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Carlos Sperança

Retrocesso perigoso e o jogo de estratégia


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Retrocesso perigoso

Com o STF dando curso a mais um retrocesso na democracia brasileira, aceitando que a imprensa seja culpabilizada por declarações feitas por seus entrevistados, seria culpa também da imprensa divulgar que o ex-presidente Jair Bolsonaro qualificou a epidemia de Covid como “gripezinha”. Cria-se um pântano para os veículos de comunicação. Atacado por golpistas, o STF se arrisca agora a ser atacado também por setores democráticos.

Nesse caso, cresce a dúvida quanto a publicar notícias que possam trazer perturbações e prejuízos no futuro, por imposição de autocensura, caso a usina antidemocrática prossiga com a operação de cerco à imprensa. Há pouco houve o caso do potássio, elemento que compõe fertilizantes. Sua exploração é importante para que o Brasil reduza a enorme dependência que nosso agronegócio tem desses insumos essenciais à produção. 

A imprensa publicou com destaque a notícia de que o governador do Amazonas, Wilson Lima, declarou que os moradores da terra indígena Lago do Soares e Urucurituba consentiram com a exploração de potássio em sua área. A informação do governador era falsa, mas não seria justo responsabilizar a imprensa por isso. O que cabe à imprensa é noticiar que não havia autorização dos moradores. Se tiver que ser responsabilizada pelo que o governador disse, melhor será ocupar o noticiário com receitas de cozinha, como no tempo da ditadura.

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Jogo de estratégia

Com Renan Filho no Ministério dos Transportes e o senador Confúcio Moura na Comissão de Infraestrutura do Senado, o MDB se transformou num grande protagonista nas obras federais em Rondônia. Em todas as obras já anunciadas até agora no Estado, desde a duplicação da BR-364 em Itapuã do Oeste, a construção da ponte binacional em Guajará Mirim na divisa com a Bolívia, como no viaduto da intersecção das rodovias no Cone Sul rondoniense. A base aliada do presidente Lula trata de criar um candidato competitivo ao governo estadual em 2026, num estado bolsonarista.

Origem da guerra

Depois de Rondônia que elevou seu percentual de ICMS para 19,5 por cento se vê a mesma guerra travada pelos governos dos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná com projetos idênticos em suas respectivas assembleias legislativas. A briga é travada pelos deputados e associações comerciais com a machadinha de guerra empunhada contra os governadores. A origem das pelejas é o impacto da lei complementar 194 de 2022 que reduziu a capacidade dos estados de gerar receitas especialmente no setor de energia e a PEC 45/2019 aprovada recentemente no Senado que reduz a autonomia tributária dos estados e municípios.

As reclamações

Portanto a reclamação generalizada sobre a situação tributaria nos estados devem ser encaminhadas também ao governo federal que provocou esta situação nos estados. Em 2022 com a lei complementar do então presidente Jair Bolsonaro e agora em novembro com a PEC aprovada no Senado no atual governo Lula. Não cabem os impropérios somente para os governadores e deputados estaduais, porque se este reajuste não fosse efetivado as gestões dos estados teriam sérios problemas até para colocar as contas em dia. E em Rondônia, que depende da indústria do contracheque a coisa seria mesmo de lascar.

Ainda as rachadinhas

Durante a semana o cara leitor acompanhou o caso de um vereador de Ariquemes afastado pela prática das rachadinhas, aquelas em que os irmãos Bolsonaro efetuavam no Rio de Janeiro e não foram punidos até agora, quando o servidor é obrigado a dividir seu salário com os políticos. O vereador ariquemense deve se sentir injustiçado por ele ser o único punido, porque a pratica das rachadinhas é comum em todos os estados e quase todos vereadores e deputados estaduais e federais de todo País fazem a mesma coisa há décadas, sejam da direita ou da esquerda, gregos e troianos.

Nos Diretórios

As rachadinhas com o tempo também se estenderam aos diretórios municipais e estaduais dos partidos políticos. Os dirigentes indicam funcionários para as prefeituras municipais e governos estaduais e os indicados se veem obrigados a devolver a metade dos seus vencimentos para o dirigente partidário. Como justificativa, os políticos de plantão dizem que os recursos são para o partido, mas a agremiação já tem um fundão eleitoral milionário. Na verdade, os dirigentes embolsam o produto da rachadinha. Portanto se é para se fazer justiça teremos que afastar ou prender milhares de vereadores e deputados pelo Brasil afora, além dos dirigentes partidários. É coisa de louco!

Via Direta

*** O PT prepara a deputada estadual Claudia de Jesus para disputar a prefeitura de Ji-Paraná. Ex-vereadora, a parlamentar tem sido um dos destaques do legislativo estadual nesta temporada *** Cão de guarda do bolsonarismo, o deputado delegado Camargo tem despontado bem aquinhoado nas pesquisas para disputar a prefeitura de Ariquemes em oposição à atual prefeita Carla Redano. Ele deverá se se aliar ao líder popular Rafael Fera *** Em Candeias do Jamari, com tantos prefeitos cassados, o município está inviável para ser administrado e muitas lideranças cobram uma intervenção estadual *** A municipalidade local está juntando trocados para não atrasar o pagamento do funcionalismo.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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