Missa no Cemitério da Candelária celebrou o Dia dedicado à Santa
Uma cerimônia simples mas cheia de significado celebrou nesta quarta-feira (03) uma homenagem à Nossa Senhora da Candelária, que dá nome ao histórico cemitério onde estão enterrados milhares de trabalhadores da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Porto Velho, capital de Rondônia, no noroeste do Brasil.
Luiz Nobre, um dos participantes disse que ” era um instante de profunda reflexão sobre a esperança e a fé em Cristo, bem como relembrar os pioneiros que ajudaram a construir nossa cidade “.
A devoção sobre Nª Sª da Candelária, ou Nª Sª das Luzes tem duas origens. Uma baseia-se numa lenda das Ilhas Canárias, na Espanha e outra vem da devoção popular.
Conta-se que por volta de 1440 , dois pastores guardavam seus animais perto de uma caverna na ilha de Tenerife, nas Canárias, e observaram, certo dia, que o gado se recusava a entrar na caverna, apesar de seus esforços. Os pastores entraram então na gruta e descobriram a imagem de uma Senhora com o filho no colo.
Estranhando o ocorrido, foram relatar ao povo. Acudindo a população, inclusive o rei do país, ao local, observaram maravilhados a existência de numerosas velas sustentadas por seres invisíveis que, com seus cânticos, ensinavam a maneira de render culto a Deus e a Virgem Maria.
Começaram os nativos a honrar aquela que amavam sem conhecer, até que um cristão espanhol, casualmente, ali desembarcou nos fins do século XV e explicou-lhes o mistério.
Pouco depois, foram as ilhas conquistadas pelos castelhanos e, quando os Padres Jesuítas chegaram, não tiveram trabalho em converter aquele povo já tão devoto de Maria, a quem deram o título de Candelária, por causa das candeias que iluminavam a imagem.
No inicio do século XVII, Antônio Martins Palma, natural da Ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, e sua mulher, navegando em direção às Índias Espanholas (América latina), foram surpreendidos por terrível tempestade que pôs em perigo o navio do qual ele era capitão, e a vida de todos os passageiros. Recorreram então, a Nossa Senhora da Candelária, venerada em sua pátria, e prometeram perpetuar a memória de sua proteção edificando-lhe um templo na primeira terra onde aportassem sãos e salvos. Esta terra foi o Rio de Janeiro, e os quase náufragos, ao desembarcarem, deram graças a Deus e à Virgem Maria.
Devoção Popular
Teve origem nos primórdios da era cristã para comemorar a purificação de Maria. Era preceito da lei mosaica que todo filho varão fosse apresentado no Templo, quarenta dias após seu nascimento. A mãe considerada impura após o parto, deveria ser purificada por uma cerimônia especial. Maria Santíssima, desejando submeter-se a esta determinação, apresentou-se com o Menino Jesus no Templo.
Esta festividade, nos primórdios do cristianismo, era denominada “das Candeias”, porque comemorava-se o trajeto de Maria até o Templo, com uma procissão, na qual os acompanhantes levavam velas acesas na mão.
A procissão dos luzeiros é proveniente de antigo costume dos romanos, pelo qual o povo recordava a angústia da deusa Ceres, quando sua filha Prosérpina foi raptada por Plutão, deus dos infernos, para tomá-la como companheira no império dos mortos. Esta tradição estava tão arraigada que continuou mesmo entre os convertidos ao cristianismo. Os primeiros Padres da Igreja tentaram eliminá-la, mas não conseguiram.
Como aquela festa caía sempre no dia 2 de fevereiro, data em que os cristãos comemoravam a Purificação de Maria, o Papa Gelásio (492 – 496), resolveu instituir um solene cortejo noturno, em homenagem à Mãe Santíssima, convidando o povo a comparecer com círios e velas acesas e cantar hinos em louvor de Nossa Senhora. Esta celebração propagou-se por toda a Igreja Romana e, em 542, Justiniano I instituiu-a no Império do Oriente, após ter cessado uma peste que grassava na região.
Com informações do livro ” 112 Invocações da Virgem Maria no Brasil”, de Nilza Botelho Megale – 1986
Participaram algumas pessoas da comunidades, historiadores, estudantes e antigos ferroviários, que agora estão colaborando na conservação daquele bem tombado pelo patrimônio histórico.
Fonte: Beto Bertagna