidato a prefeito, mas não foi possível. Não consegui viabilizar as coligações necessárias e então me restou como opção disputar na chapa do PT, como vice, mesmo porque já existia uma aliança nacional e eu tinha compromisso com a nominata de vereadores do PR.
Diário – O Sr. tem uma frase célebre na política, de que os últimos serão os primeiros e que em Rondônia o candidato só ganha quando tudo conspira a seu favor. É assim mesmo?
Miguel – Acho que é assim mesmo, até no caso da eleição do Mauro Nazif foi assim. Nas eleições anteriores ao governo, com Confúcio, foi assim. Muitas surpresas. Muitos favoritos já perderam em campanhas passadas.
Diário – Quais são as grandes causas de Rondônia para os próximos anos?
Miguel – Precisamos agora da ampliação do novo porto, com a dragagem do rio Madeira, para triplicar a capacidade de escoamento de produção. Temos que fazer o anel viário para atrair indústrias que vão gerar empregos. Precisamos que os nossos representantes briguem pela ferrovia Vilhena a Porto Velho e trazer as cargas de outros Estados para cá, desafogando as carretas na BR-364. Porto Velho será um grande entreposto, estamos para a America do Sul, como Roterdã está para a Europa.
Diário – Na sua despedida de Porto Velho, qual é sua mensagem à população?
Miguel – Olha, eu acredito demais no Estado de Rondônia. Acho que as usinas nos colocaram numa vitrine importante no cenário nacional, o governo Federal já nos vê com um novo olhar. Rondônia terá um futuro promissor.
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